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ID
2531557
Banca
COMPERVE
Órgão
UFRN
Ano
2017
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

A gênese da questão social está relacionada à emergência da classe operária como sujeito político, sobretudo através das lutas por direitos na relação capital x trabalho. A análise e apreensão das expressões da questão social descolada dessa gênese pode conduzir o assistente social, em seu exercício profissional, a incorrer no equívoco de

Alternativas
Comentários
  • A origem desta separação são os acontecimentos de 1830‑48. No momen‑ to em que a classe burguesa perde seu caráter crítico‑revolucionário perante as lutas proletárias (cf. Lukács, 1992, p. 109 e ss.), surge um tipo de racionalidade que, procurando a mistificação da realidade, cria uma imagem fetichizada e pulverizada desta. É o que Lukács chama de “decadência ideológica da burguesia”.1 Segundo ele (1992, p. 123), “após o surgimento da economia mar‑ xista, seria impossível ignorar a luta de classes como fato fundamental do de‑ senvolvimento social, sempre que as relações sociais fossem estudadas a partir 1. A luta de classe, diz Marx, significou “o dobre de finados da ciência econômica burguesa. Não inte‑ ressava mais saber se este ou aquele teorema era verdadeiro ou não; mas importava saber o que, para o ca‑ pital, era útil ou prejudicial”; “a investigação científica imparcial cedeu seu lugar à consciência deformada e às intenções perversas da apologética” (Marx, 1980, p. 11; também citado por Lukács, 1992, p. 110). Nessa esteira, para Lukács, perante as revoltas proletárias, “agora também fogem os ideólogos da burguesia, pre‑ ferindo inventar os mais vulgares e insípidos misticismos a encarar de frente a luta de classes entre burguesia e proletariado, a compreender cientificamente as causas e a essência desta luta” (Lukács, 1992, p. 112). 272 Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 110, p. 270-287, abr./jun. 2012 da economia. Para fugir dessa necessidade, surgiu a sociologia como ciência autônoma [...]”. Desta forma, “o nascimento da sociologia como disciplina independente faz com que o tratamento do problema da sociedade deixe de lado a sua base econômica; a suposta independência entre as questões sociais e as questões econômicas constitui o ponto de partida metodológico da sociologia” (Lukács, 1992, p. 132). Começa‑se a se pensar então a “questão social”, a miséria, a pobreza, e todas as manifestações delas, não como resultado da exploração econômica, mas como fenômenos autônomos e de responsabilidade individual ou coletiva dos setores por elas atingidos. A “questão social”, portanto, passa a ser conce‑ bida como “questões” isoladas, e ainda como fenômenos naturais ou produzidos pelo comportamento dos sujeitos que os padecem. A partir de tal pensamento, as causas da miséria e da pobreza estariam vinculadas(nessa perspectiva) a pelo menostrêstipos de fatores,sempre vinculados ao indivíduo que padece tal situação.

     

    http://www.scielo.br/pdf/sssoc/n110/a04n110.pdf

  • Pensar a questão social de forma a-crítica nos leva a considerá-la de forma funcionalista sendo então caracterizada enquanto problema individual que deve ser utilizado de ajustamento de comportamentos e moralização das ações. 

    Ressalto, esse pensamento é a-crítico e não é a análise feita pela profissão.

  • Letra D