1. Muitos veem = quem vê, vê algo. É um VTD!!
É caso de No(s), Na(s) quando o verbo terminar com M, ÃO(s) (veem-nas)!!
O problema da questão que a palavra "MUITOS" é uma palavra atrativa, puxando pra frente tendo que retirar o N para concordar com MUITOS - (Muito as veem)
Sabendo disso de cara eliminaríamos: "B" "D" e "E"
2. "...Não reconhecendo nas teses feministas...
Os pronomes oblíquos: Ele(s), Ela(s) são aplicados se estiverem funcionando como complementos do verbo, neste caso, virão precedidos de preposição - (Reconhecendo nelas)
(N+ELAS) Sabendo disso de cara eliminaríamos: "A"
Também será aplicada quando exercer a função de predicativo do sujeito, normalmente indicando pertencimento ou localização.
3. "...que os ativistas emprestam às teses feministas."
Quem empresta, empresta algo a alguém. Exige a preposição - (lhes emprestam)
Na primeira eliminamos a "B" ,"D" e "E", na segunda a "A" e na terceira a "B" ,"D" e "E de novo!!
Só resta a assertiva C como correta!!
as veem − reconhecendo nelas − lhes emprestam
Para
resolver uma questão cujo objetivo é a substituição de palavras ou expressões
por pronomes pessoais oblíquos, você precisa saber que há, entre esses pronomes:
· (I)
Emprego adequado, em relação à regência do verbo ao qual se ligam.
· (II)
Colocação adequada, em relação à posição referente ao verbo ao
qual se ligam.
Importante saber, no tocante ao item (I),
que, gramaticalmente, os pronomes oblíquos são denominados “pronomes
complementos", isso porque estes têm a função de completar o sentido dos verbos
ou dos nomes aos quais se ligam. Assim, os oblíquos se diferenciam dos pronomes
pessoais retos por serem esses últimos “pronomes sujeitos". Entre os pronomes
de complementação, devemos atentar especificamente para os que são de terceira
pessoa, pois o (s), a (s) e lhe (s) se comportam de formas diferentes a
depender da regência do verbo: os dois primeiros (no singular ou no plural)
serão sempre complementos verbais não preposicionados, logo estarão conectados
a verbos que “pedem" complementos sem preposição, os quais, segundo a regência
(processo de complementação) são classificados como transitivos diretos (VTDs);
já o terceiro (no singular ou no plural) será sempre complemento verbal
preposicionado, porque ligado a verbos transitivos indiretos (VTIs). Em
síntese, usaremos sempre o (s) e a (s) como objetos diretos, pois
serão complementos de VTDs; e lhe (s) como objetos indiretos, pois complementação
VTIs.
De posse das informações sobre o emprego adequado
dos pronomes oblíquos de terceira pessoa, precisamos, ainda, saber como esses
pronomes se posicionam corretamente em relação aos verbos. Para isso,
devemos atentar para as regras fundamentais de COLOCAÇÃO PRONOMINAL, item (II).
Segundo a gramática, existem três posições que
os oblíquos átonos (os que não têm a vogal i, nem preposição) ocupam em
relação aos verbos:
(a)
Próclise: pronome antes do verbo
(b)
Ênclise: pronome depois do verbo
(c)
Mesóclise: pronome no meio do verbo.
Para cada uma dessas colocações, há as
chamadas regras fundamentais, que são as sempre presentes em questões de concurso
em vestibulares. Vejamos a regra fundamental de cada caso:
(a)
Próclise:
sempre acontecerá quando, antes do verbo, houver uma palavra atrativa (que
atrai o pronome oblíquo átono). Se tais palavras atraem o pronome oblíquo para
perto delas, estando esses elementos antes do verbo, os oblíquos também
estarão. São conhecidas como palavras de atração ou atrativas: pronomes
demonstrativos, pronomes indefinidos, advérbios, conectivos subordinativos,
pronomes relativos e palavras negativas.
(b)
Ênclise:
sempre acontecerá em início de frase e depois de pontuação. Nunca
acontece com verbos no particípio.
(c)
Mesóclise:
sempre acontecerá com verbos no futuro do presente e no futuro do
pretérito do modo indicativo.
Feitas as recapitulações necessárias
ao desenvolvimento da questão, retomemos as expressões que devem ser
substituídas por pronomes oblíquos. Observemos que, só pela regência do
verbo, já conseguimos eliminar algumas opções:
- "muitos veem as
teses feministas como extravagantes"
O verbo “ver" é transitivo direto,
logo se o seu complemento (“as teses feministas") for substituído por um
pronome oblíquo átono de terceira pessoa, deve-se empregar AS, por fazer a substituição
de uma expressão feminina plural, que é um objeto direto. Como antes de “veem",
encontra-se o pronome indefinido MUITOS, que é palavra atrativa, a única
possibilidade de colocação do oblíquo A é a próclise (muitos as veem). Por
esta análise, já podemos eliminar as opções B, D e E.
-"não reconhecendo nas teses
feministas"
Observe que o verbo “reconhecer" é transitivo direto e indireto, isto é,
“pede" dois complementos, um sem preposição e outro com preposição, podendo
estar assim acompanhado de um objeto direto (OD) e de um objeto indireto (OI).
No exemplo em questão, note que “nas teses feministas" é o OI do verbo, pois
quem reconhece “reconhece algo em alguém em ou em alguma coisa". Assim,
a presença da preposição EM é obrigatória na substituição da expressão “nas
teses feministas". Logo, se essa expressão será substituída por uma preposição
EM + um pronome oblíquo, lembremos que o resultado dessa junção será um pronome
oblíquo tônico, pois estes são sempre preposicionados ou identificados pela
presença da vogal I em seu interior: a ele, a ela, mim, ti, por exemplo. Logo,
não usaremos o oblíquo átono AS, mas sim a preposição Em + o pronome
correspondente de terceira pessoa, de maneira que tenhamos EM + ELAS = NELAS. E,
justamente por isso, o NÃO, mesmo sendo palavra atrativa, não atrairá o termo
NELAS, visto que este é oblíquo tônico e as regras de colocação pronominal são
específicas para os oblíquos átonos. Por este raciocínio, eliminamos a letra
A.
- "os ativistas emprestam às teses feministas"
O verbo “emprestar" também é
transitivo direto e indireto, com o seu OI iniciando-se pela preposição A, pois
quem empresta “empresta algo a alguém". Bem sabemos que os OIS são
substituídos pelo LHE, o qual, neste exemplo, varia para LHES, visto que
substitui uma expressão plural. E, nesse caso, como não há palavra atrativa
antes do verbo, o autor pode escolher tanto pela próclise quanto pela ênclise. A
forma “lhes empresta" cabe, portanto, confirmando a leta C como resposta.
Vejamos as opções:
A)
as veem − as reconhecendo − lhes
emprestam
B) veem-nas − reconhecendo-lhes − as emprestam
C) as veem − reconhecendo nelas − lhes
emprestam
D) lhes veem − reconhecendo nelas − emprestam-nas
E) veem elas − lhes reconhecendo − emprestam-nas
Resposta: C
OBS:
destaque para as opções D e E, nas quais se identificam o pronome oblíquo NAS.
A título de esclarecimento, o erro no uso desse pronome é que NAS é variante do
oblíquo átono AS, sempre objeto direto, como vimos. Porém, o pronome oblíquo
ligado a “emprestar" deve substituir um objeto indireto que se inicia com preposição
EM, o que invalida tais opções.