SóProvas


ID
2537437
Banca
UPENET/IAUPE
Órgão
UPE
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1


                          A possibilidade da invenção de doenças mentais

                                                                                                                                   Por Camila Appel


      “Infelizmente propaga-se por aí uma falácia”. Esse foi o início de um e-mail recebido de uma leitora indignada com o post “Mitos sobre o Suicídio”, criticando o artigo por “simplesmente reproduzir dados transmitidos por uma indústria farmacêutica apenas interessada em vender mais remédios”, como ela colocou.

      Essa linha de raciocínio parte do pressuposto de que doenças podem ser “inventadas” e que os manuais de categorização de doenças mentais, como o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e o CID (Classificação Internacional de Doenças, uma publicação da própria OMS – Organização Mundial da Saúde) são definidos por psicólogos e psiquiatras ligados financeiramente a empresas farmacêuticas (que financiam suas pesquisas, por exemplo).

      Para o psicanalista Eduardo Rozenthal, isso é possível, sim, porque vivemos numa sociedade contemporânea monista, baseada em apenas um valor, que é o valor capitalista de mercado. Ela substitui a sociedade moderna, que era dualista, oscilando entre o bem e o mal. “Todas as práticas humanas se mobilizam em direção ao maior valor da cultura, que é o valor de mercado. Isso é automático. Não se trata de nenhuma ‛teoria da conspiração‟. Somos seres moldados pela cultura em que vivemos”, Rozenthal diz.

      Para o psicólogo Thiago Sarkis, psicanalista de Belo Horizonte, “doenças inventadas” podem ocorrer como fruto de erros e não de más intenções. Ele também diz ser perigoso falarmos de maneira tão categórica sobre a relação entre estudos psiquiátricos de transtornos mentais e o objetivo de se ofertar algo para aquecer o mercado farmacêutico. Haveria equívocos em estudos e classificações, assim como a hipermedicalização da vida, mas isso diria muito mais sobre quem recebe os resultados dos estudos e medica seus pacientes a partir deles, do que sobre quem os produziu.

      Sarkis diz estar certo de que boa parte dos estudiosos sobre os transtornos mentais estão efetivamente acreditando – talvez mais piamente do que devessem – naquilo que estão fazendo, dedicando-se e confiando em suas descobertas. “O que guia a ciência, hoje e sempre, é a dúvida, o questionamento. Quando a ciência vira ou é vista pelas pessoas como uma indústria de produção de verdades, um guia absoluto, temos um problema.”.

      O psiquiatra norte-americano Leon Eisenberg (1922-2009) é considerado o pai do Transtorno do Deficit de Atenção com ou sem Hiperatividade – TDAH. Segundo reportagem do “The New York Times”, “nos seus últimos anos de vida, ele teria ficado alarmado com as tendências no campo que ajudou a criar, criticando o que ele viu como uma “confortável” relação entre o mercado de remédios e os médicos e a crescente popularidade do diagnóstico do deficit de atenção”. O semanário alemão “Der Spiegel” trouxe uma reportagem de capa, em 2012, com uma declaração bombástica de que Eisenberg teria dito que o TDAH é uma doença inventada. (...)

      Entre outras informações importantes da matéria, tem o fato de Eisernberg mencionar que o componente genético da doença foi superestimado e afirmar que “psiquiatras infantis deveriam investigar as motivações psicossociais que possam causar os sintomas da doença, como verificar se existem problemas de relacionamento na família, se os pais vivem juntos ou se estão brigando muito, por exemplo. São questões importantes, mas demandam muito tempo para serem respondidas. Sendo assim, é mais fácil simplesmente medicar”. (...)

      Rozenthal diz receber muitos pais em consultório imaginando que seu filho tem a doença e muitas vezes já fazendo uso de medicação como a Ritalina. Ele não se coloca contra remédios, mas, sim, contra a medicalização hegemônica da sociedade, ou seja, o excesso de medicação que hoje se prescreve: “você dá a medicação e não trabalha com a subjetividade. É mais rápido e mais fácil, mas a longo prazo não serve. Se tirar a medicação volta tudo”. (...)

Disponível em: http://mortesemtabu.blogfolha.uol.com.br/2015/02/26/a-possibilidade-da-invencao-de-doencas-mentais/ Acesso em: 04 ago. 2017. Adaptado.

Assinale a afirmativa em que o termo destacado está grafado segundo as normas ortográficas que vigoram atualmente.

Alternativas
Comentários
  • Com a nova ortografia, o “i” e o “u” tônicos precedidos de ditongo, em palavras paroxítonas, perderam o acento.

    Portanto, não há mais acento em palavras como baiuca, cauila, maoismo, maoista, Sauipe, taoismo e feiura.
     

  • CORRETA B

     

    MAPA MENTAL 

     

    NÃO USA HÍFEN

       1)  p/ unir Vogais Diferentes  ---►  agroindustrial, autoestrada, anteontem, extraoficial, videoaulas, coautor, infraestrutura

     

       2)  p/ unir consoantes Diferentes ---► hipermercado, superbactéria, intermunicipal

     

       3)  p/ unir consoante com vogal ---► interescolar, supereconomico, interação

            a) se consoante for S / R duplica  ---► contrarregra, contrarrazões, contrassenso, ultrassom, antissocial, antirracismo, antirrugas

     

       4) após "quase"  e "não" ---►  não agressão, não bligerante, não fumante, não violência, quase delito, quase morte

     

       5) entre palavras com elemento de ligação ---►  mão de obra, café com leite, pé de moleque, cara de pau, camisa de força, cão de guarda

           a)  se NÃO há elemento de ligação haverá hífen ---► vaga-lume, porta-malas, boa-fé, guarda-chuva, bate-boca, pega-pega, pingue-pongue

     

           b) Exceções: Palavras com Elemento de ligação mas que tenha

                b1) sentido composto ---► pé-de-meia, gota-d´água, cor-de-rosa, água-de-colônia

                b2) nomes botânicos ou científicos ---► pimenta-do-reino, bico-de-papagaio, cravo-da-índia

     

      6) entre palavras repetidas  ---►  dia a dia, corpo a corpo, face a face, porta em porta

          a) Se não houver elemento de ligação,  háverá emprego do hífen ---►  corre-corre,  pega-pega, cri-cri

     

     

    "Seja sempre seu melhor!"

  • CORRETA B

     

    a) A AssembléiLegislativa discutirá um projeto de lei que pretende combater a hipermedicalização.

    Não se usa mais o acento agudo nos ditongos abertos éi e ói de palavras paroxítonas (palavras cuja sílaba forte é a penúltima). ex.: Assembleia

     

    b) A postura antirreligiosa da sociedade atual não tem favorecido a paz entre as nações. 

    Correta - se consoante for S / R duplica  ---► contrarregra, contrarrazões, contrassenso, ultrassom, antissocial, antirracismo, antirrugas

     

    c) É necessário valorizar também o conhecimento e a cultura extra-escolar, que sempre concorreram para o bem-estar coletivo.

    Não usa-se hífen para unir Vogais Diferentes. ex.: extraescolar.

     

    d) Todas as pessoas que lêem com fluência em alguma língua estrangeira têm minha admiração irrestrita.

     O acento circunflexo não será mais utilizado em verbos com conjugações da 3ª pessoa do plural terminadas em –eem. ex.: creem, leem, veem, deem.

    ATENÇÃO: No singular, os verbos continuam com acento circunflexo. ex.: crê, lê, vê, dê.

     

    e) A alegada feiúra atribuída a algumas pessoas por outras não passa de preconceito ou de um ponto de vista enviesado, pois a beleza e a fera são conceitos subjetivos.

    Com a nova ortografia, o “i” e o “u” tônicos precedidos de ditongo, em palavras paroxítonas, perderam o acento. ex.: feiura, baiuca, cauila, maoismo, maoista, taoismo.

     

    "Seja sempre sua melhor versão."

  • a - Assembleia (não tem acento, pois é uma paroxítona com ditongo aberto "ei")
    b - Antirreligiosa (não tem hífen, pois o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com R, portanto deve-se dobrar essa consoante)
    c - extraescolar (não tem hífen, pois o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com vogal diferente)
    d - leem (não tem acento de acordo com a nova regra ortográfico do hiato "ee")
    e - feiura (não tem acento, pois é uma paroxítona em que a vogal "u" está após ditongo)

  • Novo acordo ortográfico: os hiatos OO e EE não são mais acentuados. Ex. enjoo, perdoo, magoo, eles creem, (que) eles deem, eles leem, eles veem.

  • Aos colegas que comentaram, desculpem-me, mas não há termos destacados. São videntes?

    Atenção: Valéria Marques está ensinando coisa errada: Prefixo terminado em "r", o hífen será mantido (ERRADO) ➡ A REGRA CORRETA É: Só haverá hífen no caso de letras idênticas ou iniciadas por H após o prefixo. Ex., super-homem, semi-identidade.

    "Supereconômico", o prefixo termina em "R", porém, não recebe hífen.

  • DICA DO PROFESSOR ALEXANDRE SOARES:

    PALAVRAS PAROXÍTONAS QUE VÊM ANTECEDIDAS DE DITONGO NÃO RECEBEM ACENTO NO HIATO.

    JÁ QUE NEM SEMPRE LEMBRAMOS DISSO, O PROFESSOR INDICA PALAVRAS (PARA NÓS DECORARMOS) QUE SEGUEM ESSA REGRA. 

    ELAS SÃO: 

    BOCAIUVA

    FEIURA

    FEIUME

    BAIUCA


    DEUS SEJA LOUVADO!

  • Letra B - não usaremos o hífen quando prefixo termina em vogal + segundo elemento começar com R ou S. Essas letras vão se duplicar! Ex; contrarrazões / antirracismo / antirrábico.

  • Débora adoro seus mapas mentais.

  • joel :

    BOCAIUVA

    FEIURA

    FEIUME

    BAIUCA

    existe hiato como vc falou nessas palavras??

  • não há mais acento em palavras como baiuca, cauila, maoismo, maoista, Sauipe, taoismo e feiura

  • CORRETA B.

    A postura antirreligiosa.

    não usaremos o hífen quando prefixo termina em vogal + segundo elemento começar com R ou S. Essas letras vão se duplicar! Ex; contrarrazões / antirracismo / antirrábico.

  • Letra b.

    As formas corretas são assembleia, extraescolar, leem e feiura.

     

    Questão comentada pelo Prof. Elias Santana