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ID
2539021
Banca
FEPESE
Órgão
SES-SC
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Fundamental é chegar ao essencial


“Por que eu preciso morar em grandes cidades, viver desesperado dentro de um carro para lá e para cá, restringir imensamente meu tempo de convivência com as pessoas de que eu gosto, reduzir o meu ócio criativo para ficar num lugar onde vão me oferecer apenas e tão somente dinheiro?”Essa é uma dúvida que provavelmente atravessou muitas pessoas no trajeto de ida ou de volta do trabalho.

Para alguns, a resposta a esse questionamento poderia vir de pronto: “Porque sem dinheiro não se vive”. Sim, sem dinheiro não se vive, mas só com dinheiro não se vive. Há uma mudança em curso no mundo do trabalho. As pessoas estão começando a fazer uma distinção necessária entre o que é essencial e o que é fundamental.

Essencial é tudo aquilo que você não pode deixar de ter: felicidade, amorosidade, lealdade, amizade, sexualidade, religiosidade. Fundamental é tudo aquilo que o ajuda a chegar ao essencial. Fundamental é o que lhe permite conquistar algo. Por exemplo, trabalho não é essencial, é fundamental. Você não trabalha para trabalhar, você trabalha porque o trabalho lhe permite atingir a amizade, a felicidade, a solidariedade. Dinheiro não é essencial, é fundamental. Sem ele, você passa dificuldade, mas ele, em si, não é essencial. O que eu quero no meu trabalho é ter a minha obra reconhecida, me sentir importante no conjunto daquela obra. Essa visão do conjunto da obra vem levando muitas pessoas a questionar o que, de fato, estão fazendo ali.

Isso não é exclusivo do mundo do trabalho, mas vale para a vida em geral. Nós estamos substituindo paulatinamente a preocupação com os “comos” por uma grande demanda em relação aos “porquês”. O nosso modo de vida no Ocidente está em crise e algumas questões relevantes vêm à tona: a compreensão sobre a nossa importância, o nosso lugar na vida, o que vale e o que não vale, qual é o próprio sentido da existência. Afinal de contas, a ciência nos prometera há cem anos que, quanto mais tecnologia, mais tempo livre haveria para a família, para o lazer, para a amorosidade.

Ora, durante os últimos cinquenta anos se trabalhou em busca de um lugar no mundo do fundamental: a propriedade, o consumo. Isso não satisfaz a nossa necessidade de reconhecimento, de valorização. Hoje temos um fosso entre o essencial e o fundamental, que leva as pessoas a ficarem absolutamente incomodadas: “Por que eu estou fazendo isso?” E a nossa lista dos “porquês” foi sendo substituída pela lista dos “apesar de”: “Apesar do salário...”, “Apesar das pessoas...”, “Apesar desse ambiente, eu faço”. É muito diferente de se ter razões para fazer. Quando há a razão de um lado, o senão de outro, e a balança começa a pesar para a senão, indagamos: “Qual a qualidade da minha vida?”

CORTELLA, M. S. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. 11 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010, p. 63-65. [Adaptado]

Considere os trechos abaixo retirados do texto:


1. “Por que eu preciso morar em grandes cidades, viver desesperado dentro de um carro para lá e para cá, restringir imensamente meu tempo de convivência com as pessoas de que eu gosto, reduzir o meu ócio criativo para ficar num lugar onde vão me oferecer apenas e tão somente dinheiro?” (primeiro parágrafo)

2. “Porque sem dinheiro não se vive”. (segundo parágrafo)

3. Nós estamos substituindo paulatinamente a preocupação com os “comos” por uma grande demanda em relação aos “porquês”. (quarto parágrafo)


Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) em relação aos trechos.


( ) As palavras “Por que” (em 1), “Porque” (em 2) e “porquês” (em 3) apresentam grafias distintas por estarem funcionando, respectivamente, como pronome relativo, conjunção subordinativa e pronome interrogativo.

( ) Em 1, “de que” poderia ser substituído por “de quem” ou “das quais”, sem prejuízo de significado e sem ferir a norma culta da língua escrita.

( ) Em 1, o pronome relativo “onde” poderia ser substituído por “aonde” sem ferir a norma culta da língua escrita, pois faz referência a uma localização sem envolver movimento.

( ) Em 2, se o pronome átono “se” fosse posposto ao verbo, estaria ferindo a norma culta da língua escrita no que se refere à colocação pronominal.

( ) Em 3, a palavra “paulatinamente” poderia ser substituída por “rapidamente”, sem prejuízo de significado.


Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO LETRA B.

     

    (F) As palavras “Por que” (em 1), “Porque” (em 2) e “porquês” (em 3) apresentam grafias distintas por estarem funcionando, respectivamente, como pronome relativo, conjunção subordinativa e pronome interrogativo (substantivo, pois, está espeficado pelo artigo plural "os").

    (V) Em 1, “de que” poderia ser substituído por “de quem” ou “das quais”, sem prejuízo de significado e sem ferir a norma culta da língua escrita. Todos são pronomes relativos que se referem "as pessoas". 

    (F) Em 1, o pronome relativo “onde” poderia ser substituído por “aonde” sem ferir a norma culta da língua escrita, pois faz referência a uma localização sem envolver movimento. O verbo "ficar" da uma noção estática e não uma noção de movimento, por isso deve está empregado o "onde" (ideia de lugar), logo não pode ser substituido por "aonde" que dá uma noção de movimento. Outra forma de abordar essa questão seria quanto a regência do verbo "ficar" quem fica, fica em qual lugar e não fica a algum lugar, logo ocorre erro de regência ferindo a norma culta da língua escrita.

    (V) Em 2, se o pronome átono “se” fosse posposto ao verbo, estaria ferindo a norma culta da língua escrita no que se refere à colocação pronominal.O palavra negativa "não" tem valor negativo, logo próclise obrigatória. Obs.: palavra negativa + se + verbo no infinitivo pode ocorrer tanto próclise quanto ênclise (caso facultativo)

    (F) Em 3, a palavra “paulatinamente” poderia ser substituída por “rapidamente”, sem prejuízo de significado. Paulatinamente quer dizer uma coisa que se é feita aos poucos, com uma certa progressão de tempo, logo, não pode substituir por "rapidamente". paulatinamente é antônimo de rapidamente e não sinônimo. 

  • ctrl+c , Ctrl +v do colega Emerson Moro, porque letra verde é você não enxerga bem e cansa a visão!

    (F) As palavras “Por que” (em 1), “Porque” (em 2) e “porquês” (em 3) apresentam grafias distintas por estarem funcionando, respectivamente, como pronome relativo, conjunção subordinativa e pronome interrogativo (substantivo, pois, está espeficado pelo artigo plural "os").

     

    (V) Em 1, “de que” poderia ser substituído por “de quem” ou “das quais”, sem prejuízo de significado e sem ferir a norma culta da língua escrita. Todos são pronomes relativos que se referem "as pessoas". 

     

    (F) Em 1, o pronome relativo “onde” poderia ser substituído por “aonde” sem ferir a norma culta da língua escrita, pois faz referência a uma localização sem envolver movimento. O verbo "ficar" da uma noção estática e não uma noção de movimento, por isso deve está empregado o "onde" (ideia de lugar), logo não pode ser substituido por "aonde" que dá uma noção de movimento. Outra forma de abordar essa questão seria quanto a regência do verbo "ficar" quem fica, fica em qual lugar e não fica a algum lugar, logo ocorre erro de regência ferindo a norma culta da língua escrita.

     

    (V) Em 2, se o pronome átono “se” fosse posposto ao verbo, estaria ferindo a norma culta da língua escrita no que se refere à colocação pronominal.O palavra negativa "não" tem valor negativo, logo próclise obrigatória. Obs.: palavra negativa + se + verbo no infinitivo pode ocorrer tanto próclise quanto ênclise (caso facultativo)

     

    (F) Em 3, a palavra “paulatinamente” poderia ser substituída por “rapidamente”, sem prejuízo de significado. Paulatinamente quer dizer uma coisa que se é feita aos poucos, com uma certa progressão de tempo, logo, não pode substituir por "rapidamente". paulatinamente é antônimo de rapidamente e não sinônimo. 

  • Ambos são advérbios usados para indicar lugares, com uma diferença no momento de sua utilização.

     

    AONDE

     

    A preposição a de aonde indica que essa palavra deve ser usada somente quando estiver relacionada a verbos que pedem tal preposição e a orações que sugerem movimento. Exemplos:

     

    Aonde você quer ir? (Quem vai sempre irá a algum lugar)

    Aonde ele está me levando? (Quem leva tem de levar alguém ou algo a um lugar)

     

    --> Para conferir se o uso está correto, basta substituir aonde por para onde:

     

    Aonde vamos nas próximas férias? = Para onde vamos nas próximas férias?

    ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

    ONDE

     

    Deve ser relacionado a situações que fazem referência a um lugar e quando a ideia de movimento não está presente. Por exemplo:

     

    O bairro onde você mora é perigoso.

    Não conheço a cidade onde minha mãe nasceu. 

     

    OBS: “Onde” somente deve ser empregado para designar locais físicos, ou seja, não pode ser usado em situações como "Ele conta piadas onde a vítima é sempre um português". Nesse caso, o correto é usar em que.

     

    Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/311/como-saber-quando-e-correto-usar-onde-e-aonde  (copia e cola na barra de endereços do browser) {ótimo site de consulta}

     

    Bons estudos a todos.

  • Paulatinamente:

    De forma progressiva:

    1 aos poucos, pouco a pouco, pausadamente, gradualmente, gradativamente, progressivamente, sucessivamente, um pouco de cada vez.

    De forma lenta:

    2 lentamente, devagar, vagarosamente, demoradamente, morosamente, calmamente.

  • Por que eu preciso morar em grandes cidades.... ---> "por que" é pronome interrogativo

     

    Porque sem dinheiro não se vive. --> "porque" é conjunção subordinativa causal

     

     por uma grande demanda em relação aos “porquês”.--> "porquê" é substantivo

     

     

  • Emerson R, o primeiro "por que" é ADVÉRBIO interrogativo, e não pronome interrogativo. Veja a diferença: 

     

    Pronome Interrogativo Ex.: Não sei por que caminho passastes.
    Referindo-se ao substantivo que vem na sua sequência. Também indica ideia vaga, indeterminada. A diferença para o pronome indefinido é que o pronome interrogativo vem inserido em frases interrogativas, diretas ou indiretas.
     

    Advérbio Interrogativo Ex.: Por que vocês não foram à festa?
    Referindo-se a verbo, com circunstância de causa, nas frases interrogativas diretas ou indiretas. Dica: Neste caso, pode ser substituído por "por que motivo".

     

    Fonte: Curso professora Adriana Figueiredo
     

  • GABARITO B

  • Paulatinamente é gradualmente, aos poucos.

  • Fiquei entre C, no final o chute prevaleceu xD