SóProvas


ID
2539987
Banca
FGV
Órgão
MPE-BA
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 1 – CHINA


Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha admiração pelos chineses só tem feito crescer. É um país que tem coesão e rumo, como notou o meu colega de coluna neste jornal Cristovam Buarque, que passou recentemente por aqui.

Coesão e rumo. Exatamente o que falta ao nosso querido país. E mais o seguinte: uma noção completamente diferente do tempo. Trata-se de uma civilização milenar, com mentalidade correspondente. Os temas são sempre tratados com uma noção de estratégia e visão de longo prazo. E paciência. A paciência que, como disse Franz Kafka, é uma segunda coragem.

Nada de curto praxismo, do imediatismo típico do Ocidente, que têm sido tão destrutivos e desagregadores.

Esse traço do chinês é até muito conhecido no resto do mundo. Há uma famosa observação do primeiro-ministro Chou En-Lai, muito citada, que traduz essa noção singular do tempo. Em certa ocasião, no início dos anos 1970, um jornalista estrangeiro lançou a pergunta: “Qual é afinal, primeiro-ministro, a sua avaliação da Revolução Francesa?” Chou En-Lai respondeu: “É cedo para dizer”.

Recentemente, li aqui na China que essa célebre resposta foi um simples mal-entendido. Com os percalços da interpretação, Chou En-Lai entendeu, na verdade, que a pergunta se referia à revolta estudantil francesa de 1968! Pronto. Criou-se a lenda.

Pena que tenha sido um mal-entendido. Seja como for, é indubitável que para os chineses o tempo tem outra dimensão. Para uma civilização de quatro mil anos ou mais, uma década tem sabor de 15 minutos. (O Globo, 15/9/2017)  

“Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha admiração pelos chineses só tem feito crescer. É um país que tem coesão e rumo, como notou o meu colega de coluna neste jornal Cristovam Buarque, que passou recentemente por aqui”.


A função textual da inclusão de Cristovam Buarque no texto 1 é a de:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito A

     

    A - Certo: da importância, mostra que o colega dele também achou a China relevante.

     

    B - Errado: essa aqui pode gerar um pouco de confusão, porem não encontramos no texto elementos que demontrem que o Cristovam Buarque é alguma autoridade no assunto, ele só é um amigo do autor que também gostou da China.

     

    C - Errado: só diz que o  Cristovam Buarque é colega dele e do mesmo nível, não é autoridade no assunto e nem nada de mais.

     

    D - Errada: afirmativa sem sentido.

     

    E - Errada: não da pra afirmar que o tema já foi tratado pelo jornal.

  • Sinceramente não concordo com o gabarito e acho que cabe recurso. Acredito que a letra "b" seja pertinente, pois mesmo que no texto não se evidencie a autoridade ou credibilidade em mencionar este senador, de uma maneira geral, quando estamos escrevendo uma redação, por exemplo, e utilizamos determinados autores, estamos fazendo para dar peso a redação, veracidade. Geralmenete, não se explica porque tal ator foi mencionado em tal contexto. Portanto, acredito que o autor tenha feito com a mesma intenção.

  • O colega dele compartilha da mesma opinião.
  • concordo, Amana. Fui na B achando que tinha acertado. 

  • Se o Cristovam não é uma autoridade no tema, por que é que a sua opinião dá importância ao assunto? O mero fato de ser senador já torna automaticamente sua opinião relevante, mesmo em assuntos alheios ao cargo? 

     

    Se existisse uma opção AB eu a marcaria.

  • Porque os professores do QC nunca comentam as questões que demandam interpretação?

  • Para   mim está claro que é para dar autoridade. É como se ele falasse: "Não sou só eu que acho, tem esta pessoa que escreve para este jornal importante, que tb acha!"

  • Penso igual aos demais, a melhor resposta é a B. Não há nada que indique "dar importância ao tema", quando citamos mais alguém que partilha da mesma opnião que nós, não necessariamente uma autoridade no assunto, queremos mostrar que há mais alguém que pensa como nós, a intenção é dar credibilidade ao que falamos.

  • "colega de coluna neste jornal"
    Se o cara é jornalista ele é sim uma autoridade no assunto. Um bom jornalisa sabe reconhece as características dos países.

  • Eu particularmente marcaria a "B". Os recursos não foram aceitos. Saiu o gabarito oficial.

  • Também fui na "B", mas.... paciência, né?!

  • caraca fui de B também, mas pensando bem...quem é esse Cristovam Buarque??? rsrsrs, tratei como autoridade sem saber quem era... Essa questão é um dos recursos da banca para ninguém gabaritar!

  • Esta é, com certeza, o tipo de questão que faz da FGV uma banca única '-'

  • Tem gente dizendo que não é a B, pq o Cristovão não é autoridade. Mas como ele deu importancia ao tema (alternativa a) citando alguém que não sabemos nada sobre?

  • Errei, mas percebi que como, na verdade, as observações são do Cristóvão Buarque e não dele, não tem como ele usá-lo para conferir credibilidade.

  • ERRADAS - 1.688 pessoas, assim como eu marcaram letra B

    CERTAS - 661 marcaram letra A, o gabarito da questão.

    Sem noção esse gabarito!

  • Olha as estatísticas desta questão.

  • O usuário "So lá", além de arrogante, critica o que ele mesmo fez, se a banca em momento algum disse que o Cristovam Buarque é autoridade para conferir autoridade e credibilidade, também em momento algum conferiu ao citado um status de figura importante da sociedade brasileira para que suas palavras deem importância ao texto.

    E se um senador da república, reconhecidamente um professor de alto gabarito, não é autoridade... quem será?

  • quando aperta pra ver o gabarito, todo mundo tem a mesma reação: "quê? como assim?" kkk

  • Aqueles 23% diferenciado, rsrsrsrsr.

  • Após inúmeras questões como essa da FGV, a conclusão que podemos chegar é que quando ele colocar na alternativa "dar autoridade..." devemos olhar se a citação vem de um especialista sobre o assunto. Se for, é a resposta correta. 

  • Pra mim nem A, nem B. Marquei a E, veja-se: "...como notou o meu colega de coluna neste jornal Cristovam Buarque..."

    Para mim não poderia ser A nem B porque o Senador Cristovam Buarque não é especialista na área de desenvolvimento econômico e social da china, razão pela qual não há de se dar nem mais importância, nem mais autoridade apenas porque ele falou.

    No entanto, expressamente o Senador é colega de coluna do Autor, que escreve para o mesmo jornal, de modo que, como Cristovam também é colunista do jornal e que ele (Critstovam) já havia notado que o país tinha coesão e rumo, é possível inferir que o tema já foi tratado no jornal.

  • Essa é a segunda questão do tipo que eu resolvo da FGV e erro. Eu não aguento mais essa banca. 

  • vai tomar no crush FGV

  • essa fgv tá de sacanagem vsf

     

  • Não vejo que seja de autoridade, o autor só cita algo que um colega já disse/fez.

     

    Fui na E porque o trecho "como notou o meu colega de coluna neste jornal Cristovam Buarque" dá a entender que este colunista também já escreveu sobre a China em algum momento, demonstrando a importância do tema.

     

    Nesse sentido, tanto a A quanto a E estão corretas.

     

    A única justificativa da E estar errada é que não é o jornal que tratou do assunto, mas um colunista que, normalmente, tem liberdade intelectual para falar do que quiser, não sendo uma opinião do jornal, embora esteja nele.

  • Na questão 863520, que tem a mesma lógica, o professor do QC pegou outro caminho para responder. Difícil captar as vossas mensagens, amados mestres.

  • Errei essa questão marcando a letra b, mas depois de ver a resposta e tentar me forçar a aceitar a letra A cheguei na conclusão que a banca na verdade coloca o termo " autoridade" como se Cristovam fosse uma autoridade no assumto, como um estudioso da área, o que ele não é, causando o erro da alternativa

  • sei lá quem é cristovam buarque

  • letra A.

    Quem é Cristovam Buarque pra dar credibilidade ao texto??? alguém conhece ?

  • a) dar importância ao tema escolhido para a crônica;

    (Citar outra pessoa conhecida do público e que também teceu comentários a respeito do assunto tratado dá importância ao tema. CORRETA)

    a) dar autoridade e credibilidade às observações do autor;

    (Apesar de o Cristóvão ser uma autoridade política, ele não é tido como um erudita no assunto China, então não atrelaria autoridade ou credibilidade necessariamente ao comentário do autor. A questão, a meu ver, brinca com os sentidos da palavra "autoridade", que poderia, nesse contexto, estar relacionada a cargo de poder ou a conhecimento vasto sobre algo. ERRADA)

    c) demonstrar o valor de sua coluna no jornal;

    (O fato de citar outro colunista do jornal não faria sua coluna ter mais valor. ERRADA)

    d) criticar indiretamente os gastos do Poder Legislativo;

    (O autor cita o Cristóvão não para ratificar a visão dele sobre um fator específico como o poder legislativo, mas sim a opinião compartilhada entre ambos quanto à mentalidade do povo chinês e a forma como conduzem as decisões, com paciência coesão e rumo. ERRADA)

    e) indicar que o tema já foi tratado pelo jornal.

    (O texto não diz que o assunto já havia sido tratado no Jornal, mas que o Cristóvão, quando esteve na China, comentou com o autor desse texto, que não é citado, algo com o qual ele concorda. ERRADA)

     

    GABARITO: Letra A.

     

    Obs.: Cristóvão Buarque é senador desde 2003 e foi candidato a presidência em 2006. Talvez seja um dos poucos políticos que ainda se preocupa com o tema EDUCAÇÃO. 

  • é facil justificar depois de ver o gabarito

  • fico feliz em ter errado e me sentir normal como os demais !

  • LETRA A.

    A LETRA B pode gerar dúvidas, mas Critovam Buarque, apesar de ser uma personalidade conhecida, não é uma autoridade no assunto. É simplesmente a opinião dele.

    A FGV costuma cobrar bastante questão com alternativas sobre argumentos de autoridade. É preciso ver se quem está falando é especialista no assunto ou se é mera opinião.

    Ex.: Doutor em português criticando o novo acordo ortográfico. (autoridade)

    Ex.: Doutor em português criticando a crise econômica. (opinião)