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ID
2560819
Banca
FCC
Órgão
TST
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Com base em descobertas feitas na Grã-Bretanha, Chile, Hungria, Israel e Holanda, uma equipe de treze pessoas liderada por John Goldthorpe, sociólogo de Oxford altamente respeitado, concluiu que, na hierarquia da cultura, não se pode mais estabelecer prontamente a distinção entre a elite cultural e aqueles que estão abaixo dela a partir dos antigos signos: frequência regular a óperas e concertos; entusiasmo, em qualquer momento dado, por aquilo que é visto como “grande arte”; hábito de torcer o nariz para “tudo que é comum, como uma canção popular ou um programa de TV voltado para o grande público”. Isso não significa que não se possam encontrar pessoas consideradas (até por elas mesmas) integrantes da elite cultural, amantes da verdadeira arte, mais informadas que seus pares nem tão cultos assim quanto ao significado de cultura, quanto àquilo em que ela consiste, ao que é tido como o que é desejável ou indesejável para um homem ou uma mulher de cultura.

      Ao contrário das elites culturais de outrora, eles não são conhecedores no estrito senso da palavra, pessoas que encaram com desprezo as preferências do homem comum ou a falta de gosto dos filisteus. Em vez disso, seria mais adequado descrevê-los – usando o termo cunhado por Richard A. Peterson, da Universidade Vanderbilt – como “onívoros”: em seu repertório de consumo cultural, há lugar tanto para a ópera quanto para o heavy metal ou o punk, para a “grande arte” e para os programas populares de televisão. Um pedaço disto, um bocado daquilo, hoje isto, amanhã algo mais.

      Em outras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum deles me identifico cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar outros prazeres. Sinto-me em casa em qualquer lugar, embora não haja um lugar que eu possa chamar de lar (talvez exatamente por isso). Não é tanto o confronto de um gosto (refinado) contra outro (vulgar), mas do onívoro contra o unívoro, da disposição para consumir tudo contra a seletividade excessiva. A elite cultural está viva e alerta; é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi. Porém, está preocupada demais em seguir os sucessos e outros eventos festejados que se relacionam à cultura para ter tempo de formular cânones de fé ou a eles converter outras pessoas.

(Adaptado de: BAUMAN, Zygmunt. A cultura no mundo líquido moderno. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2013, p. 6-7.) 

Ao fazer uso da primeira pessoa, no 3° parágrafo, o autor

Alternativas
Comentários
  • c) identifica-se discursivamente com os consumidores da cultura na atualidade, com o propósito de descrevê-los, mais do que se apresentar como um exemplo típico desse grupo. 

    Correta. Porque o autor , no tal parágrafo, coloca-se em posição dos consumidores, mesmo levando mais para um lado negativo segue a passagem que condiz isso: "Em outras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum deles me identifico cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar outros prazeres".

     

     

  • ACHEI A QUESTÃO MUITO DIFÍCIL, MASS AÍ VAI A VIAGEM..

     

    FUNDAMENTO:

     

     Em outras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum deles me identifico cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar outros prazeres. Sinto-me em casa em qualquer lugar, embora não haja um lugar que eu possa chamar de lar (talvez exatamente por isso). Não é tanto o confronto de um gosto (refinado) contra outro (vulgar), mas do onívoro contra o unívoro, da disposição para consumir tudo contra a seletividade excessiva. A elite cultural está viva e alerta; é mais ativa e ávida hoje do que jamais foi. (3ªparágrafo)

     

     

    ASSERTIVA:

     

    c) identifica-se discursivamente com os consumidores da cultura na atualidade (OS ONÍVOROS/ECLÉTICOS, QUE PERMEIAM POR DIVERSAS CULTURAS), com o propósito de descrevê-los, mais do que se apresentar como um exemplo típico desse grupo.

     

     

    EXPLICAÇÃO.. 

     

    1) PODE-SE PERCEBER QUE O AUTOR FALA, COMO SE UM DOS ONÍVOROS DA SOCIEDADE ATUAL ESTIVESSE FALANDO, COMO SE ELE ESTIVESSE REPRODUZINDO/IMITANDO UM DAQUELES.

     

    2) E POR QUE ESSA CONCLUSÃO  ??

     

    3) PORQUE O AUTOR EMITE UM JUIÍZO DE VALOR QUE ESTÁ ENTRE PARENTESES, DE VERMELHO

     

    4) ESSE JUÍZO DE VALOR É UMA OPINIÃO PESSOAL DELE PRÓPRIO, COMO SE ELE ESTIVESSE DEIXANDO DE LADO, POR UM MOMENTO A REPRODUÇÃO/IMITAÇÃO DO ÓNIVORO..

     

     

     

    GAB C

  • Alguém sabe me dizer porque não a letra "D"?

  • Concurseiro coração, a letra D de cara é descartada pelo fato dele expressar seu ponto de vista no seguinte trecho: Em outras palavras, nenhum produto da cultura me é estranho; com nenhum deles me identifico cem por cento, totalmente, e decerto não em troca de me negar outros prazeres. Sinto-me em casa em qualquer lugar, embora não haja um lugar que eu possa chamar de lar (talvez exatamente por isso). 

  • Pode-se ficar em dúvida com a letra (b), mas diante da alternativa em relação ao texto, em momento algum não há inserção de que ele era simpatizante da elite

  • Essa prova do TST não foi para amadores....rss

  • Tiago Costa, concordo que o termo "elite" não condiz muito com o autor.
    Mas acredito que o erro da alternativa "b)" esteja mais gritante na sua parte final após a vírgula.

     

    Não encontrei no texto, principalmente no 3º parágrafo, essa alegação de falta de critérios para distinguir o que seja ou não cultura.
    O autor inicia o parágrafo com "nenhum produto da cultura me é estranho" - indica conhecimento.

     

    Erros, aceito correção.

  • Essa prova não acaba não? kkkkkk
     

  • Reportem abuso desse EDMIR DANTES, está atravessando nos comentários das questões ! aqui não é ajuda motivacional não rapaz, é ESTUDO, E COM SERIEDADE !!