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ID
256495
Banca
FCC
Órgão
TRT - 24ª REGIÃO (MS)
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Existe uma longa tradição analítica que divide a economia
em três setores: primário (atividades agropecuárias), secundário
(indústrias extrativas, de transformação, construção civil e
utilidades públicas) e terciário (que inclui todos os tipos de serviços
públicos e privados). Até aí tudo bem. Entretanto, há também
uma tradição em associar as atividades primárias a baixa
produtividade, pouca tecnologia e reduzida interconexão com o
resto da economia, além de reduzida eficiência organizacional.
Ao mesmo tempo, associam-se à indústria qualidades opostas,
ou seja, elevada produtividade, maior nível tecnológico e sofisticada
organização.

Historicamente isso certamente é correto, pelo menos
até há pouco tempo, o que resultou em uma proposição ainda
hoje extraordinariamente difundida e aceita de que mais indústria
é bom e mais agricultura é ruim do ponto de vista do crescimento.
Um corolário imediato é também derivado na área de
comércio exterior: mais exportações agrícolas (e minerais) pouco
contribuem para o crescimento de longo prazo, pois provocam
valorização cambial e pouca expansão do emprego, prejudicando
a indústria, a chave do crescimento.

Essa dicotomia apresenta hoje muitos problemas para
ser usada sem cautela, por algumas razões. Uma parte crescente
das novidades tecnológicas não está na indústria, mas
sim nos serviços, onde se destacam a Tecnologia da Informação
(TI), as comunicações, os serviços criativos, etc. Esse fenômeno
é tão poderoso que se reconhece que vivemos uma revolução
de software, onde se gera a maior parte do valor, que coloca
o hardware (máquinas e equipamentos), como caudatários
do processo. Por outro lado, a TI permitiu uma ampla modificação
no sistema de produção, em que se busca cada vez mais
foco e especialização para a cadeia de produção. Como consequência,
as atividades produtivas se organizam de maneiras diferentes,
formando cadeias muito mais complexas do que no
passado e tornando, a meu juízo, envelhecidas as contraposições
do tipo agricultura versus indústria.

(Adaptado do artigo de José Roberto Mendonça de Barros. O
Estado de S. Paulo
, B6/Economia, 7 de março de 2010)

A respeito do 1º parágrafo do texto, está INCORRETO o que consta em:

Alternativas
Comentários
  • A letra "D" está incorreta devido a um fenômeno bem parecido ao que ocorre com o verbo esquecer.

    O verbo esquecer é transitivo direto, quem esquece, esquece algo.

    Eu esqueci aquilo.

    Quando colocamos a partúcula "SE" ,sendo a tal "PIV",  nesses verbos eles se tranformam em transitivos indiretos, quem se esquece, se esquece de algo.

    Eu me esqueci daquilo.


    Voltando a questão.

    Em "à industria" a crase é exigida pelo verbo associar-se e não pelo verbo associar conforme afirma a questão.
  • Eu entendi seu comentário, mas por que a E está errada??
  • A letra E está correta pois AO MESMO TEMPO está dando continuidade à ressalva iniciada anteriormento por ENTRETANTO.

    ... Entretanto (ressalva) associaram isso a isso... Ao mesmo tempo que fizeram aquilo (ressalva), também associaram isso a isso...

    OBS: não basta observar a palavra no item da questão, tem que ver seu emprego NO TEXTO!

    Abraços
  • Alguém sabe por que não se usa crase na assertiva: Associar as atividades primárias a baixa produtividade? VTDI + (palavra feminina)
    Obrigado!
  • Galera, o erro na D está no fato de que não denotam incorreção, pois o verbo foi usado como sim como VTDI, mas, no primeiro caso, a crase não veio por a preposição vir antes de uma sequencia de objetos indiretos que não vieram precedidos do artigo a, para que, assim, houvesse a ocorrência de crase antes de cada objeto, e não apenas de um.
  • Pelo que entendi, a Letra D é o gabarito (ou seja, a D é a incorreta) pois houve uma incorreção, só que esta incorreção não é por causa de ter sido empregado o mesmo verbo (associar)
    Perceba que no primeiro comentário, o colega nos ensina que Associar e Associar-se são verbos diferentes
    Portanto, é necessária o acento indicativo da crase em à baixa produtividade. Quem associa, associa algo a alguma coisa. 
    Caso discordem, favor avisar! Obrigado
  • É o tipo de questão bem capciosa, que faz o candidato errar não pelo fato de não conhecer o assunto, mas pela desanteção. O erro da alternativa "d" não só reside na observância da regência verbal, mas sobretudo reside na afirmação que a alternativa faz. A questão, ao considerar que a ausência e a presença do sinal de crase denotam incorreção, ela qualifica o segmento craseado como incorreto, o que é falso. Apenas o segmento que não está craseado é incorreto, pois o caso é de ocorrência de crase. Vejam os exemplos:


    ASSOCIAR

    1. algo ou alguém A algo ou alguém (estabelecer relações com)

    _ Laura associava o cheiro do café à sua infância na fazenda.

    _ A enfermeira insistia em associar o fisioterapeuta ao médico.

    _ Associo perfumes fortes ao meu ex-namorado.

    _ Em seus discursos, ele associava o deputado a um prefeito corrupto.

    _ Só faltava associar o filho ao poder político vigente.


    Portanto, ao generalizar, ou seja, dizer que em ambos segmentos há incorreção, a questão se tornou errada, pois apenas um segmento está incorreto (o que falta crase).

  • Ipsis litteris do colega : "Galera, o erro na D está no fato de que não denotam incorreção (a expressão está sim correta), pois o verbo foi usado sim como VTDI, mas, no primeiro caso, a crase não veio por a preposição vir antes de uma sequencia de objetos indiretos que não vieram precedidos do artigo a, para que, assim, houvesse a ocorrência de crase antes de cada objeto, e não apenas de um".

    Ou seja, para que o sinal indicativo de crase fizesse presente na expressão " a baixa produtividade", seria indispensável que as expressões "pouca tecnologia e reduzida interconexão" viessem precedidas do artigo "a", para que pudéssemos afirmar que esse "a" da expressão " a baixa produtividade" fosse a fusão do artigo com a preposição. Logo, a ausência do artigo "a" faz-nos  presumir que aquele "a" antes de "a baixa produtividade" trata-se de preposição sozinha, não havendo fusão (a+a) que justificasse o acento indicativo da crase.


    O trecho no texto: ... "há uma tradição em associar as atividades primárias  a baixa produtividade, pouca tecnologia e reduzida interconexão" ...                                              vtdi                   obj.direto                                                  obj.indireto


    Para que viesse com a crase: ... "há uma tradição em associar as atividades primárias à baixa produtividade, à pouca tecnologia e à reduzida interconexão"...


  • A letra D se justifica por conta do paralelismo sintático ou homogeneidade estrutural.


  • d)

    A ausência e a presença do sinal de crase nos segmentos associar as atividades primárias a baixa produtividade, pouca tecnologia e reduzida interconexão com o resto da economia e associam-se à indústria qualidades opostas denotam incorreção, por ter sido empregado o mesmo verbo, associar.