SóProvas


ID
2579332
Banca
IF-SC
Órgão
IF-SC
Ano
2017
Provas
Disciplina
Redação Oficial
Assuntos

De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, “a redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da Constituição, que dispõe, no artigo 37: "A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...). Sendo a publicidade e a impessoalidade princípios fundamentais de toda administração pública, claro está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais”.


Sobre os aspectos gerais da redação oficial, marque (V) para as afirmativas verdadeiras e (F), para as falsas.


( ) O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre: da ausência de impressões individuais de quem comunica, da impessoalidade de quem recebe a comunicação e do caráter impessoal do próprio assunto tratado.

( ) Há consenso de que o padrão culto é aquele em que se observam as regras da gramática formal, e se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma.

( ) O uso do padrão culto implica emprego de linguagem burocrática e figuras de linguagem próprias da língua literária.

( ) A clareza datilográfica, o uso de papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação do texto são indispensáveis para a padronização.

( ) A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial e atende, basicamente ao princípio de economia linguística, fazendo-se necessário eliminar passagens substanciais do texto para reduzi-lo em tamanho.

( ) Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. A clareza é algo que se atinge por si só: ela independe das demais características da redação oficial.


Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA de cima para baixo.

Alternativas
Comentários
  • 1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais

            A necessidade de empregar determinado nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e objetividade.

            As comunicações que partem dos órgãos públicos federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua compreensão dificultada.

            Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar.

            A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos.

            O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão culto é aquele em que a) se observam as regras da gramática formal, e b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos.

  •    Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária.

            Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um "padrão oficial de linguagem"; o que há é o uso do padrão culto nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.

            A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.

    Outras questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.

  • Gabarito: E

     

    Impessoalidade de quem recebe? Hã? Não é de quem comunica? 

    Alguém pode explicar isso, por favor? 

     

    Acompanhando os comentários... 

  • Examinador desgraçado, acho que a impessoalidade de quem recebe é porque não é em relação a "pessoa" o objetivo da comunicação oficial, mas de uma x situação relacionada ao cargo ou ao órgão (algo objetivo, como característica da impessoalidade de quem escreve e de quem recebe e não o caráter subjetivo).

  • A importância de fazer muitas questões, o máximo que puder, tá nisso... 

    A algum tempo atrás tive uma dúvida, esclarecida pela minha salvadora Fernanda, hoje fazendo mais questões me deparei com uma que vai ao encontro da minha indagação.

     

    Quem puder dê uma olhada: Q335518

     

    Bons estudos a todos. Não desistam. 

  • "Percebe-se assim que o tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam das comunicações oficiais decorre:

    a) da ausência de impressões individuais de quem comunica [...]

    b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação [...]

    c) do carater impessoal dopróprio assunto tratado [...]"

    MRPR.

  • @EXAMINADOR DESGRAÇADOR

    A impessoalidade da correspondência oficial deve abranger sempre três esferas:

    Þ     quem emite a comunicação (emissor);

    Þ     o assunto a ser tratado (mensagem);

    Þ     quem vai receber a comunicação (receptor). 

  • Gab E

    (F) O uso do padrão culto implica emprego de linguagem burocrática e figuras de linguagem próprias da língua literária.

    Correção: Em razão de seu caráter público e de sua finalidade, os atos normativos e os expedientes oficiais requerem o uso do padrão culto do idioma, que acata os preceitos da gramática formal e emprega um léxico compartilhado pelo conjunto dos usuários da língua. O uso do padrão culto é, portanto, imprescindível na redação oficial por estar acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas, regionais; dos modismos vocabulares e das particularidades linguísticas. A língua culta é contra a pobreza de expressão e não contra a sua simplicidade;

    o uso do padrão culto não significa empregar a língua de modo rebuscado ou utilizar figuras de linguagem próprias do estilo literário

    .

    (F) A concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial e atende, basicamente ao princípio de economia linguística, fazendo-se necessário eliminar passagens substanciais do texto para reduzi-lo em tamanho.

    Correção: Conciso é o texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Não se deve de forma alguma entendê-la como economia de pensamento, isto é, não se deve eliminar passagens substanciais do texto com o único objetivo de reduzi-lo em tamanho. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito.

    (F) Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. A clareza é algo que se atinge por si só: ela independe das demais características da redação oficial.

    Correção: para se atingir a clareza é necessário observar/utilizar alguns elementos como utilizar palavras e expressões simples, usar frases curtas, bem estruturadas; buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto etc.

    MRPR.