Esse acordo compromete a uma série de nações industrializadas (Anexo B do Protocolo) a reduzir suas emissões em 5,2% - em relação aos níveis de 1990 – para o período de 2008- 2012. Esses países devem mostrar “um progresso visível” no ano de 2005, ainda que não se tenha chegado à um acordo sobre o significado desse item. Estabelece 3 “mecanismos de flexibilidade” que permitem à esses países cumprir com as exigências de redução de emissões, fora de seus territórios. Dois desses mecanismos correspondem somente a países do Anexo B: a Implementação Conjunta(Joint Implemention) e o Comércio de Emissões (Emission Trading); o terceiro, o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo-MDL (Clean Development Mechanism), permite atividades entre o Norte e o Sul, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento sustentável. Espera-se que os distintos “crédito de carbono”, destinados a obter reduções dentro de cada item, serão comercializados entre países de um mesmo mercado de carbono. As negociações acerca dos detalhes, incluindo a forma em que se distribuirão os benefícios, estão em andamento.
Para ficar ligado!!!
A Presidência do Catar, organizadora da conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o clima (COP-18), anunciou ontem a prorrogação do Protocolo de Kyoto até 2020.
Assim como os russos, a delegação dos Estados Unidos afirmou que não aceitava alguns dos pontos dos textos que Al-Attiya considerou como adotados.
A segunda fase de Kyoto estipula que a União Europeia (UE), a Austrália e uma dezena de países industrializados reduzam suas emissões de gases de efeito estufa antes de 2020. Japão, Canadá e Rússia não entraram no acordo. Os Estados Unidos nunca o ratificaram, por entender que países em desenvolvimento, e por isso poluentes também, como China e Índia, deveriam estar dentro das metas de redução de gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O).
Prolongar o protocolo, cuja validade venceria no fim deste mês, foi considerado fraco por muitos especialistas, mas não deixa de ser o único comprometimento público acordado por mais de 190 países que tiveram representantes em Doha. O Catar havia proposto ontem pela manhã um texto de compromisso para tentar evitar o fracasso do encontro.
Tudo às pressas : Os delegados realizaram consultas durante toda a noite para tentar desbloquear, em vão, alguns temas muito delicados, entre eles o da ajuda financeira exigida para o enfrentamento de países insulares e em desenvolvimento dos efeitos do aquecimento global. Eles pedem US$ 60 bilhões de dólares até 2015 para fazer a transição entre a ajuda de emergência de US$ 30 bilhões, concedida para o período 2010 – 2012, e a promessa de US$ 100 bilhões anuais até 2020. Os principais países doadores se negaram a se comprometer a conceder essa soma
A conferência de Doha tinha por objetivo fazer nascer, a partir de 1º de janeiro de 2013, o segundo período do Protocolo de Kyoto, única ferramenta que compromete os países industrializados a reduzir a emissão dos gases. Seu alcance foi considerado simbólico, já que os compromissos, principalmente os da União Europeia e da Austrália, depois da desistência do Japão, Rússia e Canadá, representam apenas 15% das emissões globais de gases de efeito estufa.