SóProvas


ID
2590972
Banca
FGV
Órgão
SEFIN-RO
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I – Do que as pessoas têm medo?


A geração pós-1980 e início de 1990 só conhece os tempos militares pelos livros de História e pelas séries da TV. Para a maioria dela, as palavras “democracia” e “liberdade” têm sentido diferente daquele para quem conheceu a falta desses direitos e as consequências de brigar por eles. Se hoje é possível existir redes sociais; se é possível que pessoas se organizem em grupos ou movimentos e digam ou escrevam o que querem e o que pensam, devem-se essas prerrogativas a quem no passado combateu as arbitrariedades de uma ditadura violenta, a custo muito alto.

A liberdade não é um benefício seletivo. Não existe numa sociedade quando alguns indivíduos têm mais liberdade que outros, ou quando a de uns se sobrepõe à de outros.

É fundamental para a evolução das sociedades compreender que o status quo das culturas está sempre se modificando, e que todas as modificações relacionadas aos costumes de cada época precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis. Foi assim com a conquista do voto da mulher, com a trajetória até o divórcio e para que a “desquitada” deixasse de ser discriminada. Foi assim, também, com outros costumes: o comprimento das saias, a introdução do biquíni, a inclusão racial, as famílias constituídas por união estável, o primeiro beijo na TV e tantas outras mudanças que precisaram vencer os movimentos conservadores até conseguirem se estabelecer. Hoje, ninguém se importa em ver um casal se beijando numa novela (desde que o casal seja formado por um homem e uma mulher). Há pouco mais de 60 anos, o primeiro beijo na TV, comportado, um encostar de lábios, foi um escândalo para a época.

A questão do momento é se existe limite para a expressão da arte.

                                    Simone Kamenetz, O Globo, 18/10/2017. (Adaptado) 

O último parágrafo do texto afirma que a “questão do momento” é a de saber se existe limite para a expressão da arte.


O termo “questão do momento” tem a função de

Alternativas
Comentários
  • Sutis diferenças entre as alternativas. O difícil é acertar o que está na cabeça do examinador dessa banca.

  • Questão sinistra essa !  

  • Gab. D

    Depois de todos os exemplos de limites à liberdade já citados, a autora quis trazer para a atualidade a MESMA QUESTÃO: a falta de liberdade. Porém, na arte. Então, para isso, ela trouxe o mesmo problema para o cenário atual, no qual antigamente, as pessoas sofriam a mesma restrição (restrição semelhante): A falta de liberdade social e artística. Ambas restrições ocorreram em épocas diferentes. Esta é atual e aquela ocorreu no passado.

  • Eu só identifiquei UMA semelhança, quais seriam as demais?

    Se alguém puder ajudar...

  • Então, o que ocorre é que a autora vai expondo várias questões morais, que impediam a expressão da liberdade, levantadas em épocas diferentes. Fala no estigma da mulher "desquitada", que por isso era descriminada (limite à liberdade de escolher se separar ou não), no escândalo ao se ver o primeiro beijo na TV (limite à exposição dessa forma de afeto em público, excesso de pudor), fala em introdução do bíquini (limites morais à liberdade de uso de trajes que mostrem o corpo) e por aí vai. Por fim, arremata que, da mesma maneira que tais questões foram levantadas antes, hoje a questão é se a liberdade de expressão na arte deve ser limitada por outros fatores (morais, políticos, ideológicos, etc). 

     

    A) Errada. Em momento algum do texto há gradação de gravidade acerca das questões anteriores e as atuais.

     

    B) Errada. As questões da atualidade são semelhantes, pois também se referem à liberdade e à quebra de paradigmas.

     

    C) Errada. O objetivo é justamente o contrário, não destacar os valores morais, mas a necessidade de quebrar tais paradigmas.

     

    D) Correta. Como exposto anteriormente, a intenção da autora é demonstrar que hoje há questões morais "barrando" a liberdade de expressão artística da mesma maneira que outras questões prejudicaram outras liberdades em épocas passadas.

     

    E) Errada. Vide letra D.

  • Aquela típica questão que após ler TODOS os comentários eu digo: entendi. Mas o problema é que na prova não tem comentários dos colegas, difícil compreender na hora.

  • Sem condições. É nítida a discrepância entre a abordagem da liberdade antigamente (pouca liberdade) e a liberdade nos tempos atuais ( muita liberdade).

    Antigamente, a luta era por um pouquinho de liberdade de expressão que fosse. Hoje, a discussão é se há limite para a expressão da arte.

    FGV SUA LINDA, A PROVA É DE PORTUGUÊS OU DE FILOSOFIA? Subjetividadeee totaaal

     

  • "Tem muita questão nessa subjetividade."  ;) 

  • Como resolver e acertar provas de português: nunca marque a alternativa óbvia. Bons estudos kkk 

  • Comentários

    a) errada - não está dizendo que a arte é um problema atual grave.

    b) não, a expressão da arte tem tudo a ver com os temas abordados acima (ex; beijo na novela - teatro, arte..) 

    c) a autora usa a exrpressão "questão do momento" para dizer que hoje o tema bastante falado é sobre a censura na arte.

    d) correto  - a censura na arte tem tudo a ver com as questões citadas no texto, censura das roupas que as mulheres vestem, censura de cenas de beijo na novela, etc 

    "essa questao" = a questao da arte

    " anteriores" = são as questões dos exemplos da censura de roupa, censura de beijo na novela, etc

  • "É fundamental para a evolução das sociedades compreender que o status quo das culturas está sempre se modificando, e que todas as modificações relacionadas aos costumes de cada época precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis [...].

    A questão do momento é se existe limite para a expressão da arte".

     

    Esse excerto serve para responder a questão. 

     

     

    d. mostrar semelhanças entre essa questão e as já citadas. 

     

    A semelhança que há entre todas as questão já citadas e a questão do momento (qual seja: limites à arte) está no fato de que se tratam de assuntos relacionados aos costumes vigentes na sociedade, isto é, de assuntos que visam a superar tais costumes. Ainda há (e espero que se mantenha) um espírito conservador em nossa sociedade em vários temas, e um desses temas, como a mídia mostra, é o limite clamado pela maioria da população para a arte, limite este que se encontra, por exemplo, no envolvimento de crianças em teatralizações libertinas ou nas exposições afrontosas à religião.

     

    e. indicar a diferença entre essa questão e as anteriores. 

     

    Não há diferenças. São questões polêmicas cada uma em sua época. 

    Vou além, essa ausência de diferenças é à luz do posicionamento da autora do texto. Para ela, o que se discutiu antigamente e o que se discute hoje têm o mesmo nível de tabu social. No entanto, se se buscasse uma análise subjetiva, aí poderia haver diferenças, como para mim há. Ora, a autora induz ao raciocínio de que querer fixar limites para a arte é tão absurdo como o que já foi impedir a mulher de votar. A meu sentir, independentemente do contexto em que se habita, são assuntos que merecem graus distintos de tolerância.

  • Demonstrou com o tema arte a repudia que os temas anteriores causaram em seu tempo! Uma forma do leitor poder fazer um juízo de valor com algo do seu tempo.

  • kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk questão fácil se vc sabe o que passa na cabeça do elaborador naquele momento!

  • Mas como que pode a B estar errada para a banca, se, na sequência, em outra questão da mesma prova Q863654, no cabeçalho a banca faz prova contra ela mesma: “... encaminha a discussão da liberdade para o terreno da arte”? Enfim... vamos que vamos!

  • ai que ódio!

  • É fundamental para a evolução das sociedades compreender que status quo das culturas está sempre se modificando, e que todas as modificações relacionadas aos costumes de cada época precisaram quebrar paradigmas que pareciam imutáveis. Foi assim com a conquista do voto da mulher, com a trajetória até o divórcio e para que a “desquitada” deixasse de ser discriminada. Foi assim, também, com outros costumes: o comprimento das saias, a introdução do biquíni, a inclusão racial, as famílias constituídas por união estável, o primeiro beijo na TV e tantas outras mudanças que precisaram vencer os movimentos conservadores até conseguirem se estabelecer. Hoje, ninguém se importa em ver um casal se beijando numa novela (desde que o casal seja formado por um homem e uma mulher). Há pouco mais de 60 anos, o primeiro beijo na TV, comportado, um encostar de lábios, foi um escândalo para a época.

    A questão do momento é se existe limite para a expressão da arte.

                     

    -> A autora começa dizendo que há um status quo (uma situação inicial) e que essa situação vai mudando, os costumes de CADA ÉPOCA são mudados, os paradigmas imutáveis tornam-se mutáveis. Há uma ideia de constante ciclo, o que antes existia é desconstruído, dando origem a algo novo.

    -> a questão DO MOMENTO é essa ...

    A autora está dizendo (no decorrer do parágrafo) vários itens que foram considerados "questões/ paradigmas de seu tempo", depois, ela diz: ei!! a questão de hoje, do momento, o paradigma da atualidade é se existe limite para a expressão da arte.

    a) ela não diz que os atuais são mais graves...

    b) não são questões diferentes, ela não faz medição se é mais importante ou não, se é diferente ou não. Ao contrário, ela trata todos como paradigmas.

    c) novamente, ela não visa valores morais, não faz esse juízo de valor.

    e) ela não faz juízo de valor sobre: igual ou diferente/ maior ou menor....

    d) tudo o que ela coloca no parágrafo são exemplos de questões tidas como paradigmas, cada um de seu tempo. Paradigmas que foram alterados, desconstruídos ou não. O de hoje, da atualidade, é o paradigma dos limites da arte.

  • Quanto mais eu erro interpretação da FGV, mais qualificado fico para as próximas.

  • Essa questão ficou no vácuo para mim. Alguém sabe dizer se acompanhado ao texto havia alguma figura? O gabarito "D" ficou sem sentido. Como assim "mostrar semelhanças entre essa questão e as já citadas"? A tal "essa questão" que retoma "questão do momento" no texto, não foi apresentada. Quem a disse foi o professor em vídeo na resposta. Ou seja, aquele caso (escabroso) do homem nu com crianças.

  • As vezes eu acho que os preparadores das provas de português da FGV sofrem de analfabetismo funcional. Sempre ao menos tem uma questão com o gabarito absurdo nas provas de português deles, normalmente mais de uma.

  • Nem leio muito comentários de Português, FGV, porque as alternativas são todas subjetivas e quem estuda fica perdidinho. Os comentários dos colegas é uma resenha, viu.

    Tá ruim, mas tá bom.

    Alô PCRN, o chicote vai estralar viu.

  • Pelo jeito, para questões de interpretação de textos da FGV você elimina fácil três alternativas e fica entre duas. Aí escolhe uma que lhe parece mais lógica e a resposta é a outra. Sempre que ficar entre duas, a que eu achar que esta certa, tomarei como errada. Assim tem mais chance de acertar.

  • Embora não concorde, fui por o que achei que a banca gostaria de ouvir.