SóProvas


ID
2605357
Banca
IBADE
Órgão
SEE -PB
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 2 


O nascimento da crônica


      Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica.

      Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem.

      Quando a fatal curiosidade de Eva fez-lhes perder o paraíso, cessou, com essa degradação, a vantagem de uma temperatura igual e agradável. Nasceu o calor e o inverno; vieram as neves, os tufões, as secas, todo o cortejo de males, distribuídos pelos doze meses do ano.

ASSIS, Machado. “Crônicas Escolhidas", Editora Ática - São Paulo, 1994, pág. 13, e extraído do livro “As Cem Melhores Crônicas Brasileiras", Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2007, pág. 27, organização e introdução de Joaquim Ferreira dos Santos.

A palavra destacada em “manda-SE um suspiro a Petrópolis” morfologicamente é:

Alternativas
Comentários
  • Partícula apassivadora: acompanha VTD/VTDI.

    Índice de Indeterminação do Sujeito: vem acompanhando VTI/VI/VL.

  • NO PRONOME APASSIVADOR ADMITE VOZ PASSIVA.

  • Os verbos mandar, deixar, fazer, sentir e ouvir não admitem os pronomes oblíquos átonos como sujeitos acusativos e/ou sensitivos? Excluindo-se essa ideia, considero verdadeiro o gabarito.

  • gabarito A para os não assinantes

  • Sempre acompanha VTD ou VTDI para indicar para indicar que o sujeito explicito da frase tem valor paciente, ou seja, sofre a ação verbal.
    BIZU --> sempre e possível reescrever a frase passando para a voz passiva analítica, ou seja, tranformando verbo em locução verbal (SER + PARTICIPIO).

    manda-SE um suspiro a Petrópolis

    Um suspiro é mandado a Petrópolis

    Fernando pestana - A Gramática para Concursos Públicos

  • Errei esta questão pq achei que a banca pedia para achar a resposta de acordo com a MORFOLOGIA (morfologicamente). Por isso, eliminei de cara o PA e IIS. Coloquei conjunção integrante pois ao substituir o SE por ISSO deu certo (Manda-se um suspiro a metropolis- Manda ISSO).

    Meu raciocinio foi totalmente errado? 

     

  • VOZ PASSIVA SINTETICA

     

  • manda-SE um suspiro a Petrópolis

     

    ORDEM DIRETA

    Um suspiro é mandando a Petrópolis

  • manda-SE um suspiro a Petrópolis


    --> Quem MANDA, manda ALGUMA COISA (um suspiro) a ALGUÉM/ALGUM UM LUGAR (a Petrópolis) --> Objeto Direto + Objeto indireto --> VTDI


    --> Só de já ser VTD já deduzimos que a palavra -SE só pode ser partícula apassivadora.


    O sujeito (paciente) é "um suspiro" (o que é diferente de falar em quem pratica a ação verbal, o que não sabemos)


    Além disso podemos transpor a voz passiva sintética para a analítica e, assim, verificamos que se trata de voz passiva e que o -SE é PA.


    Um suspiro É MANDADO...

  • NO PRONOME APASSIVADOR ADMITE VOZ PASSIVA.


    Um suspiro a Petrópolis é mandado


  • A minha dica quando houver dúvidas com

    -partícula apassivadora.

    -índice de indeterminação do sujeito.

    coloque a frase nu plural, caso ocorra a flexão fato será partícula apassivadora

    mandam-SE ALGUNS suspiros a Petrópolis