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ID
2613877
Banca
SELECON
Órgão
Prefeitura de Cuiabá - MT
Ano
2018
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Embora Freud não tenha escrito nenhum texto sobre o tema da aprendizagem, autores como Maria Cristina Kupfer (1992) abordam tal tema a partir de uma perspectiva freudiana. Segundo tal autora, nessa perspectiva, a aprendizagem deve ser entendida a partir do conceito de:

Alternativas
Comentários
  • Kupfer apresenta a discussão acerca de quais os determinantes psíquicos que levam alguém a ser um desejante de saber. 

    A autora concebe a relação professor-aluno tendo em vista o dispositivo transferencial que é posto em operação, uma vez que considera que a relação de aprendizagem implica um investimento sobre o outro. E lembra que é necessário que o professor seja capaz de suportar as implicações que ser colocado nesse lugar produz.

    É pela educação que um adulto marca seu filho com marcas de desejo, por meio das quais o Outro primordial se intromete na carne do bebê transformando-a em linguagem. Assim, é através do discurso que o laço social acontece, atrelando o falante ao Outro. Nessa perspectiva, o ato educativo é concebido como uma prática social discursiva que também é responsável pela imersão da criança na linguagem, tornando-a capaz de produzir discurso e com isso armar laço social. Além disso, a psicanálise trouxe para a educação o entendimento de que transmissão de saber implica transmissão de demanda social além do desejo, assim como transmissão de marcas, como transmissão de estilos de obturação da falta do Outro.

  • Pulsão de saber: associada a pulsões de domínio e a pulsões de ver.

  • Questão referente a uma bibliografia muito específica, mas poderia ser respondida ao se observar que a única assertiva que faz associação dos conceitos freudianos com a aprendizagem é a alternativa “C".

    Porém indo mais a fundo no trabalho da autora, em seu livro “Freud e a educação. O mestre do impossível", edição de 1989, ela nos apresenta o conceito de pulsão de saber, muito manifesta em crianças que, por exemplo passam seu tempo caçando bichinhos, cortando-os em pedaços e que podem patologicamente ser classificadas como sádicas e agressivas, quando, na verdade, apenas estão deixando fluir sua pulsão de domínio. Isso associa-se a curiosidade infantil, e é importante que educadores estejam cientes dessa dimensão, presente em todo ato de conhecimento: a dimensão da curiosidade sádica propiciada pela pulsão de domínio.

    Já a correlação da pulsão de saber com a pulsão de ver nos é apresentada quando a autora coloca tal dimensão no mesmo patamar das pulsões oral, anal e fálica – muito comentadas no desenvolvimento sexual infantil –, dando evidência a um outro elemento central na constituição da sexualidade: a fantasia da cena primária, ou cena de relação sexual entre os pais, na qual essa relação sexual é objeto de uma visão pela qual o sujeito imagina sua origem. Porém essa pulsão é sublimada, e transforma-se, após a associação com a pulsão de domínio, em pulsão de saber. Transforma-se em curiosidade agora dirigida, porque sublimada, a objetos de modo geral, sendo derivações dessa o prazer de pesquisar, o interesse pela observação da natureza, o gosto pela leitura, o prazer de viajar (ver coisas distantes e novas), etc.

    A bibliografia pode ser acessada na íntegra em http://peadrecuperacao.pbworks.com/w/file/fetch/104607070/Freud


    GABARITO: C