SóProvas


ID
2642896
Banca
FEPESE
Órgão
CELESC
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O lado bom de não saber


Uma das coisas mais inteligentes que um homem e uma mulher podem saber é saber que não sabem. Aliás, só é possível caminhar em direção à excelência se você souber que não sabe algumas coisas. Pior do que não saber é fingir que sabe. Quando você finge que sabe, impede um planejamento adequado, uma ação coletiva eficaz. Por isso, a expressão “não sei” é um sinal de inteligência. Gente que não tem dúvida não é capaz de inovar, de reinventar, não é capaz de fazer de outro modo; só é capaz de repetir. Claro, você não pode ser alguém que só tem dúvidas, mas não tê-las é sinal de tolice. “Será que estou fazendo do melhor modo? Da maneira mais correta? Será que estou fazendo aquilo que deve e pode ser feito?”

      Só seres que arriscam erram. Não confunda erro com negligência, desatenção e descuido. Ser capaz de arriscar é uma das coisas mais inteligentes para mudar. Quem inventou a lâmpada elétrica de corrente contí- nua foi Thomas Edison, sabemos. O que nem sempre se tem ideia é que ele fez 1.430 experiências antes de chegar à lâmpada que deram errado. Ele inclusive registrou: inventei 1.430 modos de não fazer a lâmpada. Porque é muito importante também saber o que não fazer. Ele aprendeu que o fracasso não acontece quando se erra, mas quando se desiste face ao erro.

      Num mundo competitivo, para caminhar para a excelência é preciso fazer o melhor, no lugar de, vez ou outra, contentar-se com o possível. E isso exige humildade e exige que coloquemos em dúvida as práticas que já tínhamos. Só quem acha que já sabe acaba caindo na armadilha perigosa que é não dar passos adiante.

      Qual o contrário de humildade? Arrogância. Gente arrogante é gente que acha que já sabe, que não precisa aprender, que costuma dizer: “Há dois modos de fazer as coisas, o meu ou o errado. Escolha você”. Arrogância é um perigo porque ela altera inclusive a nossa capacidade de aprender com o outro, de entrar em sintonia. Bons músicos não fazem uma boa orquestra a menos que eles tenham sintonia. E essa sintonia vem quando as pessoas respeitam a atividade que o outro faz e querem atuar de forma integrada. Se há uma coisa que liquida uma orquestra é arrogância.

      Por que com empresa seria diferente?

CORTELLA, M. S. Qual é a tua obra? Inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética. 11. ed. p. 28-31. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. Adaptado.

Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ), com base no texto.


( ) O autor tece reflexões sobre facetas do comportamento humano – ter dúvidas, arriscar, errar, aprender –, enfatizando o lado positivo de não saber.

( ) O texto alterna diferentes pessoas do discurso, expressas por diferentes pronomes pessoais: “você”, “gente”, “ele”, “eles”.

( ) O sinal de aspas, nas frases do primeiro e do quarto parágrafo, é usado para representar o discurso direto de alguém que, se expressando na perspectiva da primeira pessoa, tem dúvidas e é arrogante, respectivamente.

( ) As perguntas indicadas com ponto de interrogação, no primeiro e nos dois últimos parágrafos, são todas respondidas ao longo do texto.

( ) O sinal de dois pontos, usado no segundo e no quarto parágrafo, tem a função de introduzir uma enumeração.


Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

Alternativas
Comentários
  • Fiquei na dúvida entre C e D. 

     O autor tece reflexões sobre facetas do comportamento humano – ter dúvidas, arriscar, errar, aprender –, enfatizando o lado positivo de não saber.

    "Enfatizando o lado positivo de não saber." Não seria mais correto o lado positivo de dizer que não sabe? Ao meu ver são duas  coisas distintas. Interpretei como errada. 

    O sinal de dois pontos, usado no segundo e no quarto parágrafo, tem a função de introduzir uma enumeração.

    Significado de enumeração:

    "Ato de especificar, de compor um enunciado ou fazer uma exposição."

    Não estaria correta esta questão?

     

     

     

  • GABARITO - 

    c) V • F • V • F • F 

  •  O sinal de aspas, nas frases do primeiro e do quarto parágrafo, é usado para representar o discurso direto de alguém que, se expressando na perspectiva da primeira pessoa, tem dúvidas e é arrogante, respectivamente.


    "Há dois modos de fazer as coisas, o meu ou o errado. Escolha você"


    Fiquei na dúvida, pois entendi que no discurso direto a pessoa expressa apenas arrogância. Não demonstra dúvidas. ..


  • O sinal de aspas, nas frases do primeiro e do quarto parágrafo, é usado para representar o discurso direto de alguém que, se expressando na perspectiva da primeira pessoa, tem dúvidas e é arrogante, respectivamente.


    “Será que estou fazendo do melhor modo? Da maneira mais correta? Será que estou fazendo aquilo que deve e pode ser feito?” Nessa frase do primeiro parágrafo está expressa a dúvida!


    "Há dois modos de fazer as coisas, o meu ou o errado. Escolha você" Aqui está o arrogante do 4º parágrafo


    Na última afirmativa os dois pontos estão antecedendo discursos diretos.