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ID
2653276
Banca
FUNCAB
Órgão
PC-RO
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto abaixo e responda à questão proposta.

A liberdade chega aos morros

    Ao fincar a bandeira do Brasil e a do Batalhão de Operações Especiais (Bope) numa laje que servia como QG de traficantes, um grupo de policiais da tropa de elite do Rio de Janeiro marcava, na semana passada, a retomada do poder em um conjunto de sete violentas favelas da Zona Norte - a maior operação dessa natureza já feita em morros cariocas. Ela é parte de um programa para estabelecer bases permanentes da polícia em áreas sob o jugo do tráfico, as chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que já devolveram ao estado o controle de territórios em catorze favelas. Nas mãos de criminosos por três décadas e palco de sangrentos confrontos entre policiais e traficantes, o Borel, o maior entre os morros ocupados na última quarta-feira, chamou atenção: enquanto os 280 PMs tomavam as vielas, não se ouviu ali um único tiro. Cena rara, ela é o retrato de uma ação planejada nos últimos seis meses, que envolveu o setor de inteligência da polícia e foi precedida de quatro operações menores, nas quais já haviam sido capturados traficantes como Bill do Borel, o chefão local. Além disso, o Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, decidiu tornar pública a operação, com o propósito declarado de provocar a debandada dos bandidos - o que de fato ocorreu. Dai só ter havido uma prisão. Justifica Beltrame: “Se estivessem lá, jamais conseguiríamos retomar o poder sobre territórios sem um banho de sangue”.
    Isso faz refletir sobre a real capacidade de o estado reaver o comando nos morros mais lucrativos para o tráfico que o Borel, de onde os bandidos evidentemente não querem sair. Diz Pedro Strozenberg, especialista em segurança pública: “A ocupação dessas favelas pelo poder público vai requerer muito mais homens e uma verdadeira estratégia de guerra, algo que não se viu até aqui". É o caso do Complexo do Alemão, também na Zona Norte, o maior conjunto de favelas do Rio, com 130 000 habitantes (justamente onde estão refugiados agora os traficantes do Borel, segundo a polícia). Estima-se que circulem por ali 300 bandidos armados com mais de uma centena de fuzis de guerra. Outra dificuldade em tomar o complexo das mãos dos traficantes diz respeito à sua intrincada geografia: entrecortado de morros acidentados que atingem quase 200 metros de altura e pontuado por centenas de vielas labirínticas, o Alemão impõe um grau de dificuldade à polícia que não se compara ao do Borel - mas é preciso que ela o ocupe.
    A decisão do estado de retomar o controle das favelas cariocas rompe com a lógica da complacência e da frouxidão com a bandidagem, que contaminou as políticas de segurança pública do Rio nas últimas décadas. A atual experiência das UPPs reforça a ideia de que com planejamento e uma gestão a salvo de ingerências políticas, é possível, sim, combater a criminalidade. A ocupação das favelas pela polícia também ajuda a desconstruir o mito de que os bandidos ali encastelados compõem um grupo de criminosos tão organizados quanto invencíveis. Eles não o são. Quando o estado se impõe, os resultados se fazem notar - e a cidade como um todo se beneficia disso. Para se ter uma ideia, no entorno das áreas em que as UPPs foram implantadas, os imóveis se valorizaram até 300% em um ano e a frequência escolar subiu 30%. Avanços como esses em lugares tão pobres e violentos não deixam dúvida quanto à necessidade de que essa política seja permanente - e irreversível.
(FRANÇA, Ronaldo. Revista Veja, 05/05/2010.)

Assinale a opção em que a forma verbal está coerente com a nova redação do trecho abaixo.

“'A ocupação dessas favelas pelo poder público VAI REQUERER muito mais homens e uma verdadeira estratégia de guerra, algo que não se viu até aqui'.”

Alternativas
Comentários
  • ...vai requerer... = Imperativo (ordem)

    a) Não existe esta conjugação

    b) Presente do Indicativo

    c) Pretérito Perfeito do Indicativo

    d) Pretérito Imperfeito do Indicativo

    e) Imperativo afirmativo



  • Aqui nem precisa conjugar muito, a frase original se encontra no futuro e dentre as opções apenas uma está no futuro.

  • Nessa questão além de olhar se a conjugação está correta, tem que analisar se cabe o modo empregado.

     

    1ª Observação -

    Vejam que a frase trata-se de uma HIPÓTESE quando eles empregou o vocábulo "TALVEZ", assim, não cabe o modo indicativo. 

    Somente o futuro do pretérito do modo indicativo que em alguns casos pode ser empregado.

     

    2º Observação :

    Análise da conjugação

    REQUERER  não é derivado do verbo QUERER. 

     

    a) REQUERESSE.   (requisesse não existe)

    b) REQUER  existe, porém a conjunção talvez, que indica hipótese, pede outro tempo/modo verbal.  Modo indicativo indica CERTEZA.

    c)REQUEREU  existe, porém a conjunção talvez, que indica hipótese, pede outro tempo/modo verbal.  Modo indicativo indica CERTEZA.

    d)REQUERIA  existe, porém a conjunção talvez, que indica hipótese, pede outro tempo/modo verbal.  Modo indicativo indica CERTEZA.

    e) REQUEIRA existe e está no presente do subjuntivo.  Modo subjuntivo indica dúvida, hipótese. Corretíssima sua colocação.

     

     

    *CAIO - não tem nada de imperativo. A conjugação é a mesma (menos o tu e o vós do Imp. Afirmativo), mas tem que analisar o sentido. Se indica ORDEM - imperativo. Se indica HIPÓTESE - Subjuntivo.