Sem flecha, na rima
O grupo de rap Brô MCs, criado no final de 2009, é
formado pelos pares de irmãos (daí o “bro”, de brother)
Bruno/Clemerson e Kelvin/Charles, jovens que cresceram
ouvindo hip hop nas rádios da aldeia Jaguapiru Bororo,
em Dourados, Mato Grosso do Sul.
— Desde o começo a gente não queria impor uma
cultura estranha que invadisse a cultura indígena —
afirma o produtor, chamando a atenção para o grande
destaque do Brô MCs: as letras em língua indígena.
Expressar-se em língua originária e fazer com que os
jovens indígenas percebam a vitalidade do idioma nativo
é uma das motivações do grupo.
A dificuldade maior vem dos críticos, que não aceitam
o fato de que a cultura indígena é dinâmica e sempre
incorpora novidades.
— “Mas índio cantando rap?”, tem gente que
questiona. O rap é de quem canta, é de quem gosta, não
é só dos americanos — avalia Dani [o vocal feminino].
BONFIM, E. Revista Língua Portuguesa, n. 81, jul. 2012 (adaptado)
Considerando-se as opiniões apresentadas no texto, a
indagação “Mas índio cantando rap?” traduz um ponto de
vista que evidencia