SóProvas


ID
2668438
Banca
FCC
Órgão
TRT - 6ª Região (PE)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                            A arte requer “explicação”?


      Aqui e ali, quem frequenta bienais, salões de arte ou exposições de artes plásticas encontrará de repente não um quadro, uma escultura ou algum objeto de significação histórica, mas uma instalação – nome que se dá, segundo o dicionário Houaiss, a “alguma obra de arte que consiste em construção ou empilhamento de materiais, permanente ou temporário, em que o espectador pode participar, manipulando-a, ou, sendo, às vezes, de tamanho tão grande, que o espectador pode nela entrar”. Trata-se, em outras palavras, de materiais organizados num espaço físico de modo a constituírem uma obra de arte.

      Ocorre, porém, com grande parte das instalações, um fenômeno curioso: com muita frequência o criador é convidado a explicar – e o faz com linguagem muito sofisticada – o sentido profundo que pretendeu dar àquele conjunto de materiais, àquela instalação que ele concebeu. Para o público, restará a impressão final de que os materiais eram, em si mesmos, insuficientes para significarem alguma coisa: precisavam da explicação de quem os utilizou.

      As verdadeiras obras de arte se impõem por si mesmas, independentemente de qualquer explicação prévia ou justificativa final. O grande músico, o grande escritor, o grande cineasta não precisam interpor-se entre a sonata, o romance ou o filme para explicar seu sentido junto ao público. Certamente haverá oportunidade para todos refletirmos sobre o sentido dinâmico de uma obra artística que atingiu o nosso interesse e provocou o nosso prazer; mas nada será mais forte do que a mobilização emocional e intelectual que a obra já despertou em nós, no primeiro contato.

                                                                               (Aristeu Valverde, inédito

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • porquanto = porque

     

  • D) Haver no sentido de existir é IMPESSOAL, portanto, só cabe no singular.

     

    "O fato de haver (=existirem) explicações..."

  • LETRA A

     

    B -  Se uma obra de arte VIER acompanhada de uma explicação, é por que sua razão de ser principal já foi subestimada. 

     

    C-   Ainda que fosse necessário explicá-LA, porquanto de algum mistério, toda obra de arte deveria ter alguma força já em si mesma. 

     

    D-   O fato de HAVER explicações para obras artísticas provam que já não existiria nelas aquela força suficiente para dispensá-las. (VERBO HAVER NO SENTIDO DE EXISTIR = IMPESSOAL = VERBO NO SINGULAR)

     

    E -  Tanto não necessitam de explicação, que as verdadeiras obras de arte podem-nos convencer sem outra força além da que lhes cabe. (obrigado pela correção ->  vinicius borges) 

     

  • FCC inovando em questões!

  • Sobre a conjunção PORQUANTO, trata-se de uma:

     

    Conjunção Coordenativa Explicativa: 

    Essas ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia nela contida. São elas: que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. 

     

    Por exemplo: 

    Não demore, que o filme já vai

    ...a promoção pessoal da representada, porquanto albergada pela liberdade de expressão...

    ...ser uma possibilidade remota, porquanto estes candidatos concorreriam com uma...

     

    ;-)

  • Qual seria a reescrita correta da letra E?

  •  

    a) Partindo do caso específico das instalações, o autor nos leva a refletir sobre o que considera a força intrínseca de toda obra de arte. CORRETA

    b) Se uma obra de arte vir acompanhada de uma explicação, é por que sua razão de ser principal já foi subestimada. (vier) 

    c) Ainda que fosse necessário explicá-las, porquanto de algum mistério, toda obra de arte deveria ter alguma força já em si mesma.

    Basta passar para ordem direta: "Toda obra de arte deveria...., ainda que fosse necessário explicá-la

    d) O fato de haverem explicações para obras artísticas provam que já não existiria nelas aquela força suficiente para dispensá-las. (haver)

    Haver no sentido de existir é impessoal, não deve se flexionar no plural.

    e) Tanto não necessitam de explicação, que as verdadeiras obras de arte podem-nos convencer sem outra força além da que lhes cabem. (cabe)

    Vi alguns comentários falando sobre o "nos". Não vejo qualquer erro no uso do nos. O erro estar em flexionar o verbo cabem no plural, já que a frase, na ordem direta é "além da (força) que cabe a elas / Além da (força) que cabe às obras de arte". Note que o "que" é pronome relativo e retoma força, e o lhes é "a elas" 

  • otimo comentario vinicius borges, obrigado.

  • O "porquê" presente na alternativa B deveria estar junto e não separado.

    O "porquê" junto (porque) é sinônimo de "pois".

    O "porquê" separado (por que) funciona geralmente nas interrogações diretas ou indiretas. 

  • VIR x VIER

    Verbo vir – Futuro do subjuntivo:
    (quando ou se eu) vier
     

    Exemplos:

    Quando ele vier para a escola conversaremos com ele.

     

     

     

    Verbo ver – Futuro do subjuntivo:
    (quando ou se eu) vir
     

    Exemplos:

    Quando ele vir com seus próprios olhos, passará a acreditar.

  •  b)Se uma obra de arte vir acompanhada de uma explicação, é por que sua razão de ser principal já foi subestimada. 

    O erro dessa assertiva também seria essa vírgula separando o sujeito do verbo?

    Quanto ao por que = por qual motivo 

  • Teve dúvida? vá direto ao comentário do Vinicius Borges

  • Pessoal, por que o correto não seria (na letra A) "...o autor nos leva a refletirmos sobre o que considera..." ?

    Agradeço a quem puder me ajudar.

  • Rafael Saraiva,

    verbo no infinitivo pessoal pode concordar ou não.

  • A letra "c"  e  "e" estão erradas tb pelo fator obrigatório de próclise, pq são orações Subordinadas Adverbiais Concessiva e consecutiva respectivamente.

  • "autor nos leva" ou "autor leva-nos"?

  • Gab. A

    a) CERTO. Partindo do caso específico das instalações, o autor nos leva a refletir sobre o que considera a força intrínseca de toda obra de arte. 

     

    b) ERRADO. Se uma obra de arte vir (vier/viesse) acompanhada de uma explicação, é (será/seriapor que (porque) sua razão de ser principal já foi subestimada. 

    – Erro de conjungação verbal. A conjunção condicional se leva o verbo ao subjuntivo. Logo o subjuntivo adequado de vir é vier.
    – Há erro de correlação verbal. Vier --> será ou viesse --> seria. O verbo é é vicário, e, por isso, deverá estar em concordância com o primeiro verbo da frase: "Se uma obra vier acompanhada de uma explicação, será ( = virá...) porque sua razão."
    Porque é usado para explicação e serve para ligar orações (conjunção).

     

    c) ERRADO. Ainda que fosse necessário explicá-las (explicá-la), porquanto de algum mistério, toda obra de arte deveria ter alguma força já em si mesma. 


    – Erro de concordância. Coloque o período composto na ordem direta e vc perceberá que o pronome las deve ficar no singular para concordar com obra. "Toda obra de arte deveria ter alguma força, ainda que fosse necessário explicá-la."

    – Há erro de truncamento sintático. Isto é, truncamento sintático ocorre normalmente entre orações principais e orações subordinadas, em que o verbo de uma das orações simplesmente não aparece. Logo, partindo do princípio de que toda oração tem verbo, o que podemos dizer de uma oração que não tem verbo? Simples... e tem nome! Truncamento sintático.

    d) ERRADO. O fato de haverem (haver) explicações para obras artísticas provam que já não existiria nelas aquela força suficiente para dispensá-las. 

    – Haver no sentido de existir é impessoal. Deve ficar na terceira pessoa do singular sempre.

     

    e) ERRADO.  Tanto não necessitam de explicação, que as verdadeiras obras de arte podem-nos convencer sem outra força além da que lhes cabem (cabe). 


    – O sujeito de caber é o pronome relativo que que tem como referente o substantivo força o qual está no singular. Reescritura: "sem outra força além daquela força que lhes cabe."

     

  • a) Partindo do caso específico das instalações, o autor nos leva a refletir sobre o que considera a força intrínseca de toda obra de arte

     

    b) Se uma obra de arte vier acompanhada de uma explicação, é porque sua razão de ser principal já foi subestimada. 

     

    c) Ainda que fosse necessário explicá-la, porquanto de algum mistério, toda obra de arte deveria ter alguma força já em si mesma. 

     

    d) O fato de haver explicações para obras artísticas prova que já não existiria nelas aquela força suficiente para dispensá-las.

     

    e) Tanto não necessitam de explicação, que as verdadeiras obras de arte podem-nos convencer sem outra força além da que lhes cabe. 

  • Gente, não entra na minha cabeça a questão da colocação pronominal na letra A. Não teria que ter uma palavra atrativa antes do verbo para que ocorra a próclise?! Quem puder explicar, agradeço!

  • Não reclamarei mais das questões da FGV...