SóProvas


ID
2668444
Banca
FCC
Órgão
TRT - 6ª Região (PE)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                            A arte requer “explicação”?


      Aqui e ali, quem frequenta bienais, salões de arte ou exposições de artes plásticas encontrará de repente não um quadro, uma escultura ou algum objeto de significação histórica, mas uma instalação – nome que se dá, segundo o dicionário Houaiss, a “alguma obra de arte que consiste em construção ou empilhamento de materiais, permanente ou temporário, em que o espectador pode participar, manipulando-a, ou, sendo, às vezes, de tamanho tão grande, que o espectador pode nela entrar”. Trata-se, em outras palavras, de materiais organizados num espaço físico de modo a constituírem uma obra de arte.

      Ocorre, porém, com grande parte das instalações, um fenômeno curioso: com muita frequência o criador é convidado a explicar – e o faz com linguagem muito sofisticada – o sentido profundo que pretendeu dar àquele conjunto de materiais, àquela instalação que ele concebeu. Para o público, restará a impressão final de que os materiais eram, em si mesmos, insuficientes para significarem alguma coisa: precisavam da explicação de quem os utilizou.

      As verdadeiras obras de arte se impõem por si mesmas, independentemente de qualquer explicação prévia ou justificativa final. O grande músico, o grande escritor, o grande cineasta não precisam interpor-se entre a sonata, o romance ou o filme para explicar seu sentido junto ao público. Certamente haverá oportunidade para todos refletirmos sobre o sentido dinâmico de uma obra artística que atingiu o nosso interesse e provocou o nosso prazer; mas nada será mais forte do que a mobilização emocional e intelectual que a obra já despertou em nós, no primeiro contato.

                                                                               (Aristeu Valverde, inédito

Transpondo-se para o discurso direto, em linguagem adequada, o segmento Disse-me o artista na exposição que aquela sua instalação deveria comover-nos mesmo sem a sua explicação, obtém-se a construção:


Disse-me o artista na exposição:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: Letra C.

     

     

     

    De acordo com A Gramática para Concursos Públicos.Fernanda Pestana

     

     

     

    Capítulo 34 Compreensão/Interpretação de Textos e Tipologia Textual

     

    Na verdade, existem certas regras de transposição do discurso direto para o indireto. Conheça-as:

     

     

    DIRETO – Enunciado em primeira pessoa: Disse o aluno: – Eu não confio mais no professor.

    INDIRETO – Enunciado em terceira pessoa: O aluno disse [que ele não confiava mais no professor.]

     

    DIRETO – Verbo no presente do indicativo: – Eu não confio mais no professor, disse ele.

    INDIRETO – Verbo no pretérito imperfeito do indicativo: Ele disse [que não confiava mais no professor.]

     

    DIRETO – Verbo no pretérito perfeito: “Eu não falei nada!”, exclamou.

    INDIRETO – Verbo no pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo ou no pretérito mais-que-perfeito: Exclamou [que não tinha/havia falado (ou falara) nada.]

     

    DIRETO – Verbo no futuro do presente: “Protestaremos contra ele de qualquer maneira.”

    INDIRETO – Verbo no futuro do pretérito: Declararam [que protestariam contra ele de qualquer maneira.]

     

    DIRETO – Verbo no imperativo, presente ou futuro do subjuntivo: “Saia da minha sala”, ordenou o professor ao aluno.

    INDIRETO – Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo: O professor ordenou ao aluno [que saísse da sua sala.]

     

    DIRETO – Pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos de 1 a pessoa (eu, nós, meu(s), minha(s), nosso(a/s), este(a/s), isto): “A esta hora não responderei nada”, disse ele.

    INDIRETO – Os mesmos pronomes, de 3 a pessoa: Ele disse [que àquela hora não responderia nada.]

     

    DIRETO – Advérbio aqui e cá: “Daqui eu não saio tão cedo, até que eu fale com o diretor.”

    INDIRETO – Advérbio ali e lá: Disse [que dali não saía tão cedo, até que ele falasse com o diretor.]

  • GABARITO: C

     

    discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.

    discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

    Exemplo de discurso direto:

    A aluna afirmou:
    - Preciso estudar muito para o teste.

    Exemplo de discurso indireto:

    A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.

    -Norma Culta.

     

     

    Bons estudos.

  • DISCURSO DIRETO = lembra do travessão e das histórias infantis com personagens falando.

    ex: E O LEÃO DISSE: - Sou o rei da floresta.

     

    DISCURSO INDIRETO = lembra q vc já é adulto e não lê mais histórias só com travessões.

    ex:  O leão disse ser o rei da floresta.

     

    exemplo bobo mas fácil de memorizar.

  • a) – Essa instalação minha deveria comover mesmo que vocês não a explicassem. ERRADA (Mesmo que os ouvintes não a explicassem, foge do sentido original da frase)

     

    b) – Eis uma instalação minha cuja comoção não necessita mesmo de sua explicação. ERRADA (Não necessita da explicação do ouvinte, foge do sentido original da frase) 

     

    c) – Esta minha instalação deverá comovê-los mesmo que eu não a explique. CORRETA (Mesmo sem a explicação do artista que a criou, vai de acordo com o sentido da frase original)

     

    d) – Aquela instalação deveria comover vocês ainda que não a expliquem. ERRADA (Irá comover ainda que não tenha alguém que a explique, foge do sentido da frase original) 

     

    e) – Aquela minha instalação deve comover-lhes mesmo sem o que a explique. ERRADA (Mesmo sem que tenha algo que a explique, foge do sentido da frase original)

  • Dúvida no pronome demonstrativo:

    Disse-me o artista na exposição que aquela sua instalação deveria comover-nos mesmo sem a sua explicação

    *Aquela*  - noção de distância da instalação em relação a pessoa e o artista

    Resposta: Esta minha instalação deverá comovê-los mesmo que eu não a explique. 

    *Esta* - noção de proximidade da instalação 

    Aí, eu ia assinalar a C, mas quando vi o *esta* achei que isso também estava errado, estou louca?  

  • Pessoal, cuidem a correlação verbal nas passagens de discurso. 

  • Discurso direto ---------Discurso indireto

    Presente          ------------ Pret. Imperfeito

    Pret. Perfeito ---------------- Pret. + que Perfeito

    Fut. presente ------------- Fut Pretérito

    Fut/ Pres (subj) -------------  Pret Imperfeito ( subjuntivo)

    E vive-versa

  • A questão não é de interpretação pura e simples, já que exige o conhecimento aplicado do uso correto dos pronomes demonstrativos para conseguir acessar o sentido original do texto. Não cheguei a resposta através da aplicação dos discursos direto ou indireto como os outros colegas fizeram. Pra mim, a melhor resposta é a do colega  Vanildo Junior.