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ID
2668447
Banca
FCC
Órgão
TRT - 6ª Região (PE)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Leia com atenção o texto seguinte para responder à questão. Trata-se de uma apresentação que faz o escritor José Castello a um livro que escreveu em homenagem ao cronista Rubem Braga. 


                               Uma entrevista sincera


      Quando morreu Rubem Braga, nosso maior cronista, a parte mais importante de sua vida sobreviveu guardada nas mais de 15 mil crônicas que ele escreveu em 62 anos de atividade jornalística. Tomei então uma decisão: resolvi usar as crônicas como se fossem uma longa e sincera entrevista que Braga tivesse me concedido antes de morrer.

      A maior parte dos relatos deste livro não tem a pretensão de ser uma reconstituição fiel dos fatos, mas apenas sua evocação. A maioria absoluta das descrições e dos diálogos deve ser lida, apenas, como uma recriação. A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos, nada mais do que os fatos, sua matéria-prima. Mas, ao ler seus escritos, logo se percebe que essas toneladas de acontecimentos estão cimentadas pela força do lirismo e de vasta imaginação, ou simplesmente desmoronariam. Em outras palavras: sem a capacidade de sonhar, os fatos não subsistem e se tornam pó. Só a mentira bem dita é capaz de moldar a verdade perdida.

      Este livro não pretende ser uma biografia clássica de Rubem Braga, mas apenas um retrato minimalista de um dos maiores escritores que o Brasil já teve, que nos ensinou que vidas não são feitas apenas de fatos, mas sobretudo do modo como os torneamos. Não basta viver, é preciso dar sentido ao viver, ou tudo se evapora.

(CASTELLO, José. Na cobertura de Rubem Braga. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996, p.9-10) 

Nesse texto de apresentação de seu livro, José Castello caracteriza o cronista Rubem Braga como um escritor para quem

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: C. 

     

    "os acontecimentos ganham sentido e interesse na medida em que sejam trabalhados pela força da imaginação". 

     

    A maior parte dos relatos deste livro não tem a pretensão de ser uma reconstituição fiel dos fatos, mas apenas sua evocação. A maioria absoluta das descrições e dos diálogos deve ser lida, apenas, como uma recriação. A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos, nada mais do que os fatos, sua matéria-prima. Mas, ao ler seus escritos, logo se percebe que essas toneladas de acontecimentos estão cimentadas pela força do lirismo e de vasta imaginação, ou simplesmente desmoronariam. Em outras palavras: sem a capacidade de sonhar, os fatos não subsistem e se tornam pó. Só a mentira bem dita é capaz de moldar a verdade perdida.

  • 'Não basta viver, é preciso dar sentido ao viver, ou tudo se evapora."

     

    Bons estudos a todos!

  • burilar

    verbo

    1.

    transitivo direto

    gravar ou lavrar com buril; aburilar.

    "b. uma gravura"

    2.

    transitivo direto

    fig. tornar mais apurado; aprimorar, aperfeiçoar.

    "b. frases"

  • "sem a capacidade de sonhar, os fatos não subsistem e se tornam pó"

    As crônicas de braga, segundo o texto, misturam realidade com o irrreal criado pela imaginação.

     

  • Letra (c)

     

    c) os acontecimentos ganham sentido e interesse na medida em que sejam trabalhados pela força da imaginação. 

     

      A maior parte dos relatos deste livro não tem a pretensão de ser uma reconstituição fiel dos fatos, mas apenas sua evocação. A maioria absoluta das descrições e dos diálogos deve ser lida, apenas, como uma recriação. A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos, nada mais do que os fatos, sua matéria-prima. Mas, ao ler seus escritos, logo se percebe que essas toneladas de acontecimentos estão cimentadas pela força do lirismo e de vasta imaginação, ou simplesmente desmoronariam. Em outras palavras: sem a capacidade de sonhar, os fatos não subsistem e se tornam pó. Só a mentira bem dita é capaz de moldar a verdade perdida.

  • Essa foi minha interpretação!

    "Para Castello sem a força da imaginação não existiria fatos, acontecimentos..."  Isso e o que defende. 

     

    Bom, espero que minha interpretação seja algo útil para ampliar o intendimento do texto.

     

    Mas, ao ler seus escritos, logo se percebe que essas toneladas de acontecimentos estão cimentadas pela força do lirismo e de (UMA) vasta imaginação, ou simplesmente desmoronariam. Em outras palavras: sem a capacidade de sonhar, os fatos não subsistem e se tornam pó. 

     

     

    C) os acontecimentos ganham sentido e interesse na medida em que sejam trabalhados pela força da imaginação. 

  •  a) a fidedignidade aos fatos vividos deve ser a preocupação maior de quem escreve sobre as próprias experiências. 

    -> Contradição: 2º parágrafo "A maior parte dos relatos deste livro não tem a pretensão de ser uma reconstituição fiel dos fatos, mas apenas sua evocação."

     

     b) a capacidade de sonhar deve restringir-se ao mundo da imaginação, sem contato com as vivências da realidade. 

    ->  2º parágrafo (...) e os fatos, nada mais do que os fatos, sua matéria-prima. Ele se baseava nos fatos para construir suas crônicas.

     

     c) os acontecimentos ganham sentido e interesse na medida em que sejam trabalhados pela força da imaginação. 

    -> essas toneladas de acontecimentos estão cimentadas pela força do lirismo e de vasta imaginação

    -> vidas não são feitas apenas de fatos, mas sobretudo do modo como os torneamos. 

     

     

     d) os fatos dignos de representação literária são aqueles que marcam nossa vida por sua excepcionalidade. 

    -> Extrapolação, isso não é deduzido do texto.

     

     e) as crônicas devem burilar a imaginação de modo a fazer o leitor se dar conta de que tudo é mero produto da fantasia. 

    -> Não diz nada sobre ser produto da fantasia, já que essas crônicas são baseadas em fatos

     

    *MINHA interpretação, se tiver algum erro avisem.

  • Fiquei em dúvida porque achei que deveria ter usado "à medida que", indicando proporcionalidade.

    C) os acontecimentos ganham sentido e interesse na medida em que sejam trabalhados pela força da imaginação.

  • C -"logo se percebe que essas toneladas de acontecimentos estão cimentadas pela força do lirismo e de vasta imaginação, ou simplesmente desmoronariam. Em outras palavras: sem a capacidade de sonhar, os fatos não subsistem e se tornam pó. Só a mentira bem dita é capaz de moldar a verdade perdida."

  • Pelo trecho abaixo é possível concluir pelo o gabarito da questão:

    ''Em outras palavras: sem a capacidade de sonhar, os fatos não subsistem e se tornam pó. Só a mentira bem dita é capaz de moldar a verdade perdida''.

  • Sei que é um pouquinho chato. Mas realmente vale a pena fazer o "mapa do texto" que Flávia Rita aborda. Você vai depreender alguns minutos nesse processo, mas depois o item certo vai ofuscar todos os demais.