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ID
2668450
Banca
FCC
Órgão
TRT - 6ª Região (PE)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Leia com atenção o texto seguinte para responder à questão. Trata-se de uma apresentação que faz o escritor José Castello a um livro que escreveu em homenagem ao cronista Rubem Braga. 


                               Uma entrevista sincera


      Quando morreu Rubem Braga, nosso maior cronista, a parte mais importante de sua vida sobreviveu guardada nas mais de 15 mil crônicas que ele escreveu em 62 anos de atividade jornalística. Tomei então uma decisão: resolvi usar as crônicas como se fossem uma longa e sincera entrevista que Braga tivesse me concedido antes de morrer.

      A maior parte dos relatos deste livro não tem a pretensão de ser uma reconstituição fiel dos fatos, mas apenas sua evocação. A maioria absoluta das descrições e dos diálogos deve ser lida, apenas, como uma recriação. A crônica foi, para ele, um gênero eminentemente confessional, e os fatos, nada mais do que os fatos, sua matéria-prima. Mas, ao ler seus escritos, logo se percebe que essas toneladas de acontecimentos estão cimentadas pela força do lirismo e de vasta imaginação, ou simplesmente desmoronariam. Em outras palavras: sem a capacidade de sonhar, os fatos não subsistem e se tornam pó. Só a mentira bem dita é capaz de moldar a verdade perdida.

      Este livro não pretende ser uma biografia clássica de Rubem Braga, mas apenas um retrato minimalista de um dos maiores escritores que o Brasil já teve, que nos ensinou que vidas não são feitas apenas de fatos, mas sobretudo do modo como os torneamos. Não basta viver, é preciso dar sentido ao viver, ou tudo se evapora.

(CASTELLO, José. Na cobertura de Rubem Braga. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996, p.9-10) 

No contexto, a frase sem a capacidade de sonhar, os fatos não subsistem e se tornam pó deve ser entendida em apoio à iniciativa de José Castello de escrever um livro de modo a

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: A. 

     

    Assertiva a: tomar as crônicas de Rubem Braga como matéria para uma entrevista que só ocorreu na imaginação do autor. 

     

    Primeiro parágrafo: "Tomei então uma decisão: resolvi usar as crônicas como se fossem uma longa e sincera entrevista que Braga tivesse me concedido antes de morrer."

  • A) tomar as crônicas de Rubem Braga como matéria para uma entrevista que só ocorreu na imaginação do autor. 

     

    (L, 5) A crônica foi, para ele (ELE QUEM? - José Castello), um gênero eminentemente confessional, e os fatos, nada mais do que os fatos, sua matéria-prima

     

    (L, 2) Tomei então uma decisão: resolvi usar as crônicas como se fossem uma longa e sincera entrevista que Braga tivesse me concedido antes de morrer.

  • Letra (a)

     

    Tomei então uma decisão: resolvi usar as crônicas como se fossem uma longa e sincera entrevista que Braga tivesse me concedido antes de morrer.

     

    A maior parte dos relatos deste livro não tem a pretensão de ser uma reconstituição fiel dos fatos, mas apenas sua evocação. (evocação: s.f. Ação de evocar, de recordar, de lembrar: a evocação do passado).

     

    Mas, ao ler seus escritos, logo se percebe que essas toneladas de acontecimentos estão cimentadas pela força do lirismo e de vasta imaginação, ou simplesmente desmoronariam. Em outras palavras: sem a capacidade de sonhar, os fatos não subsistem e se tornam pó.

     

    a) tomar as crônicas de Rubem Braga como matéria para uma entrevista que só ocorreu na imaginação do autor.

  • As crônicas realmente existem, contudo a entrevista não. Então, ele utilizou-se de fatos reais (a exisência das crônicas) e sonhou (realizar a entrevista que não ocorreu).

  • a) "Tomei então uma decisão: resolvi usar as crônicas como se fossem uma longa e sincera entrevista que Braga tivesse me concedido antes de morrer."

    -> Ele não entrevistou Braga, usou de suas crônicas como se fosse uma entrevista. Ou seja, essa entrevista está na imaginação do autor.

     

    b) O autor não adjetiva as crônicas no texto e sim o Braga como "maior cronista"  e "um dos maiores escritores que o Brasil já teve"

     

    c) Ele não inventou acontecimento nenhum, extrapolou o texto.

     

    d) Ele não está criando um conjunto de crônicas, ele usa delas como se fossem entrevistas que Braga deu a ele (conforme a letra a)

     

    e) Se volta para a imaginação, porém não ignora os fatos "os fatos, nada mais do que os fatos, sua matéria-prima. "

     

    OBS: Minha interpretação, se me equivoquei me avisem. 

  • "Tomei então uma decisão: resolvi usar as crônicas como se fossem uma longa e sincera entrevista que Braga tivesse me concedido antes de morrer."

     

    o vermelho é o ponto-chave da questao.

  • Não consegui responder essa questão pelo seguinte motivo: no segundo parágrafo inteiro o autor se preocupa em explanar que o conteúdo do seu livro não é uma "reconstituição fiel dos fatos", mas apenas uma "recriação, que toma os fatos como ponto de partida, sem abrir mão de usar a imaginação. Por isso, não consegui fazer a ligação do trecho destacado no enunciado como justificativa para transformar as crônicas em uma entrevista imaginária, mas sim para uma licença em não se prender aos fatos. Alguém também pensou assim? Qual seria o erro desse raciocínio?