SóProvas


ID
2668867
Banca
FCC
Órgão
TRT - 6ª Região (PE)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder a questão abaixo, considere o texto abaixo.


    O jornalismo pode ser qualificado, embora com certo exagero, como um mal necessário. É um mal porque todo relato jornalístico tende ao provisório. Mesmo quando estamos preparados para abordar os assuntos sobre os quais escrevemos, é próprio do jornalismo apreender os fatos às pressas. A chance de erro, sobretudo de imprecisões, é grande.

    O próprio instrumento utilizado é suspeito. Diferente da notação matemática, que é neutra e exata, a linguagem se presta a vieses de todo tipo, na maior parte inconscientes, que refletem visões de mundo de quem escreve. Eles interagem com os vieses de quem lê, de forma que, se são incomuns textos de fato isentos, mais raro ainda que sejam reconhecidos como tais.

    Pertenço a uma geração que não se conformava com as debilidades do relato jornalístico. O objetivo daquela geração, realizado apenas em parte, era estabelecer que o jornalismo, apesar de suas severas limitações, é uma forma legítima de conhecimento sobre o nível mais imediato da realidade.

    O que nos remete à questão do início; sendo um mal, por que necessário? Por dois motivos. Ao disseminar notícias e opiniões, a prática jornalística municia seus leitores de ferramentas para um exercício mais consciente da cidadania. Thomas Jefferson pretendia que o bom jornalismo fosse a escola na qual os eleitores haveriam de aprender a exercer a democracia.

    O outro motivo é que os veículos, desde que comprometidos com o debate dos problemas públicos, servem como arena de ideias e soluções. O livre funcionamento das várias formas de imprensa, mesmo as sectárias e as de má qualidade, corresponde em seu conjunto à respiração mental da sociedade.

    Entretanto, o jornalismo dito de qualidade sempre foi objeto de uma minoria. A maioria das pessoas está de tal maneira consumida por seus dramas e divertimentos pessoais que sobra pouca atenção para o que é público. Desde quando os tabloides eram o principal veículo de massas, passando pela televisão e pela internet, vastas porções de jornalismo recreativo vêm sendo servidas à maioria.

    O jornalismo de verdade, que apura, investiga e debate, é sempre elitista. Está voltado não a uma elite econômica, mas a uma aristocracia do espírito. São líderes comunitários, professores, empresários, políticos, sindicalistas, cientistas, artistas. Pessoas voltadas ao coletivo.

    A influência desse tipo de jornalismo sempre foi, assim, mediada. Desde que se tornou hegemônico, nos anos 1960-70, o jornalismo televisivo se faz pautar pela imprensa. Algo parecido ocorre agora com as redes sociais.

    A imprensa, que vive de cobrir crises, sempre esteve em crise. O paradoxo deste período é que, no mesmo passo em que as bases materiais do jornalismo profissional deslizam, sua capacidade de atingir mais leitores se multiplica na internet, conforme se torna visível a perspectiva de universalizar o ensino superior.


(Adaptado de: FILHO, Otavio Frias. Disponível em: www.folha.uol.com.br)

É um mal porque todo relato jornalístico tende ao provisório. (1o parágrafo)

Entretanto, o jornalismo dito de qualidade sempre foi objeto de uma minoria. (6o parágrafo)


Os elementos sublinhados acima introduzem, no contexto, respectivamente, noção de

Alternativas
Comentários
  • LETRA D

     

    Porque = causal;

     

    Entretanto / No entanto / Contudo / mas = Adversidade, oposição ou contraposição;

  • LETRA D

     

    Causais : porque , porquanto , visto que , já que , uma vez que , na medida em que , dado que , haja vista que.

     Adversativas : mas , porém , contudo , no entanto , todavia , entretanto.

     

    Galera, criei um perfil no instagram voltado para publicar os meus macetes , dicas e em breve venda dos meus materiais. Sigam aí @qciano. Abraço e bons estudos!

  • Sabendo que entretanto poderia ser oposição, deixei somente duas para se analisar, pois vai que está no sentido de consequência. Porém, é no sentido de adversativa mesmo... As bancas, ultimamente estão cobrando outros sentidos das conjunções, e não o sentido literal da coisa.

     

    GAB LETRA D

  • É um mal porque todo relato jornalístico tende ao provisório. (1o parágrafo) (Causa)

    A causa de ser um mal é que todo relato jornalístico tende ao provisório.

     

     

    Entretanto, o jornalismo dito de qualidade sempre foi objeto de uma minoria. (6o parágrafo) (Oposição)

    Ideia de oposição. Pode-se substituir por: contudo, todavia, mas, porém...

     

     

     

    Calma, calma! Eu estou aqui!

  • acertei essa por eliminação, mas não consigo entender porque na frase: É um mal porque todo relato jornalístico tende ao provisório. (1o parágrafo) - esse "porque" não é de uma Or. co. Explicativa e não causa, afinal "porque todo relato jornalístico tende ao provisório"  é uma explicação porque o "jornalismo" é um mal necessário e não a causa disto.

    Alguem conseguiria me esclarecer essa dúvida?

  • A conjunção PORQUE  poderia ser explicativa também, mas nas alternativas não tinha essa opção. 

    Causais: porque, porquanto, como, uma vez que , já que, visto que, posto que

    Adversativas: mas, porém, todavia, no entanto, contudo, não obstante e entretanto

    Gab. D

  • Joede Santos,

    a conjunção ''porque'' será causal quando ela estiver inserida na oração que se dá no primeiro momento.

    Segue a frase dada: É um mal porque todo relato jornalístico tende ao provisório.

    Pergunta-se: Primeiro ''é um mal'' para todo relato jornalístico tender ao provisório, OU, primeiro todo relato jornalístico tende ao proviósrio para então ser um mal? 

    A resposta é a segunda opção conforme o contexto. Primeiro todo relato jornalístico tende ao provisório para assim se tornar um mal. Logo, se a conjunção PORQUE está no primeiro momento, ela é CAUSAL (oração subordinada adverbial causal).

    * Outro exemplo: O candidato foi eliminado porque portava celular.

    Pergunta-se: Primeiro o candidato foi eliminado para depois portar  o celular, OU, ele portava o celular primeiro para só depois ser eliminado?

    A respostá é a segunda opção! Primeiro ele porta o celular para só depois ser eliminado. Logo, conjunção PORQUE , que está no primeiro momento da oração, é CAUSAL.

    ** A conjunção PORQUE pode ser também oração coordenada sindética explicativa, se diferenciando da causal pelo fato da conjunção aparecer num segundo momento. Exemplo:

    Chove, porque as ruas estão molhadas.

    Pergunta-se: Primeiro chove para depois as ruas ficarem molhadas, OU, primeiro as ruas estão molhadas para depois chover?

    Resposta, primeiro chove! Logo, a conjunção PORQUE está no segundo momento, sendo portanto uma EXPLICAÇÃO.

    Obs.: Considere também que, em regra, as orações coordenadas são pontuadas! É uma forma de diferenciar também!

    Espero ter ajudado!!

  • Só de saber que ENTRETANTO é adversativo ja dava para matar a questão.

  • No meu, não aparecem os elementos sublinhados. Tem que habilitar algo?

  • Má Concurseira

    Muito Obrigado!!!!

  • Não consigo resolver várias questões porque quando fala "termo sublinhado" não aparece nenhum termo sublinhado pra mim. Isso muda de um navegador para outro ou acessando pelo app? Uso o Internet Explorer. Obrigada!

  • Principais conjunções adversativas: mas, contudo, porém, todavia, entretanto, no entanto, não obstante

  • Pessoal, usem sempre o Chrome para fazer as questões!
  • Letra A: “Porque” indica causa. “Contudo”, por sua vez, impõe uma ideia adversativa, contrariando a “finalidade” expressa na alternativa. Item incorreto.

    Letra B: “Porque”, como dito anteriormente, não expressa finalidade nem “entretanto” expressa concessão. Alternativa incorreta.

    Letra C: “Porque” não indica consequência, mas sim a causa, como visto anteriormente. “Entretanto” também não expressa temporalidade.

    Letra D: Item correto, pois “porque” introduz causa e “entretanto”, uma oposição à ideia descrita no parágrafo anterior.

    Letra E: “Pois” e “Entretanto” não podem indicar respectivamente concessão e consequência. Alternativa inadequada.

  • As orações que expressam dependência causal, subordinativas causais, utiliza-se as seguintes conjunções: porque, pois, por quanto, etc.

    As orações que expressam independência adversativa, coordenadas adversativa, utiliza-se as seguintes conjunções: não obstante, no entanto, entretanto etc.

    (D)

  • Patrícia, Internet Explorer existe ainda? rsrsrsrs brincadeiras à parte, está usando um péssimo navegador, mude-o!

  • FCC AMA conjunções