"[...] Pois é precisamente esse minimalismo que tem factualmente caracterizado os vários programas que, por via de transferências de renda - "programas de rendas mínimas" -, têm sido implementados em alguns países capitalistas centrais e em muitos países periféricos. A experiência de mais de uma década, especialmente na América Latina, é muito pouco promissora: na medida em que não se conjugam efetivamente com transformações estruturais (e esta é uma das condições políticas para que o tardo‑capitalismo os suporte), eles acabam por cronificar‑se como programas emergenciais e basicamente assistencialistas.
A articulação orgânica de repressão às "classes perigosas" e assistencialização minimalista das políticas sociais dirigidas ao enfrentamento da "questão social" constitui uma das faces contemporâneas mais evidentes da barbárie atual. E é no seu marco que, majoritariamente, operam, enquanto profissionais, os assistentes sociais."
FONTE: NETTO, J.P. Crise do capital e consequências societárias. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 111, p. 413-429, jul./set. 2012.