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ID
2684029
Banca
SUGEP - UFRPE
Órgão
UFRPE
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO 1


Entre os temas ensinados aos jovens brasileiros no ensino básico, estão, por exemplo, a fase inicial da colonização, a resistência dos quilombos à escravidão e a Inconfidência Mineira. Nessas aulas, porém, os alunos ouvem falar pouco ou nada da ativista de ascendência indígena Madalena Caramuru, que viveu no século XVI, da guerreira quilombola Dandara ou da inconfidente Hipólita Jacinta de Melo.

Na literatura, estudam romances de José de Alencar e de outros autores do Romantismo, mas não são informados da existência de Maria Firmina dos Reis, autora de “Úrsula”, um dos primeiros romances de autoria feminina do Brasil, primeiro de autoria negra e primeiro escrito ficcional de cunho abolicionista. Outras, como Anita Garibaldi, são mencionadas, mas quase sempre à sombra de seus companheiros homens.

O apagamento de brasileiras responsáveis por contribuições importantes se repete em diversas áreas de atuação. Em uma tentativa de reparar esse desconhecimento, o livro “Extraordinárias mulheres que revolucionaram o Brasil”, lançado pela Companhia das Letras na última semana de novembro, reúne a trajetória de 44 mulheres, com ilustração inédita de cada uma delas.

[...] Outras obras que têm o propósito de resgatar a biografia de mulheres cuja contribuição histórica é pouco difundida, ou mesmo desconhecida, foram publicadas em vários países. O contexto é a reivindicação de representatividade que tem sido pautada por feministas e profissionais das artes, da ciência, da tecnologia, entre outros campos.

“Extraordinárias Mulheres” é o primeiro dessa onda que se propõe a compilar os dados biográficos e os feitos de mulheres nascidas no Brasil ou “abrasileiradas” – que adotaram o país para viver, como é o caso da arquiteta Lina Bo Bardi e da missionária e ativista Dorothy Stang.

O projeto das jornalistas Duda Porto de Souza e Aryane Cararo é fruto de dois anos de pesquisa – um mergulho na vida de quase 300 mulheres, a partir das quais as autoras chegaram às 44 que estão no livro. Consultaram arquivos de jornais, livros, documentos e realizaram entrevistas.

Apesar da vocação educativa explícita, seu público-alvo transcende uma faixa etária específica, segundo as autoras. “Espero que seja um passo inicial. Que sirva de inspiração para crianças, jovens e adultos irem atrás de outras brasileiras brilhantes. E que a gente possa contar uma história um pouco mais igualitária, justa, dando nomes e rostos a quem fez o país chegar até aqui”, disse Aryane Cararo.

“Que a gente possa contar a história de Anita, a mulher que enfrentou tropas imperiais no Brasil e lutou pela unificação da Itália. E não a Anita do Garibaldi. De Dandara, a mulher que não queria fechar o quilombo para novos escravos fugitivos, e não a mulher de Zumbi. De Dinalva, que quase ficou invisível na história da luta armada no Brasil na época da ditadura. De Marinalva, que está fazendo história agorinha mesmo”, complementa a autora.

O livro também conta com uma extensa linha do tempo que mostra conquistas de direitos obtidas pelas mulheres do século XVI até o presente, e traz informações que esclarecem como era ser mulher em determinadas épocas.


Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/11/24/O-livro-queconta-a-história-do-Brasil-pela-trajetória-de-mulheresextraordinárias. Acesso em 03/05/18. Adaptado.

Acerca da proposta temática do Texto 1, é correto afirmar que ela:

Alternativas
Comentários
  • a) tem sido pautada por feministas a reinvindicação em outras obras e não no texto em si.

     

     

    b) GABARITO. fica centrada na descrição, acrescida de algumas explicações, de uma obra biográfica que foi recentemente lançada

     Em uma tentativa de reparar esse desconhecimento, o livro “Extraordinárias mulheres que revolucionaram o Brasil”, lançado pela Companhia das Letras na última semana de novembro, reúne a trajetória de 44 mulheres, com ilustração inédita de cada uma delas.

    “Extraordinárias Mulheres” é o primeiro dessa onda que se propõe a compilar os dados biográficos e os feitos de mulheres nascidas no Brasil ou “abrasileiradas” – que adotaram o país para viver...  

     

    c) Apenas épocas passadas, atual não.

     

    d) não fala nada de violência sofrida por elas.

     

    e) extrapolou com a idéia de igualdade de gêneros na sociedade. Expressa apenas a idéia de busca pela valorização das mulheres na história país.

  • Só de épocas passadas?

    "...e não a mulher de Zumbi. De Dinalva, que quase ficou invisível na história da luta armada no Brasil na época da ditadura. De Marinalva, que está fazendo história agorinha mesmo”, complementa a autora.
    O livro também conta com uma extensa linha do tempo que mostra conquistas de direitos obtidas pelas mulheres do século XVI até o presente, e traz informações que esclarecem como era ser mulher em determinadas épocas."

    E quer dizer que esse texo fica centrado na descrição? 

  • Não entendo por que não é a a)

    ...se apoia em uma obra literária - "Extraordinárias mulheres que revolucionaram o Brasil” - ...e se concentra na causa feminista: "...O contexto é a reivindicação de representatividade que tem sido pautada por feministas..." ...e na necessidade de valorização da mulher..."E que a gente possa contar uma história um pouco mais igualitária..."

  • Peçam comentário do professor!

    A alternativa A tem 3 afirmações, gostaria de entender qual delas está errada:

    1) se apoia em uma obra literária

    2) se concentra na defesa da causa feminista

    3) se concentra na necessidade de valorização da mulher

    Qual a diferença entre defender a valorização da mulher (coisa que é feita durante todo o texto) e defender a causa feminista? A valorização da mulher está dentro da causa feminista, talvez o erro seja porque valorização da mulher seja só 1 dos subtópicos da causa feminista. Mesmo assim achei bastante confuso. O item E fala que se "concentra" no texto, mas a autora dá MUITAS outras informações além dessa obra...

  • comentário ao erro da alternartiva A. Segundo a técnica livro do qual se fala no texto trata-se de obra não literária. vejamos o conceito: "Os textos literários são aqueles que possuem função estética, destinam-se ao entretenimento, ao belo, à arte, à ficção. Já os não literários são os textos com função utilitária, pois servem para informar, convencer, explicar, ordenar". (PIMENTEL, Carmem. Texto literário e não-literário). pode ser encontrado no site: http://educacao.globo.com/portugues/assunto/estudo-do-texto/texto-literario-e-nao-literario.html