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ID
2687884
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
EBSERH
Ano
2018
Provas
Disciplina
Serviço Social
Assuntos

Julgue o item que se segue, relativo à reestruturação do serviço social e das universidades no Brasil na década de 80 do século XX.


Essa reestruturação foi um retrocesso, pois os docentes e as autoridades reinstituídos eram anteriores ao período ditatorial e, adicionalmente, o currículo reimplantado e as referências bibliográficas eram defasados.

Alternativas
Comentários
  • Em 1980 com a aproximação da teoria de Marx e a vigência do currículo mínimo, as maiores transformações do Serviço Social se deram com a aprovação do código de ética de 1986 afirmando que a profissão é autônoma inscrita na divisão sócio-técnica do trabalho coletivo, ainda que não ocorra à ruptura com o conservadorismo, este é considerado o Código Marco da profissão. E com a promulgação da Constituição da Republica Federativa do Brasil, que ocorre no ano de 1988, a profissão caminha na construção de uma identidade profissional voltada à classe trabalhadora, assumindo uma prática mais humanizada e com maior enfoque nos direitos dos cidadãos, tendo como valor central a liberdade em favor da equidade e da justiça social (BRASIL, 1988). Cabe ilustrar aqui, todo o contexto que a profissão busca também a readequação do currículo mínimo, sendo que a proposta das diretrizes curriculares gerais para os cursos de Serviço Social surgem num momento em que as diretrizes anteriores, no caso de 1982, já não mais abarcavam toda a compreensão da totalidade social na qual o assistente social está inserido, derivando desta insatisfação, a urgência em definir padrões de qualidade da formação profissional, capacitando o assistente social para intervir na realidade social.

     

    http://www.proceedings.scielo.br/pdf/sst/n7/a41.pdf

  • Porque está certo?

  • Em 1986 surge então o quarto código que segundo Simões [...] Nasceu do movimento de reconceptualização do Serviço Social, contraposto ao conservadorismo e ao assistencialismo, gestado a partir dos anos 1970, explicitando a dimensão necessariamente político-institucional do exercício profissional (2009, p. 520). 

     Mesmo assim, se mostrou insuficiente do ponto de vista teórico e filosófico, e na operacionalização do cotidiano profissional. Segundo Barroco (2008) o código de ética de 1986 teve sua importância, porém não acompanhou os avanços teórico-metodológicos e as políticas resultantes desta década, pois estes avanços não proporcionaram um debate ético abrangente, já que não se sustentava em uma teoria que contribuísse para a compreensão dos fundamentos da profissão.


    De acordo com Simões (2009) com a necessidade da revisão do código de 1986, houve um envolvimento das entidades representativas da categoria profissional, ou seja, uma grande participação dos assistentes sociais, instituindo-se o código de ética de 1993. Este atribuiu maior amplitude política à atuação profissional, segundo seus considerandos, por meio da criação de novos valores éticosfundamentos na definição mais abrangente de compromisso com os usuários, com base na liberdade, democracia, cidadania, justiça e igualdade social (2009, p.521). A revogação do código de ética de 1993, juntamente com a lei de regulamentação profissional do mesmo ano e as diretrizes curriculares da Associação Brasileira de Ensino e Serviço Social – ABESS em 1982, constituem a dimensão normativa do projeto ético-político profissional. E estes elementos basilares, e a necessidade de ultrapassar as equivocadas concepções que no decorrer da década 80 que foram frustadoras e não correspondia com a realidade em movimento, contribuíram para o posicionamento crítico e repensar seu compromisso com a classe trabalhadora.



    Fonte:SERVIÇO SOCIAL: APROPRIAÇÃO DA TEORIA SOCIAL MARXISTA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL CRÍTICA. 

    Sandra Neres Santos

  • Então por que está correta? Os textos citados mostram que a reestruturação foi insuficiente e até inadequada mas não chegou a ser um retrocesso.

  • Gente.. Não entendi essa questão
  • Acredito que seja questão de interpretação mesmo, além de se tratar da banca CEBRASPE. No primeiro momento marquei errado e fiquei matutando o erro. Difícil de encontrar, mas basta uma reflexão mais apropriada da época.O foco da questão passa a ser os profissionais (que realmente eram os mesmos conservadores de 1930) que são reinstituídos, e que se oporam aos novos rumos que se exigia da profissão. Creio que a elaboração da questão não se apropriou do momento citado e desconsiderou a sua totalidade.

  • Achei a questão má formulada. Deixou entendimento dúbio

  • Não entendo o motivo dessa questão estar correta.

    E o pior, indiquei a questão há um certo tempo e a professora NUNCA respondeu. Deveríamos nos mobilizar sobre. Do que adianta pagar assinatura premium e não ter direito a comentários da professora da nossa matéria?

  • QCONCURSOS, A PLATAFORMA É PAGA E NECESSITAMOS DOS COMENTÁRIOS DO (A) PROFESSOR (A)

  • Estamos sem professor de Serviço Social!!!!!!!!!!!!!!

  • Questão confusa. Precisamos de um (a) professor (a) comentando essa questão.

  • Reestruturar não significa regredir, retroceder.

    Nunca tive uma solicitação de comentário do professor respondido.

    Observei ainda que os poucos comentários existentes, são apenas copias de algum texto e não um comentário, uma explicação sobre a questão.

    Uma pena!

  • errei a questão!

    depois de analisar e pensar rrsrs acredito que pode ser relacionado a influências para o serviço social brasileiro nos anos 70-80:  pluralismo político; materialismo histórico dialético "sem Marx";

  • Aos administradores dessa plataforma, estamos necessitando de professores de serviço social para nos auxiliar nas resoluções de questões

  • Indo pela reflexão da colega Sílvia, dá para entender um pouco melhor. Ainda assim, questão confusa.

  • Confuso! Algum professor para esclarecer nossa dúvida?

  • Resposta: CORRETO. A resposta está no texto "O Serviço Social na América Latina e o Debate no Brasil", do autor Carlos Montaño.

    Desta forma, enquanto nos anos 60 e início dos 70 se desenvolveu um intenso intercâmbio e dinamização, fundamentalmente articulados pelo protagonismo de profissionais, escolas e intelectuais de origem hispano-americana (Natálio Kisnerma, Herman Kruse, Ezequiel Ander-Egg, Norberto Alayón, Tereza Quiroz, Diego Palma,

    Manuel Manrique Castro, Alejandrino Maguiña, Boris Aléxis Lima, entre outros), e por ALAETS e CELATS, com os escuros anos de ditaduras, estas experiências tenderam a ser ofuscadas e combatidas duramente. Afinal, nos anos 70 (contexto de muitos golpes de Estado nos países hispano-americanos), as universidades destes países já tinham se consolidado como espaço de conflitividade social: foram fechadas muitas escolas, reabrindo com interventores, com currículos regressivos, que levavam a um retrocesso da formação profissional até suas origens, e incorporando os fundamentos da “doutrina de segurança nacional”, com professores caçados, e com uma bibliografia que recortava o que de mais progressista apresentava o Serviço Social e as ciências sociais em geral.

    Assim, no ingresso na década de 80, durante os processos de reinstitucionalização democrática de diversos países – fundamentalmente no cone sul latinoamericano –, a profissão e as universidades, em geral, reiniciam seu caminho histórico de reestruturação, com uma defasagem de mais de 15 anos.

    Com este quadro, pode-se afirmar que a estratégia assumida por muitos países hispano-americanos para se reestruturar profissionalmente, em geral, foi o do retorno ao passado: foram reinstituídos os docentes e autoridades, anteriores às ditaduras, reimplantados os currículos antigos (dos anos 60, na melhor das hipóteses) e reintroduzida a bibliografia de referência dos inícios da reconceituação, como “textos atuais”.

  • Galera, vamos mandar e-mail falando sobre a demora em responder questões fundamentadas da nossa área.

  • Verdade estamos necessitando de professores na área do serviço social para esclarecer essa entre outras que geram duvidas.

  • ta loco, uma questão dessa é recurso até cair o dedo

  • Tereza, o texto que citou trata da América Latina. No caso do Brasil, não tivemos retrocesso, mas avanços, mesmo com todas as limitações da pós-ditadura.
  • As questões de serviço Social necessita dos comentários do professor e aula também.
  • Complicado. Pois o quarto código de ética o de 86, possibilitou às mudanças, e baseou o código de 93, assim não foi um retrocesso não, foi um avanço. O código de 86 já tinha uma perspectiva de intenção de romper com as vertentes anteriores, se colocada a favor da categoria trabalho, e logo após a constituição de 88, necessitou ser adegado e aprofundado na defesa da democracia, refletindo no código de 93.

  • Precisamos de um professor para comentar as questões de serviço social!

  • Cadê o comentário do professor?