SóProvas


ID
2688856
Banca
FUMARC
Órgão
SEE-MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Os textos VIII e IX, motivadores, o(a) auxiliarão a responder à questão.


TEXTO VIII 


      Na busca por definir critérios para fixar uma escrita convencionalizada, observamos que as muitas línguas com notação alfabética enfrentaram, desde a Antiguidade, uma disputa entre opções (cf. BLANCHE-BENVENISTE; CHERVEL, 1974). Por um lado, desde a Roma e a Grécia antigas, já existia tendência de buscar respeitar o princípio fonográfico, segundo o qual a ortografia deveria estar o mais próxima possível da pronúncia das palavras. Apesar das boas intenções, isso envolvia um problema sem solução perfeita: se diferentes falantes de uma mesma língua – pertencentes a regiões, grupos socioculturais e épocas diferentes – pronunciam de forma distinta as mesmas palavras, a busca de uma correspondência “limpa” entre formas de falar e escrever teria sempre que partir de uma pronúncia idealizada, tomada como padrão. Por outro lado, encontramos há muitos séculos a defesa de um princípio etimológico, segundo o qual as palavras provenientes de outra língua deveriam preservar as grafias que tinham nas línguas de origem. Assim, no caso de línguas como português, francês e espanhol, as formas latinas e gregas seriam candidatas especiais à manutenção de suas notações originais (e a uma desobediência do princípio fonográfico).

      Finalmente, nessa disputa entre perspectivas diferentes, a história de evolução das normas ortográficas das línguas aqui mencionadas revela que não só tendeu-se a fazer um “casamento” dos dois princípios (fonográfico e etimológico) já citados, como a incorporar formas escritas que surgiram por mera tradição de uso. 

      Tudo em ortografia precisa ser visto, consequentemente, como fruto de uma convenção arbitrada / negociada ao longo da História. Mesmo a separação das palavras no texto, com espaços em branco, é uma invenção recente, bem como o emprego sistemático de sinais de pontuação. Até o século XVIII, quando predominava a leitura em voz alta, muitos textos eram notados com as palavras “pegadas”. Como também tinham poucos sinais de pontuação, cabia ao leitor, ao “preparar” sua leitura, definir como iria segmentar o texto. Numa língua como o português, vemos hoje que a norma ortográfica envolve não só a definição das letras autorizadas para escrever-se cada palavra, como também a segmentação destas no texto e o emprego da acentuação. 

      Diferentemente da pontuação – que permite opções / variações conforme o estilo ou interesse de quem escreve –, no caso da ortografia as convenções estabelecidas são avaliadas taxativamente: a grafia de uma palavra ou está certa ou errada, não se julgando sua qualidade em termos de “aproximação” do esperado (MORAIS, 1998; SILVA, 2004).


(MORAIS, Arthur Gomes. A norma ortográfica do português: o que é? para que serve? como está organizada? In: SILVA, Alexsandro; MORAIS, Arthur G.; MELO, Kátia L. R. Ortografia na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. Disponível em: http://www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/25.pdf. Acesso em: 5 jan. 2018)


TEXTO IX


      Nosso objeto de estudo, a linguagem, mostra-se diferente aos olhos do observador, conforme ele a investigue. Por exemplo, como representação do pensamento, e este como representação do mundo. Entretanto, sabemos que, no uso cotidiano da língua, não pensamos conscientemente em formas para traduzir conteúdos, nem em conteúdos preexistentes que buscam formas. Forma e pensamento nascem juntos; nossos pensamentos e representações são feitos de palavras e se constroem, ou na interação contextualizada com o outro ou no diálogo interno com outros discursos também feitos de palavras. A referência à decodificação, presente nos PCN+, não pode nos induzir também ao engano de reduzir as línguas naturais — em particular, a língua portuguesa — a um sistema de sinais, por meio do qual um emissor comunica a um recebedor determinada mensagem.

      A partir dessa concepção, aprender e ensinar língua seria dominar o código, e a compreensão e a produção de textos se reduziriam ao processo de decodificação e codificação: para cada sinal ou combinação de sinais corresponderia um sentido. Sabemos que os enunciados produzidos nas línguas naturais têm uma parte material - os sons, no caso da língua oral, e as formas, no caso da escrita -, mas têm também uma parte subentendida, essencial para a produção de sentido na interação. Essa parte subentendida, digamos, “invisível”, está no contexto de produção do enunciado, em sua enunciação e co-enunciação, nos conhecimentos de mundo e nos valores partilhados pelos interlocutores.

(SEE MG. Currículo Básico Comum. Proposta Curricular. Língua Portuguesa - Ensinos Fundamental e Médio. 2005, p. 11- 12)

Levando em consideração as novas regras ortográficas vigentes, assinale a afirmação INCORRETA:

Alternativas
Comentários
  • desde que em paroxítonas? 
    não há este requisito.

  • A regra do I e U tônicos precedidos de vogal e formando sílaba sozinho ou com S, continua a mesma : são acentuados e constituem hiato;

    Ex - e-go-ís-mo.

    BIZU - Se o vogal I ou U forem seguidos de NH ou quanado vierem em palavras paroxitonas, depois de ditongo, o acento agudo desaparece, ex :

    Ra-i-nha, fei-u-ra.

     

  • Letra A incorreta

    As vogais I e U tônicas, quando precedidas de ditongos crescentes em paroxítonas, (feiura, boiuna, baiuca) NÃO têm mais acento. Lembrando que em oxítonas o acento permanece (tuiuiú, Piauí).

    As palavras “viúva” e “saúde” são acentuadas pela regra do hiato - I e U tônicos em sílaba separada, seguidos ou não de "s", e precedidos por vogal.

  • nossa, procurando o erro da b pelo resto da vida.... nunca ia achar mesmo :'((((((((((((( 

     

    assinale a INCORRETAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

     

    não importa, meu marido tem dois empregos!

  • Convém fazer uma ressalva sobre a alternativa E: Anti-inflamatório escreve com hífen.

  • Joyce, muito bom o seu comentário! Mas há apenas uma pequena correção nele. Os ditongos precedidos de I ou U para não serem acentuados, serão decrescentes, e não crescentes como você colocou.

  • viuva”, “SAÚDE”, “feiura”, “boiuna”, “baiuca

  • Se o cargo fosse para nível médio, a questão seria nível Harvard....

  • Na alternativa A é incorreta porque os hiatos devem ser vogais em silabas diferentes seguidas ou não de S, e não de ditongo

  • Na alternativa A é incorreta porque os hiatos devem ser vogais em silabas diferentes seguidas ou não de S, e não de ditongo

  • Note que a afirmação da letra A é INCORRETA.

    Os chamados falsos hiatos (que consistem nas vogais I e U tônicas precedidas de ditongos) não mais são acentuados caso a palavra seja paroxítona.

    É o caso de FEIURA, BOCAIUVA, GUAIUBA, etc.

    Essas palavras possuíam acento antes do Acordo Ortográfico. Hoje, não mais possuem.

    Resposta: Letra A

  • Alternativa E também está incorreta, visto que anti-inflamatório deve ser separado. Mas o QC que deve ter errado ao redigir.

  • "Feiúme", "feiúra", "baiúca", "bocaiúva", "boiúna" cascaram fora.

  • LETRA A:

    SA - Ú - DE

    VI - Ú - VA

    DIFERENTE DE

    FEI - U - RA

    BOI - U - NA

    BAI - U - CA

    BO - CAI - U - VA

  • Alternativa A) é a correta,sendo ela certa em partes o erro foi em citar queque a diferença é somente em palavras paroxítonas.