SóProvas


ID
2691238
Banca
FCC
Órgão
SABESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Considere o texto abaixo para responder a questão. 


1       A partir de que momento uma obra é, de fato, arte? Mona Suhrbier, etnóloga e especialista em questões ligadas à Amazônia do Museu de Culturas do Mundo de Frankfurt, explica em entrevista por que trabalhos de mulheres indígenas que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade de achar um lugar nos museus.

2    Qual tipo de arte pode ser classificado como “arte indigena”? Devo mencionar, de início, que aqui no Museu das Culturas do Mundo não usamos o termo “arte indígena”. O Museu coleciona desde 1975 arte não europeia. Em cada exposição, indicamos o nome da região de que a arte em questão vem. Mas para responder a sua pergunta com uma pequena provocação: arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte que os países não querem usar para representá-los no exterior. É o “folclore”, o “artesanato”. Para este tipo de arte foi criado no século 21 um espaço especial: o Museu do Folclore. Já me perguntei: por que é que se precisa desse museu? Por que aquilo que é exibido nele não é considerado simplesmente arte?

3     E você encontrou uma resposta a essa pergunta? Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, colocase a obra no Museu do Folclore, sobretudo se for feita por mulheres. Mas se a obra for de autoria de um artista urbano, cujo currículo seja adequado, ou seja, se tiver estudado com “as pessoas certas”, aí sim ele pode iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido. Na minha opinião, o problema está nesses critérios “ocidentais”. Muitas vezes o próprio material já define: o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (“sim, poderia ser arte”), enquanto um cesto trançado já é mais difícil.

4   Até que ponto especialistas em arte, socializados em culturas ocidentais, refletem a respeito do fato de que talvez não possam julgar tradições artísticas que não conhecem? Acredito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um mundo visual específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma. É mais uma questão sensorial que intelectual. Acho que, entre nós, há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que nos marcou esteticamente.

(Adaptado de: REKER, Judith. “Arte não europeia: ‘não queremos ser como vocês’”. Disponível em: https://www.goethe.de)

Acredito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um mundo visual específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma.


Mantendo-se, em linhas gerais, o sentido original, as frases acima formam um único período, com clareza e correção, em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO LETRA B

     

    Pessoal, a dica para esse tipo de questão é sempre procurar a correlação entre a frase do enunciado e a frase reescrita. O movimento de vai-e-vem entre os trechos me ajuda muito. Além disso, procure encontrar erros de gramática, como vírgulas mal empregadas, palavras escritas de forma errada, regência verbal, entre outros. Quanto à letra A, vale a pena ressaltar, ainda, o emprego dos termos "à medida que" e "na medida em que":

     

    À medida que é uma locução conjuntiva proporcional, logo, expressa ideia de proporção. Está aí a explicação do por que essa expressão pode ser substituída por “à proporção que".

    Na medida em que é uma locução conjuntiva causal, logo, haverá noções de causa/consequência ou efeito nas orações que tiverem tal expressão. Pode ser substituída pelas equivalentes “uma vez que”, “porque”, “visto que”, “já que” e “tendo em vista que”.

     (Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/a-medida-que-ou-na-medida-que.htm)

     

    Qualquer erro, por gentileza me notifique. Sucesso a todos!

  • Eu costumo entender por blocos, porque, basicamente é isso que a banca faz, mistura blocos de ideias alterando conjunões e locuções conjuntivas.

  • odeio esse tipo de questão rs

  • Não entendi porque na frase original, o verbo eram cresceram, e ele foi substituido pelo participio, na questão certa, não tem que tem que manter os tempos?

  • Gab. B

    a) Acredito que, para além da maior parte das pessoas, os especialistas em arte também não pensam em crescer em um mundo visual específico, do qual serve como uma espécie de norma, na medida em que tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. 

     

    Nenhum termo regeu a preposição de.

     

    b) Acredito que não só a maioria das pessoas, mas também os especialistas em arte não pensam ter crescido em um mundo visual específico, que serve como uma espécie de norma, de maneira que tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. 

     

    c) Acredito que as pessoas, em sua maioria e, inclusive, os especialistas em arte que não pensam que cresceram em um mundo visual específico, tendem a usá-lo como norma a julgar como bom aquilo que já conhecem. 

     

    1 - Erro de pontuação; separou o sujeito composto de seu predicado; o certo seria colocar uma vírgula imediatamente após a palavra maioria: "Acredito que as pessoas, em sua maioria, e, inclusive, os especialistas em arte PENSAM".

    2 - Tende a usar o que? Texto incoerente, e não há sequer esse verbo e esse pronome oblíquo no trecho original.


    d) Esse mundo visual específico, no qual a maioria das pessoas e, inclusive, dos especialistas em arte cresceram, serve-lhes como uma espécie de norma, a tal ponto de que tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem.

    Nenhum termo regeu a preposição de; e há uma sutil mudança do sentido original, pois, no comando da questão, diz que a maioria das pessoas NÃO PENSAM QUE CRESCERAM em um mundo visual específico. 

     

    e) A maioria das pessoas, além dos especialistas em arte, não pensam ter crescido em um mundo visual específico que, tendem a julgar como bom, pois aquilo que já conhecem lhes serve como uma espécie de norma.

    Não há coerência/clareza das ideias. Há também erros de sintaxe, por ex., o verbo julgar é transobjetivo, ou seja, exige um objeto direto e um predicativo do objeto.

  • Observem que existe uma relação de causa e consequência:

     

     

     

     

     

    As pessoas (e também os especialistas) não pensam que cresceram em um mundo visual específico. COMO CONSEQUÊNCIA, julgam como bom aquilo que já conhecem.

     

     

     

     

    Resumindo mais ainda, temos que as pessoas e os críticos não percebem que foram criados sempre vendo o mesmo tipo de arte e, consequentemente, só sabem apreciar, considerar como bom aquilo que já conhecem.

     

     

     

     

    Dentro da primeira parte, temos também uma adição, que foi sublinhada. Então, teríamos agora que achar a alternativa que traga esse nexo de consequência. Isso pode ser visto no conectivo “de maneira que”, locução conjuntiva consecutiva.

     

     

     

     

    Na letra A, o “pois” indica uma explicação, precisávamos de uma ideia de consequência.

     

     

     

    Na B, “na medida em que” traz ideia de causa. Na D, a vírgula antes de ‘tendem’ separa o sujeito do verbo. Na E, a alternativa é confusa e também há mudança radical do sentido original, pois sugere que “a maioria dos especialistas em arte” vivem no mundo visual específico.  A redação original não fala de “maioria dos especialistas”, mas sim de “maioria das pessoas”.

     

     

     

     

    Gabarito letra C.

     

    FONTE: Estratégia Concursos

  • Uma dica: Fazer leitura sem os termos isolados por vírgula e verificar se mantém o sentido do trecho original.

  • b) Acredito que não só a maioria das pessoas, mas também os especialistas em arte, não pensam ter crescido em um mundo visual específico, que serve como uma espécie de norma, de maneira que tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. 

    Não devia ter uma vírgula alí? Não consegui entender. O sujeito não deveria ser "A maioria das pessoas"? Todo mundo está analisando como se fosse "os especialistas". Descartei pois achei que havia um erro nessa vírgula e, consequentemente, de concordância.

    Por que na C está separando sujeito de verbo? Há um enorme aposto.

    c) Acredito que as pessoas, em sua maioria e, inclusive, os especialistas em arte que não pensam que cresceram em um mundo visual específico, tendem a usá-lo como norma a julgar como bom aquilo que já conhecem.  (ao meu ver foi esse "usá-lo" que ficou incoerente)

  • Exatamente Philip Fry. Não marquei a letra b) porque faltou uma vírgula após a palavra "arte". Alguém pode esclarecer?

  • Observem que existe uma relação de causa e consequência:

    As pessoas (e também os especialistas) não pensam que cresceram em um mundo visual específico. COMO CONSEQUÊNCIA, julgam como bom aquilo que já conhecem.

     

    Resumindo mais ainda, temos que as pessoas e os críticos não percebem que foram criados sempre vendo o mesmo tipo de arte e, consequentemente, só sabem apreciar, considerar como bom aquilo que já conhecem.

     

    Dentro da primeira parte, temos também uma adição, que foi sublinhada. Então, teríamos agora que achar a alternativa que traga esse nexo de consequência. Isso pode ser visto no conectivo “de maneira que”, locução conjuntiva consecutiva.

     

    Na letra A, “na medida em que” traz ideia de causa.

     

    Na letra C, a vírgula antes de ‘tendem’ separa o sujeito do verbo.

     

    Na letra D, a alternativa é confusa e também há mudança radical do sentido original, pois sugere que “a maioria dos especialistas em arte” vivem no mundo visual específico.  A redação original não fala de “maioria dos especialistas”, mas sim de “maioria das pessoas”.

     

    Na letra E, o “pois” indica uma explicação, precisávamos de uma ideia de consequência.

     

     

    Portanto, o gabarito é "letra "B".


     

    Prof Felipe Luccas, Estratégia Concursos.

  • Também não marquei a letra B por entender faltar uma vírgula ali depois da palavra "arte". Algum iluminado porderia explicar se de fato não falta uma vírgula ali?

  • Também entendi assim, Fernando. Não entendi. 

  • Também não entendi a falta de vírgula após a palavra arte. 

     

    Essa questão não ficou clara. Indiquem para comentário. 

  • Doido eu não consigo acertar uma questão se quer nesse formato, é desesperador !!!!!!!!

    cadê o coração desse examinador, pelo amor de Deus