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ID
2691241
Banca
FCC
Órgão
SABESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Considere o texto abaixo para responder a questão. 


1       A partir de que momento uma obra é, de fato, arte? Mona Suhrbier, etnóloga e especialista em questões ligadas à Amazônia do Museu de Culturas do Mundo de Frankfurt, explica em entrevista por que trabalhos de mulheres indígenas que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade de achar um lugar nos museus.

2    Qual tipo de arte pode ser classificado como “arte indigena”? Devo mencionar, de início, que aqui no Museu das Culturas do Mundo não usamos o termo “arte indígena”. O Museu coleciona desde 1975 arte não europeia. Em cada exposição, indicamos o nome da região de que a arte em questão vem. Mas para responder a sua pergunta com uma pequena provocação: arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte que os países não querem usar para representá-los no exterior. É o “folclore”, o “artesanato”. Para este tipo de arte foi criado no século 21 um espaço especial: o Museu do Folclore. Já me perguntei: por que é que se precisa desse museu? Por que aquilo que é exibido nele não é considerado simplesmente arte?

3     E você encontrou uma resposta a essa pergunta? Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, colocase a obra no Museu do Folclore, sobretudo se for feita por mulheres. Mas se a obra for de autoria de um artista urbano, cujo currículo seja adequado, ou seja, se tiver estudado com “as pessoas certas”, aí sim ele pode iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido. Na minha opinião, o problema está nesses critérios “ocidentais”. Muitas vezes o próprio material já define: o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (“sim, poderia ser arte”), enquanto um cesto trançado já é mais difícil.

4   Até que ponto especialistas em arte, socializados em culturas ocidentais, refletem a respeito do fato de que talvez não possam julgar tradições artísticas que não conhecem? Acredito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um mundo visual específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma. É mais uma questão sensorial que intelectual. Acho que, entre nós, há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que nos marcou esteticamente.

(Adaptado de: REKER, Judith. “Arte não europeia: ‘não queremos ser como vocês’”. Disponível em: https://www.goethe.de)

Está correto o que se afirma em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO D

     

    A) O acréscimo de uma vírgula imediatamente após "Mas" em Mas se a obra for de autoria de um artista urbano (3° parágrafo) separaria a conjunção da oração por ela introduzida, mantendo a frase correta. 

    B) A frase iniciada por Muitas vezes o próprio material já define (3° parágrafo) introduz um exemplo coincidente com os critérios aventados na frase anterior, de modo a sugerir o mesmo ponto de vista. 

    C) Em Já me perguntei: por que é que se precisa desse museu? (2°parágrafo), caso se suprimam os dois-pontos e o ponto de interrogação, deverá também se manter a grafia de “por que”. 

    D) gabarito.

    E) Em por que é que se precisa desse museu? (2° parágrafo), a supressão do segmento sublinhado, por ser expletivo, não acarreta erro de sintaxe à frase.  

  • GAB D

     

    A- INCORRETA. A vírgula serviria para separar uma oração condicional (introduzida pelo SE condicional). A vírgula que separa a oração adversativa viria antes do MAS, não depois. No caso em tela, a oração começou após ponto final.

     

    B - INCORRETA. A frase traz mais um exemplo na mesma linha de raciocínio, isto é, no argumento de que a obra não é tratada como “arte” propriamente dita, nesse caso, pelo próprio material.

     

    C - INCORRETA.Se for suprimido o ponto de interrogação, a interrogativa vai virar uma “interrogativa indireta”. Contudo, isso em nada muda o “por que”, que deve ser separado em interrogativas diretas e indiretas, igualmente. Usamos “porque” junto nas respostas, como conjunção.

     

    D - CORRETO.  a banca usa “relativizam” justamente porque as aspas indicam que esse conceito de “pessoas certas” é relativo e também é relativo aquilo que é considerado “ocidental”. Isso porque a arte indígena é produzida no mesmíssimo ocidente em que é produzida a arte “considerada ocidental”. Em outras palavras, “ocidental” pode variar de sentido e não se aplicado a um objeto que é objetivamente, geograficamente ocidental, mas não é considerado “arte ocidental”, mas sim arte indígena, ou rural, ou do folclore etc…

     

    E- INCORRETO. Justamente o contrário: por ser expletivo, NÃO acarreta erro de sintaxe à frase.

     

    Prof. Felipe Luccas

     

     

  • Complementando...

     

     

    Sempre que houver algum verbo no subjuntivo ou no futuro do pretérito do indicativo, vai haver o sentido hipotético. No caso da alternativa (d) o verbo é o "poderia" que está no futuro do pretérito.

     

     

    Essa foi a 2º questão da mesma prova que a FCC jogou com esses verbos. Vejam: Q897085

     

     

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    Confira o meu material gratuito > https://drive.google.com/drive/folders/1sSk7DGBaen4Bgo-p8cwh_hhINxeKL_UV?usp=sharing

  • Pessoal, fiquei com uma dúvida na alternativa a. No curso de português aprendi que a conjunção 'mas' não pode ser deslocada na frase e não aceita uma vírgula posterior como recurso estilístico. O único caso de vírgula posterior ao 'mas' seria por termo intercalado.

    Entretanto, acredito que essa questão não seja o caso de termo intercalado. Então onde está o erro? Alguém pode ajudar?

  • Tenho a mesma dúvida do colega Michel Silva

  • a) O acréscimo de uma vírgula imediatamente após "Mas" em Mas se a obra for de autoria de um artista urbano(3° parágrafo) separaria a conjunção da oração por ela introduzida, tornando a frase incorreta. 

     

    "Mas se a obra for de autoria de um artista urbano, cujo currículo seja adequado, ou seja, se tiver estudado com “as pessoas certas”, aí sim ele pode iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido".

     

    A oração ficaria: Mas, se a obra for de autoria de um artista urbano, cujo currículo......

     

     A vírgula serviria para separar uma oração condicional (introduzida pelo SE condicional). Em regra a vírgula que separa a oração adversativa viria antes do MAS, não depois. Na questão, a oração começou após ponto final.

     

    https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/prova-comentada-sabesp-fcc-portugues/

  • Mesma dúvida do colega Michel

  • Edmir Dantes, criou outro perfil mas continua mandando essas mensagens insuportáveis?

    Pega leve, campeão

  • Pessoal leiam essa publicação sobre a vírgula e a conjunção "mas", muito interessante > https://novaescola.org.br/conteudo/202/dempre-devo-usar-virgula-antes-da-palavra-mas 

  • * Porque (junto e sem acento) é usado principalmente em respostas e em explicações. Indica a causa ou a explicação de alguma coisa,  pode ser substituído por:pois;visto que; uma vez que;por causa de que;dado que. Ex : Choro porque machuquei o pé.

    *Por que (separado e sem acento) pode ser usado para introduzir uma pergunta ou para estabelecer uma relação com um termo anterior da oração.Possuindo um caráter interrogativo, por que é usado para iniciar uma pergunta, podendo ser substituído por: por que motivo;por qual motivo;por que razão. Ex:Por que você não foi dormir?

    *Por que relativo :Estabelecendo uma relação com um termo antecedente, por que é usado como elo de ligação entre duas orações, podendo ser substituído por:pelo qual;pela qual;pelos quais;pelas quais. Ex: Não achei o caminho por que passei..

    *Por quê (separado e com acento) é usado em interrogações. Aparece sempre no final da frase, seguido de ponto de interrogação ou de um ponto final.Ex:Você não comeu? Por quê?

    *Porquê (junto e com acento) é usado para indicar o motivo, a causa ou a razão de algo.Aparece quase sempre junto de um artigo definido (o, os) ou indefinido (um, uns), podendo também aparecer junto de um pronome ou numeral.Porquê pode ser substituído por:o motivo;a causa.Ex:Todos riam muito e ninguém me dizia o porquê.

    obs:Porquê é um substantivo masculino, podendo sofrer flexão em gênero: o porquê, os porquês.

  • Preguiça dessas questões enormes da FCC, dependendo do tamanho da prova, o jeito é deixar um monte em branco. Está querendo ser ESAF (rs).

  • POR SER EXPLETIVA, ELA SÓ É USADA PARA REALÇAR O QUE SE QUER DIZER, DESSE MODO, SUA RETIRADA NÃO ACARRETA ERRO GRAMATICAL NEM DE SENTIDO À ORAÇÃO.