SóProvas


ID
2691250
Banca
FCC
Órgão
SABESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      A mitificação dos homens é um fato social comum, e um dos mais perniciosos. Desde que um nome emerge, por qualquer razão, da massa anônima, está o seu dono sujeito a virar mito. Com isso, naturalmente, soma-se às forças dessa pessoa um dinamismo novo, que raramente reverte em benefício dos demais homens. De qualquer modo, uma coisa preciosa se perde: a verdade da condição real desse indivíduo.

      O escritor é um dos tipos sociais mais sujeitos a esse fenômeno. Já ouvi, inúmeras vezes, queixas como esta: “Que decepção, o Fulano. Julgava-o diferente. É um homem como outro qualquer”. Sim, as pessoas se surpreendem que os escritores comam, tropecem no beiço da calçada, assoem o nariz etc. Isso, nos casos mais graves de delírio adolescente. Mas é muito comum pensar-se que os escritores têm o mundo totalmente decifrado dentro de sua cabeça e não são suscetíveis de vacilar um instante sobre que decisão tomar em face desta ou daquela contingência.

      E o curioso é que essa vontade idealista do público se reflete frequentemente no escritor: e ei-lo se compondo, como diante do fotógrafo, a fim de não contrariar a imagem que os leitores criaram de sua pessoa. A propósito desse fenômeno, que termina por influenciar diretamente a própria obra do escritor, Roland Barthes escreveu que, na França, os homens de letras tinham todos se educado na “arte de morrer em público”. É a frase do gênio alemão, à hora da morte: “mais luz, mais luz”. (Se Goethe disse isso ou não, pouco importa: a frase é necessária para compor o mito.) No entanto, o velho e sábio Sócrates não se preocupou com que sua derradeira frase fosse esta: “Críton, nós devemos um galo a Asclépio; não te esqueças de pagá-lo”.

      Há, por outro lado, um esforço permanente dos biógrafos para fazer dos escritores e dos artistas personagens ideais. Ou para detratá-los, lançando mão de detalhes de sua vida particular. Tanto num caso, como noutro, deixa-se de lado o fato simples de que a obra de arte, quando acontece, é uma vitória da pessoa sobre seus defeitos e suas virtudes cotidianas.

(GULLAR, Ferreira. Melhores Crônicas. São Paulo, Global, 2012, ed. digital) 

Ao substituir-se o elemento sublinhado pelo que está entre parênteses, o verbo que deverá ser flexionado no plural encontra-se em:

Alternativas
Comentários
  • Eu gostaria de saber o porquê da alternativa A estar errada. Eu achei que a frase ficaria "não nos esqueçamos de pagá-lo".

     

    Se alguém souber e puder me avisar, agradeço.

  • Deve-se voltar ao texto e verificar a frase inteira: “Críton, nós devemos um galo a Asclépio; não te esqueças de pagá-lo”.

    O sujeito da frase é Críton (tratado por tu), portanto mesmo mudando o pronome o verbo não se altera.

  • eu só não marquei a B pelo seguinte fato do "a" antes de "obra" não estar grifada tbm

    "o fato simples de que a obra de arte, quando acontece (as obras de arte)"

     

    Pq se não teria que ficar 

    "o fato simples de que a as obras de arte, quando acontece" 

  • "Críton, nós devemos um galo a Asclépio; não NOS esqueças de pagá-lo". Essa frase está correta?. Estranhíssima  essa questão.

  • Gab. b

    a) O sujeito é “Críton”, então o verbo não vai ao plural, independentemente do pronome.

    b) Obra de arte é o sujeito de ‘acontece’. Se for ao plural, o verbo também vai. 

    c) Esse termo é objeto direto de “influenciar”, em nada afeta a concordância

    d) Esse termo é objeto direto de “há”, em nada afeta a concordância.

    e) O núcleo é “vontade”, mudar o determinante “do público” para “das pessoas” não afeta a concordância.

    Felipe Luccas - Estratégia

     

  • Gabarito B

     

     

    Perceba o que a questão diz:

    Ao substituir-se o elemento sublinhado pelo que está entre parênteses, o verbo que deverá ser flexionado no plural encontra-se em:

     

    Comentário a alternativa A

    No entanto, o velho e sábio Sócrates não se preocupou com que sua derradeira frase fosse esta: “Críton, nós devemos um galo a Asclépio; não NOS esqueças de pagá-lo”.   CORRETO, pois Críton será responsável por lembrar Sócrates e Críton (ele mesmo) de pagar Asclépio. Portanto, Críton é sujeito do verbo ESQUEÇAS.

     

    No entanto, o velho e sábio Sócrates não se preocupou com que sua derradeira frase fosse esta: “Críton, nós devemos um galo a Asclépio; não NOS esqueçamos de pagá-lo”.   CORRETO, pois Críton e Sócrates serão responsáveis por lembrar ... ...

     

     

    O comando da questão diz

    Ao substituir-se o elemento sublinhado pelo que está entre parênteses, o verbo que deverá ser flexionado no plural encontra-se em:

     

    Portanto, na alternativa A, o verbo não DEVERÁ ...  ele poderá ser flexionado.

     

    Erros, me avisem  ...  :)

  • por que diabos a FCC não indica a linha ou parágrafo da frase? 

  • Ainda em relação à assertiva "a", perceba o que diz o enunciado da questão: 


    "Ao substituir-se o elemento sublinhado pelo que está entre parênteses, o verbo que deverá ser flexionado no plural encontra-se em:" 
    Desse modo, o que a questão quer saber é se o verbo DEVERÁ ficar no plural por conta da alteração do pronome indicado entre parênteses. Ocorre que, o verbo não deverá ficar ou não no plural por conta dessa alteração, pois o núcleo do sujeito (com o qual o verbo deve concordar em número e pessoa) não é o pronome "nos" e sim o termo "Críton", sacou?! Portanto, não se faz necessário analisar como ficaria a frase com a substituição pelo pronome "nos" (se fica "assim ou assado"), pois não é isso que o comando da questão quer! 
    Nesse sentido, podemos utilizar um comentário, do professor do estratégia, feito em outra questão (Q897076) desse tipo:  "Esse tipo de enunciado, traduzido, significa: ache o núcleo do sujeito. Então, vamos marcar o termo que é responsável pela flexão:"

    Fonte: https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/prova-comentada-sabesp-fcc-portugues/

  • Letra (b)

     

    Deve-se encontrar o núcleo do sujeito, com o que concordará com o verbo.

  • Por que diabo o "a" não tá sublinhado?

  • vide comentários.

  • Gente, "acontece" não deveria concordar com "fato simples" e, portanto permanecer inalterado? Me ajudem. 

  • Na alternativa A, a oração não te esqueças de pagá-lo é imperativa. Ou seja, deveria ser conjugada da seguinte forma:

    não te esqueças tu; não se esqueça você; não nos esqueçamos nós; não vos esqueçais vós, não se esqueçam vocês. 

    Bom, eu entendi assim. Marquei a letra A. Mas a alternativa B também está correta. 

  • Pessoal, será que alguém pode, por favor, me explicar o sentido dessa questão?

    "Ao substituir-se o elemento sublinhado pelo que está entre parênteses, o verbo que deverá ser flexionado no plural encontra-se em"

    Não entendi o enunciado! Como assim? Achei ele bem confuso e incompleto.

     

  • Pleaseeeeeeeeeeee!

    Gab. b

    a) O sujeito é “Críton”, então o verbo não vai ao plural, independentemente do pronome.

    b) Obra de arte é o sujeito de ‘acontece’. Se for ao plural, o verbo também vai. 

    c) Esse termo é objeto direto de “influenciar”, em nada afeta a concordância

    d) Esse termo é objeto direto de “há”, em nada afeta a concordância.

    e) O núcleo é “vontade”, mudar o determinante “do público” para “das pessoas” não afeta a concordância.

    Marquei a alternativa A por falta de opção...

    Não marquei a B por levar em conta a não existência de vírgula na ordem direta de uma frase, ou seja,  NÃO PODEMOS SEPARAR SUJEITO, VERBO E COMPLEMENTO!!!!

    ESTOU ERRADA BRASEEEL???

     

  • GABARITO: B;

    INDO AO TEXTO FICA MAIS FÁCIL DE IDENTIFICAR O SUJEITO: 

    "Tanto num caso, como noutro, deixa-se de lado o fato simples de que a obra de arte, quando acontece, é uma vitória da pessoa sobre seus defeitos e suas virtudes cotidianas."

    O que acontece? A obra de arte (SUJEITO). 

    PORTANTO, o verbo deve concordar com o sujeito; As obras de arte acontecem...

  • "O sujeito é “Críton”, então o verbo não vai ao plural" todos repetem isso mas ningupém conseguiu explicar como a frase fica. colocando o "nos" ali me parece completamente sem sentido:

     

    "Críton, nós devemos um galo a Asclépio; não NOS esqueças de pagá-lo" isso está certo? 

  • Tive dificuldade em entender o comando da questão. Alguém mais teve esse problema com essa questão?

  • Pelo que entendi, a confusão na alternativa A se deve ao fato de ter 2 verbos: esquecer e pagar. A frase ficaria "não nos esqueçamos de pagá-lo". Notem que o verbo pagar não passa para o plural. Cuidado!  Tem muita gente dizendo que o certo é "não nos esqueças de...." Gente, não existe isso! 

  • Vamos indicar pra comentário...não dá pra entender por que a a) está errada. Questão confusa.

  • Gente porque o sujeito não é O FATO SIMPLES? 

     

     b)o fato simples de que a obra de arte, quando acontece (as obras de arte)

    LI ASSIM:

    O FATO SIMPLES QUANDO ACONTECE DE QUE AS OBRAS DE ARTE......

  • Não entendi nada do que eles queriam...

  • Percebam que o a oração temporal (Quando acontece) está deslocada e se refere A OBRA DE ARTE e não ao SIMPLES FATO, ficando a ordem direta da seguinte forma:

    ....a obra de arte é uma vitória da pessoa sobre seus defeitos e suas virtudes cotidianas quando acontece.

    Como a banca deslocou para o inicio, pareceu que o sujeito do verbo ACONTECE era O SIMPLES FATO.

  • Para mim a questão é passível de anulação, vi que muita gente fez uso do texto para chegar a resposta, mas apesar do texto está presente na questão, o comando em nenhum momento fala que devemos fazer uso dele. Portanto, é plausível interpretarmos o comando ao "pé da letra", e simplesmente fazermos a troca, como o comando pede, sem levar mais nada em conta. Foi assim que fiz a questão e cheguei ao resultado A.Percebi que outras pessoas fizeram como eu.


    Vou replicar o texto da questão aqui:


    "Ao substituir-se o elemento sublinhado pelo que está entre parênteses, o verbo que deverá ser flexionado no plural encontra-se em"

  • A letra B contém erro.


    >> o fato simples de que a obra de arte, quando acontece (as obras de arte)

    a+as obras de arte, se você substituir, fica (a as obras de arte)

  • Raimundo, seu comentário está equivocado,

    a frase correta: o fato simples de que as obras de arte, quando acontecem,...

    Não tem complemento que pede preposição.

  • Que banca suja! O que custa colocar a linha e o parágrafo nas alternativas.