SóProvas


ID
2693527
Banca
FCC
Órgão
SABESP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                        Usos da razão


      A imaginação, o que dizer a respeito dela? Meus livros estão aí para provar que eu a tenho. Mas é uma imaginação que está sempre a serviço da razão.

      Ou melhor: que aceita a prevalência da razão. Posso formular assim: a imaginação é o ponto de partida, mas o caminho a partir daí pertence à razão.

      Somos nós que nos afirmamos, por oposição ao comportamento dos animais, seres dotados de razão; por isso, não posso aceitar (e aí entra uma questão ética) que a razão seja usada contra a razão. Nesse sentido, uma razão que não é conservadora da vida, uma razão que não defende a vida, uma razão que (pondo a coisa num terreno mais prático, mais imediato) não se orienta para dignificar a vida humana, para respeitá-la, muito simplesmente para alimentar o corpo, para defender da doença, para defender de tudo o que há de negativo e que nos cerca, e que desgraçadamente é também produto da razão, é uma razão de que se faz um mau uso.

      Se o homem é um ser racional e usa a razão contra si mesmo – um contra si mesmo representado pelos seus semelhantes −, então de que é que serve a razão? Se ela não serve à ética, ela se transforma numa arma destrutiva.

(SARAMAGO, José. As palavras de Saramago. São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 134/135) 

Está clara, coerente e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • erros encontrados:

    a) mesmo.

    b)onde.

    c) cujo o

    d) ok.

    e)virgulas entre sujeito e verbo.

  • (D) não seria separação de verbo x Sujeito ?

  •  

    a) -

    b)onde= LUGAR

    c) cujo o = NAO ENFIE ARTIGO NO CUJO

    d) ok.

    e)virgulas entre sujeito e verbo. = NÃO PODE

  • O erro da letra "a" seria a preposição em antes do pronome que, visto que não há regência que justifique essa preposição?!

    É isso mesmo ou estou enganado?!

  • Compilando as contribuições dadas pelos colegas...

     

    A) Conquanto a imaginação seja importante para quem escreve, há vezes em que um texto seu chega mesmo a sobrepor-se diante dos recursos racionais.

    Sobrepor exige preposição A - "sobrepor-se aos recursos racionais"

    (Créditos: Hugo Silva)

     

    Q53898 - Outra questão da FCC tratando do conjunto "sobrepor-se diante de" 

     

    Quanto ao uso da palavra 'mesmo', creio que tenha sido utilizada como sinônimo de 'inclusive', o que não acarrateria erro.

    Já em relação à preposição 'em', acredito que o termo 'vezes' possui essa regência. Algo como 'há vezes (há situações) em que...'

     

     

    B) Saramago não admite a possibilidade de que a razão seja credora de ética, onde as pessoas são capazes de usá-la contra suas próprias qualidades. 

    "onde" é utlizado para se referir a lugar físico.

     

    C) O temor manifesto de Saramago é o de que o uso da razão voltada contra si mesma implica numa arma destrutiva cujo o risco acaba sendo irracional.  

    Implicar no sentido de acarretar é VTD.

    Não se usa artigo definido depois de cujo.

     

     

    D) O autor do texto afirma não se deixar levar pela força da imaginação, se esta representar um desvio do caminho ético a ser trilhado pela razão. 

    Correta

     

     

    E) Seja qual for, a força da imaginação, não pode preponderar em virtude da razão, ainda quando o comando ético é imprescindível ao precisar se impor. 

    Não se usa vírgula separando sujeito de predicado.

  • na minha visão o problema da letra A é a falta de coesão entre o conector concessivo "conquanto", o sujeito (imaginação) e a subordinada adverbial concessiva. Notem quem na segunda parte, seria necessário uma referência à imaginação novamente, o que de fato não ocorre.

    Eu infelizmente não sei precisar qual é o erro, mas acho q o caminho  é por ai.

     

    qualquer coisa, podem avisar, estamos aqui para aprender.

    abraços.

  • Implicar no sentido de acarretar é VTD.

    Implicar no sentido de acarretar é VTD.

    Implicar no sentido de acarretar é VTD.

    Implicar no sentido de acarretar é VTD.

    Implicar no sentido de acarretar é VTD.

    Implicar no sentido de acarretar é VTD.

  • As provas de português da FCC estão com um "estilão" do "sentido subjetivo mais correto e adequado socialmente".

  • Para mim, o problema da alternativa A reside na ambiguidade (pronome possessivo seu / sua deve ser evitado). Bons estudos. 

  • Você quer subjetividade, @?

  • Creio que o erro  da alternativa "a" seja a regência do verbo sobrepor:

    "sobrepor-se diante dos recursos racionais"

    "sobrepor-se aos recursos racionais"

  • Alternativa correta: Letra D

    A) Conquanto a imaginação seja importante para quem escreve, há vezes em que um texto seu chega mesmo a sobrepor-se diante dos recursos racionais.

    Acretido que o erro esteja no elemento da clareza visto que o que a preocupação do autor é informar a preocução de a imaginação sobrepor-se (tomar o lugar) da razão. No final da frase fica claro de que o texto se sobrepõe diante da razão. Mas seria o texto a imaginação? Ou seria o texto propriamente dito? Falta clareza

     

  • Creio que o erro da A seja o que o Hugo Silva falou. Foi por isso que eu eliminei logo a assertiva, porque quem se sobrepõe, se sobrepõe a alguma coisa.

    .

    Então, a proposta de redação correta para a assertiva A é:

    .

    Conquanto a imaginação seja importante para quem escreve, há vezes em que um texto seu chega mesmo a sobrepor-se aos recursos racionais.

    .

    Quanto a assertiva E, creio que haja mais erros, além do já identificado erro de virgula entre sujeito e verbo: o uso do quando não é apropriado, pois ele é usado em referência a tempo, o que não ocorre no texto da assertiva. Na verdade, a meu ver, deve ser usado "que". Além disso, o "é" deve ser substituído por "seja" em qualquer caso (empregando quando ou que).

    .

    Então, a proposta de redação correta para a assertiva E é:

    .

    Seja qual for, a força da imaginação não pode preponderar em virtude da razão, ainda que o comando ético seja imprescindível ao precisar se impor. 

    .

    Por favor, informar erros, inclusive por mensagens pvt.

     

  • as alternativas são de conclusão, o texto é dissertativo-argumentativo.

     

    Logo, vá direto ao último parágrafo de conclusão para verificar a assertiva correspondente.

  • Complementando, outro erro quanto a alternativa A

    Os pronomes QUE e QUEM só admitem preposição monossilábica, ou seja, não pode usar esse PARA QUEM.

     

  • a) Conquanto a imaginação seja importante para quem escreve, há vezes em que um texto seu chega mesmo a sobrepor-se aos recursos racionais.

     

    b) Saramago não admite a possibilidade de que a razão seja credora de ética, em que as pessoas são capazes de usá-la contra suas próprias qualidades. 

     

    c) O temor manifesto de Saramago é o de que o uso da razão voltada contra si mesma implica numa arma destrutiva cujo _ risco acaba sendo irracional.  

     

    d) O autor do texto afirma não se deixar levar pela força da imaginação, se esta representar um desvio do caminho ético a ser trilhado pela razão.

     

    e) Seja qual for _ a força da imaginação, não se pode preponderar em virtude da razão, ainda quando o comando ético é imprescindível ao precisar se impor. 

  • SOBREPOR - exige preposição A.