"O mais interessante é que Salvador foi uma cidade projetada à distância. Miguel de Arruda, o mestre de obras do reino, era o chefe de Luís Dias, que por sua vez, foi nomeado um tipo de chefe de uma sucursal do reino (Salvador). E o objetivo para a construção da cidade era esse: Salvador seria o braço do império português nas Américas, o centro da administração colonial, posto que manteve por mais de 200 anos.
Miguel de Arruda fez esboços da cidade fortaleza, desenhou uma planta para Salvador, sem nunca ter vindo aqui, e Luís Dias teria de adaptar o projeto às condições encontradas para erguer a cidade. E é aí que o nosso coadjuvante mostra que tinha capacidade para segurar o interesse da audiência nesta epopeia colonizatória. O primeiro desafio foi domar a natureza. Thomé de Souza escolheu a encosta de uma montanha para construir a cidade. Era ótimo do ponto de vista militar (defesa) e tinha o brinde de oferecer uma vista maravilhosa para a baía de Todos os Santos. O problema é que a encosta era teimosa, desabava, rolava pedra".
Trecho retirado do texto de Andréia Santana, em seu blog https://mardehistorias.wordpress.com/2010/03/29/461-anos-de-salvador-sobre-o-mestre-luis-dias/