SóProvas


ID
2722519
Banca
IBADE
Órgão
SEE -PB
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                 O amor romântico prega coisas mentirosas,

                        diz psicanalista


Hamurabi Dias


    O amor. Um dia ele chega para todo mundo, acredite você leitor (leitora), ou não. Na contemporaneidade, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro “O Amor Líquido”, transforma a célebre frase marxista - “tudo que é sólido se desmancha no ar” - em ponto de partida para debater a fragilidade dos laços humanos e lançar o conceito de “líquido mundo moderno”. Em síntese, o autor traz uma reflexão crítica de como esse mundo “fluido", uma das principais características dos compostos líquidos, fragilizou os relacionamentos humanos. O sociólogo observa que o amor tornou-se, na sociedade moderna, como um passeio no shopping Center - ícone do capitalismo - e como tal deve ser consumido instantaneamente e usado uma só vez, sem preconceito. É o que considera a sociedade consumista do amor. Pois bem, é nesta linha fluida, sem preconceito e destarte liberal, com frases como “Ter parceiro único pode se tornar coisa do passado” e “Variar é bom, todo mundo gosta”, que a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, crítica do que considera “amor romântico”, lança os dois volumes do "O Livro do Amor”.

      “O Livro do Amor” é um estudo que começa desde a pré-história, seguindo por todos os períodos da humanidade, até chegar à atualidade. “Descobri coisas muito interessantes, como que o amor é uma construção social, e que em cada época ele se apresenta de uma forma”, avalia. No século XX, o livro é dividido em três partes. Para a psicanalista o que mudou o amor na contemporaneidade foram duas invenções: o automóvel e o telefone. “Pela primeira vez na história as pessoas puderam marcar encontro pelo telefone, mesmo com os moralistas defendendo que era uma indecência a voz do homem entrar pelo ouvido da mulher”, lembrou. Regina Navarro Lins acredita que muito dos nossos comportamentos atuais têm origem em períodos históricos passados, como o “amor romântico", surgido lá... no século XII. “Eu aponto também as tendências de como o amor está se transformando. A repressão diminuiu, ainda bem. O sexo é da natureza, é desejável, mas a nossa cultura judaico-cristã sempre viu o sexo com maus olhos. Nos últimos dois mil anos foi visto como algo abominável, a repressão sexual foi horrorosa”, apontou.

      Sobre o tão alardeado amor romântico, Lins inicia sua critica observando o caráter sub-humano que foi atribuído à mulher ao longo dos anos. “A mulher foi considerada incompetente e burra. O cavalheirismo é uma ideia péssima para as mulheres. Gentileza é outra coisa. O cavalheirismo implica sempre em o homem tratar a mulher como se ela fosse incompetente. Não tem sentido, se observarmos como a mulher foi considerada no passado, até hoje pessoas defenderem a ideia de que a mulher não pode puxar uma cadeira", comparou a psicanalista.

      Regina Navarro defende também que o amor romântico é baseado na idealização do outro, a invenção de uma pessoa, atribuindo a ela características que não tem. “Depois passa a vida 'azucrinando' o outro para mudar o jeito de ser, para se enquadrar naquilo que se imaginou. Esse tipo de amor prega coisas mentirosas, como de que não existe desejo por mais ninguém, de que os amados vão se completar e nada mais vai faltar, que um terá todas as suas necessidades completadas pelo outro. É um amor prejudicial, o que critico é o que ele propõe. As pessoas só vão viver bem em um relacionamento se houver a liberdade de ir e vir”, observou.


Disponível em <http://www.bomdiafeira.com.br/ noticias/palcocultural/9534/ 0+amor+rom%C3%A2ntico+prega+coisas+mentirosas,+diz+psicanalista&gt;. Acesso em: 23 de outubro de 2017. (Adaptado).

Em uma das alternativas a seguir, o termo destacado da primeira parte do primeiro parágrafo do texto funciona como objeto direto da oração a qual pertence. Assinale-o.

Alternativas
Comentários
  • letra c

    a célebre frase marxista".

    esse destacamento nao ficou claro no texto 

  • Quem transforma, transforma alguma coisa. Letra c. Bons estudos!

  • Pessoal,

    d) o autor: sujeito (ok, easy)

    e) Na contemporaneidade: seria um adjunto adverbial de tempo ? (dúvida)

    a) O autor traz uma reflexão crítica de como esse mundo “fluido" fragilizou os relacionamentos humanos. Gente alguem sabe se isso seria um adjunto adnominal? Need help... (não sei!!!)

     

     

  • Que termo destacado? Não apareceu para mim !

  • Seria bom se os termos estivessem realmente destacados.


  • Cade o termo destacado?

  • como muita calma e atençao deu pra compreender


    Força fé foco que vai da certo

  • Gabriela C.

    A letra é ao meu ver é adjunto adverbial de tempo.

    Agora sobre de como esse mundo “fluido" , pra mim, seria complemento nominal da palavra "crítica".

  • se é para achar o OD , como a C vai ser correta? se o ''a'' de " a celebre frase marxista '' é uma preposição e preposições só aparecem em OI.

  • Cara, que prova ridícula.

  • Questão complicada de ser resolvida por questão do "a"

    Vejamos,

    transforma a célebre frase marxista

    A explicação viável seria o "a" ser um artigo definido solicitado pelo termo célebre, caso contrário teríamos um objeto direto.

  • A questão não é difícil. Só é demorada por conta dos termos que não estão destacados.

  • De como esse mundo “fluido" Creio que seja ADJUNTO ADNOMINAL. Fluído caracteriza MUNDO. Tem sentido de posse. Quem é fluído? O MUNDO.

  • Até agora estou procurando o termo destacado.

  • GABARITO C

    A questão pede qual alternativa tem a função sintática de objeto direto da oração a qual pertence.

    A - "esse mundo'fluido". Sujeito

    Em síntese, o autor traz uma reflexão crítica de como esse mundo “fluido", uma das principais características dos compostos líquidos, fragilizou os relacionamentos humanos.

    B - “sólido". Predicativo do sujeito

    tudo que é sólido se desmancha no ar”

    C - "a célebre frase marxista". Objeto direto

    Na contemporaneidade, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman (sujeito), em seu livro “O Amor Líquido”, transforma a célebre frase marxista (...)

    D - "o autor". Sujeito

    Em síntese, o autor traz uma reflexão crítica de como esse mundo “fluido" (...)

    E - contemporaneidade. Adjunto Adverbial de tempo

    Na contemporaneidade, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em seu livro “O Amor Líquido”, transforma a célebre frase marxista