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ID
2738932
Banca
FUNRIO
Órgão
AL-RR
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO I


Anotações sobre uma pichação


    Faz provavelmente uns dois anos que topei com a frase pela primeira vez, num muro qualquer da cidade. Em pouco tempo, era impossível deixar de vêla. Da noite para o dia, como uma infecção, onde houvesse um tapume, muro, parede, empena ou porta de ferro, ela aparecia: Não fui eu.

    É certo que, pichada num muro de Estocolmo, os sentidos que ganharia seriam outros, e não há dificuldade em imaginar que conteúdos ela traria à tona em Berlim. História e geografia aqui são determinantes. O passado é tudo.

    Minha hipótese é de que, no Brasil, a frase é imediatamente lida como um protesto de inocência. A um brasileiro não ocorrerá interpretá-la como manifestação de modéstia, como recusa de um crédito indevido – Não, essa honra não me cabe, ou Não, o mérito não é meu. Como violência, desigualdade e desordem formam a teia de nossa existência cívica, o que se insinua nas entrelinhas de Não fui eu não é a virtude, mas o delito.

    Delito dos outros, no caso. A transferência de ônus é o que parece dar força ao enunciado, na medida em que fundamenta uma verdade incômoda sobre nossa condição de cidadãos brasileiros. Como tantos de nós, o autor está tirando o corpo fora.

Ignora-se a identidade do autor dessa frase com a qual o carioca convive há anos e que continua a se disseminar pelas superfícies da cidade. Numa reportagem de 2017 da Veja Rio, ele afirma que se manterá no anonimato: “Se a pichação funciona como uma assinatura que reivindica a autoria, meu trabalho é uma assinatura que nega a própria autoria. Comecei a me interessar pela potência poética que surgia disso e pelas diferentes leituras que a frase poderia ter na rua.”

    Fez bem. Não sendo enunciada por ninguém em particular, a frase pertence a qualquer um. A sensação difusa de que ela exprime um éthos*, de que essas três palavras falam de nós, é uma confirmação de que, dado o alheamento geral, o melhor mesmo é jogar a toalha e ir cuidar da vida.

(*Éthos: palavra com origem grega, que significa "caráter moral")


SALLES, João Moreira. Revista PIAUÍ, 2018. (Adaptado)

No segundo parágrafo do texto, o autor faz uma afirmação hipotética cujo recurso gramatical usado, na sua construção, é o emprego do seguinte tempo verbal:

Alternativas
Comentários
  • "É certo que, pichada num muro de Estocolmo, os sentidos que ganharia seriam outros, e não há dificuldade em imaginar que conteúdos ela traria à tona em Berlim."


    B) FUTURO DO PRETÉRITO

  • A presente do indicativo. - Eu estudo

    .

    B futuro do pretérito do indicativo.- Eu estudaria

    .

    C presente do subjuntivo. - Se eu estudasse

    .

    D futuro do subjuntivo. Quando eu estudar

    .

    Trecho do texto:

    "É certo que, pichada num muro de Estocolmo, os sentidos que ganharia seriam outros, e não há dificuldade em imaginar que conteúdos ela traria à tona em Berlim."

  • RIA galera

    RIA é futuro do pretérito

  • Ai ai.. o primeiro verbo que aparece no 2° parágrafo é "É" no presente do indicativo. Deveria ser mais clara e falar logo qual verbo ela quer questionar. Pronto falei.
  • Eu nem olhei a frase só pelo fato do enunciado mencionar que o autor faz uma afirmação hipotética


    bizu: Pretérito Imperfeito do Indicativo

    Joga sempre na frente do verbo uma hipótese

    (Eu até....)


    Gab : B

  • Questões bem confusas
  • Bizú para Futuro do PretérIto do Indicativo

    Futuria = Terminação RIA

  • vai se fuder!! questaozinha nojenta, ela nem especificou qual era o verbo do segundo paragrafo, tem uma porrada de verbo no segundo paragrafo!!

    Pelo amor de deus

  • Futuro do pretérito= hipótese posterior em relação a outro passado.

    Ex: Embora ele não estivesse com saúde ainda sim FARIA tudo de novo.

  • GANHARIA = FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO

    SERIA(M) = FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO

    O que é o futuro do pretérito do indicativo?

    Algo que aconteceria em um futuro em relação a um passado..

  • Questão fácil !

    Não especificaram o verbo pois era justamente pra analisar qual verbo / modo verbal que estava indicando uma "afirmação hipotética".

     

    De cabeça eu já sei que hipotético ( não há garantia, que se pauta em suposições e hipóteses) :  verbos no modo Subjuntivo e Futuro do Pretérito tb.

     

      É certo que, pichada num muro de Estocolmo, os sentidos que ganharia seriam outros, e não há dificuldade em imaginar que conteúdos ela traria à tona em Berlim. História e geografia aqui são determinantes. O passado é tudo.

     

    Nao tem no modo subjuntivo nenhum verbo no parágrafo acima. Assim, só resta o futuro do pretérito do Indicativo (ganharia, seriam, traria)

    Os demais verbos não indicam hipótese alguma. Mas ----------> afirmação, certeza