GABARITO C
Em sua obra Modernidade Líquida (2001), Bauman, filósofo polonês recém falecido, atribuiu à modernidade contemporânea, à pós-modernidade, a mesma plasticidade dos líquidos. Ela é “leve, líquida e mais dinâmica que a modernidade ‘sólida’ que suplantou”, flui, vaza, transborda, penetra lugares, contorna o todo e todos, tal como as ondas do mar. O indivíduo flui ao seu sabor e, ainda que podendo ser responsabilizado por suas ações e reações, é livre para questionar e refletir, reclamar e reivindicar. Seu horizonte é repleto de incontáveis oportunidades e realizações; é ele que escolhe os seus caminhos sem se preocupar com normas pré-estabelecidas, com as metalinguagens, com os governos e líderes. O seu individualismo atinge a sua maior intensidade, particularmente quando acompanhado das competências de saber ser, estar, aprender e conviver, inclusive em ambientes virtuais complexos, emaranhados e fluidos. Como indivíduo multifuncional está livre para buscar a sua autorrealização sem ser tolhida por qualquer Grande Irmão orwelliano. Todos devem ser igualmente livres para sentir, escolher, consumir e mover-se sem manipulações e frustrações. A fluidez do atual modo de produção, desse capitalismo tardio, não obstante os seus graus de negatividade, permite que o indivíduo se capacite, potencialize e consiga com eficiência a sua autorrealização.
FONTE: http://justificando.cartacapital.com.br/2017/01/11/quem-serve-modernidade-liquida-de-bauman3/
Zygmunt Bauman foi um sociólogo e filósofo polonês,
professor emérito de sociologia das Universidades de Leeds e Varsóvia. Publicou
dezenas de livros e ficou conhecido pela construção dos termos modernidade
líquida e vida fragmentada.
Vamos analisar as alternativas:
A)
Errado. Vida anticonsumo é
uma filosofia contrária ao consumo excessivo, luxo, desperdício e hedonismo.
Analisa o impacto do estilo de vida consumista no acesso aos recursos
ambientais essenciais pelas gerações futuras e a fraca relação entre consumo, felicidade
e realização humana.
B)
Errado. Indústria cultural
é um termo estudado na teoria crítica, que explica a produção da cultura como
mercadoria, a transformação de um ato cultural em valor econômico, o que
diminui ou extingue os traços de uma experiência autêntica. Theodor Adorno e
Max Horkheimer, na obra Dialética do Esclarecimento, afirmavam que a indústria
cultural produzia e distribuía conteúdos culturais como mercadoria, em larga
escala, visando aumentar o consumo das massas e substituir a cultura
compartilhada anteriormente por todos (cultura da massa) pela ideologia
dominante.
C)
Certo. Modernidade
líquida é a incapacidade generalizada de a sociedade manter sua condição por um
período de tempo, algo em permanente movimento, inconstante e flexível. Possui
duas características marcantes: a substituição da ideia de coletividade e de
solidariedade pelo individualismo; e a transformação do cidadão em consumidor.
Nesse contexto, as relações afetivas se dão por meio de laços momentâneos e
volúveis e se tornam superficiais e pouco seguras.
D)
Errado. Pós-modernidade
sólida define uma situação em que a durabilidade (ou duração eterna) é encarada
como principal motivo e princípio da ação, os objetos duráveis estão associados
a bens valiosos e à imortalidade, os pensamentos ligados a uma aura de
credibilidade e o trabalho transmitia uma ideia de centralidade e segurança. Contrapõe-se
ao conceito de modernidade líquida.
E)
Errado. Comunicação face a
face é o tipo de comunicação realizada pessoal e diretamente entre indivíduos,
sem a intermediação de um dispositivo. Compartilha instantaneamente informações
verbais e não - verbais (o que facilita a compreensão da mensagem),
desburocratiza processos, fortalece interações e valoriza os envolvidos,
criando um ambiente mais humano.
Com base nessas explicações, podemos concluir que a
alternativa
certa, que apresenta uma das
principais metáforas para entender a sociedade atual, na qual as relações se
transformam continuamente a partir de seus componentes, é a C.
Gabarito do professor: Letra C.
Bibliografia:
- Esperandio, Mary Rute Gomes. Para Entender — Pós-modernidade.
Editora Sinodal. 2007.
- Portilho, Fátima. Sustentabilidade ambiental, consumo e
cidadania. São Paulo: Cortez, 2010.
- Gross, Marcos. Dicas práticas de comunicação: boas ideias
para os relacionamentos e os negócios – 1ª Ed. – São Paulo: Trevisan Editora,
2014.
- Bauman, Zygmunt. Modernidade líquida. Editora Schwarcz -
Companhia das Letras, 2001.