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ID
275575
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2010
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Com relação à política externa independente dos governos de Jânio
Quadros e João Goulart (1960-1964), julgue os itens subsequentes.

A política externa de ambos os governos preconizava o direito de Cuba à autodeterminação, especialmente em relação à preservação das conquistas da Revolução de 1959 e ao seu direito de adotar um sistema de partido único.

Alternativas
Comentários
  • O Brasil manifestou-se contrário apenas ao isolamento de Cuba por meio das sanções econômicas e diplomáticas, na VIII Reunião de Consulta da OEA em janeiro de 1962.
  • Onde está o erro da questão???
  • Sistema de partido único não recebeu anuência da diplomacia brasileira.

  • Outro princípio fundamental da Política Externa Independente era o da não-intervenção e apoio ao direito de auto-determinação dos povos. Um de seus corolários foi o posicionamento favorável à emancipação de territórios não-autônomos, independentemente de vinculação ideológica, que só se manifestou titubeante no caso daindependência de Angola devido aos tradicionais laços de amizade entre Brasil e Portugal[4] . O exemplo em que se teve a oportunidade mais notável de colocar em prática esse princípio foi a questão de Cuba, objeto da VIII Reunião de Ministros das Relações Exteriores da OEA (Organização dos Estados Americanos) em 1962, a Conferência de Punta del Este. A posição defendida pelo Brasil nos discursos foi a de não excluir Cuba da OEA; o chanceler brasileiro San Tiago Dantas argumentava que afastá-la do sistema interamericano e do bloco ocidental produziria efeito contrário ao desejado, aproximando-a decisivamente da URSS[5] . A solução sugerida pela delegação brasileira era um estatuto de obrigações negativas, em que Cuba se comprometesse a não participar de alianças com bloco soviético e não estimular a subversão na América, uma espécie de “finlandização”. O Brasil se absteve de votar em relação à exclusão de Cuba da OEA e votou favoravelmente à exclusão desse mesmo país da Junta Interamericana de Defesa.

    (FONTE Wikipedia)

  • João, em nada a postura brasileira dianta de independência de Angola foi titubeante: o Brasil foi o primeiro país no mundo a reconhecer a independência angolana, levada a cabo pelo MPLA, de cunho marxista em plena Guerra Fria, o que exalta a postura autônoma do Brasil.

  • "No que se refere ao processo de descolonização africana, o período Jango registra um retrocesso na defesa do fim do colonialismo, quando a delegação brasileira nas Nações Unidas reitera a amizade do país a Portugal em detrimento das aspirações angolanas. Com relação a Cuba, cuja importância político-estratégica para os Estados Unidos encapsulara os rumos do governo Castro na lógica da Guerra Fria, o Brasil optou por ancorar sua posição em princípios mais permanentes da diplomacia brasileira. Assim, lançou-se numa linha de defesa da manutenção de Cuba no sistema interamericano, baseada em princípios tradicionais da diplomacia brasileira - o direito à auto-determinação e o princípio da não-intervenção - em vez de ceder às pressões dos Estados Unidos."

    E para tentar o erro da questão, acho que seria mais pelo fato de que a PEI dos governos Janio e Jango não foram no mesmo sentido conforme consta no período:

    "Neste sentido, falar da Política Externa Independente como sendo uma unidade ao longo dos governos Jânio e Jango seria um equívoco. Diferentemente da gestão que lhe antecede, durante o período Jango a independência não era mais pensada em termos neutralistas, ou seja vis à vis a disputa Leste-Oeste, mas sim vis à vis a capacidade de atuação autônoma do país, por meio da ampliação de seus recursos econômicos, políticos e sociais, enfim ao seu nível de desenvolvimento."

     

    fonte: site FGV

  • ERRADO.

     

    A política externa do período Jânio-Jango por ver a possibilidade de comércio com o extremo-oriente e o sudoeste asiático, assim como a necessidade de restaurar relações com o bloco comunista, defendia a autodeterminação no caso cubano. O item está incorreto porque o Brasil não defendia o direito de Cuba adotar um sistema de partido único, apenas pregava a autodeterminação e a não intervenção, recusando-se em apoiar os EUA em uma possível invasão a Cuba. Na Organização dos Estados Americanos, o Brasil adotou uma posição conciliatória. San Tiago Dantas propôs a elaboração do estatuto das relações entre Cuba e o hemisfério, o que fortificaria o princípio da não intervenção e criaria a possibilidade de, por não ser regime democrático, neutralizar o regime cubano. No entanto, Cuba foi excluída da OEA em 1962. Brasil, Chile, Argentina, México, Equador e Bolívia, grupo conhecido como “The Outer Six” se abstiveram. O Brasil divergiu quanto às sanções à Cuba, mas continuava concordando com o restante das posições americanas quanto à condenação do comunismo internacional.

     

     

    "Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho."