SóProvas


ID
2759194
Banca
FCC
Órgão
TRT - 15ª Região (SP)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                              Sabedoria de Sêneca


      Entre as tantas reflexões sábias que o filósofo estoico Sêneca nos deixou encontra-se esta: “Deve-se misturar e alternar a solidão e a comunicação. Aquela nos incutirá o desejo do convívio social, esta, o desejo de nós mesmos; e uma será o remédio da outra: a solidão curará nossa aversão à multidão, a multidão, nosso tédio à solidão”. É uma proposta admirável de equilíbrio, válida tanto para o século I, na pujança do Império Romano em que Sêneca viveu, como para o nosso, em que precisamos viver. É próprio, aliás, dos grandes pensadores, formular verdades que não envelhecem.

      Nesse seu preciso aconselhamento, Sêneca encontra a possibilidade de harmonização entre duas necessidades opostas e aparentemente inconciliáveis. O decidido amor à solidão ou a necessidade ingente de convívio com os outros excluem-se, a princípio, e marcariam personalidades radicalmente distintas. Mas Sêneca sabe que ambas podem ser insatisfatórias em si mesmas: a natureza humana comporta impulsos contraditórios. Por isso está no sistema filosófico dos estoicos a noção de equilíbrio como princípio inescapável para o que consideram, como o melhor dos nossos destinos, a “tranquilidade da alma”.

      Esse equilíbrio supõe aceitarmos as tensões polarizadas de nossa natureza dividida e aproveitar de cada polaridade o que ela tenha de melhor: a solidão nos impulsiona para o reconhecimento de nós mesmos, para a nossa identidade íntima, para a diferença que nos identifica entre todos; a companhia nos faz reconhecer a identidade do outro, movida pela mesma força que constitui a nossa. Sêneca, ao reconhecer que somos unos em nós mesmos, lembra que essa mesma instância de unidade está em todos nós, e tem um nome: humanidade.

                                                                          (Altino Sampaio, inédito)  

Está plenamente correta, clara e coerente a redação deste livre comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • Pessoal, errei simplesmente porque a questão não tem ponto final.

  •  a) Errada. Lendo esta passagem de Sêneca, é forçoso admitir-se de que suas verdades falam fundo conosco mesmos, uma vez que enaltecem tanto nossos defeitos quanto nossas virtudes.  

     

    b) Errada. É próprio do estoicismo a decisão de buscar a qualquer custo o equilíbrio onde as forças opostas ensejem combinar-se de modo a constituir uma plena harmonização entre si. 

     

    c) Errada. Trata-se de encontrar conforto em nosso ilhamento social, quando este significa, sobretudo, esquecermos de que somos uma espécie constituída para se contar com as regras de um bom convívio.

     

    d) gabarito. Àqueles que se censuram, culpando-se por sua aversão à vida social, Sêneca lembra que esse sentimento pode ser superado, quando o tédio à solidão leva à busca da multidão

     

    e) Errada. Sêneca encontrou numa alternativa entre vida pessoal e vida pública a fórmula para remeter uma a outra, de modo que ambas possam ser objeto de insatisfação à medida mesma em que se complementam. 

     

    obs: há outros erros, grifei os mais bizarros. 

  • Se a FCC diz no enunciado que a frase tem que estar plenamente correta, clara e coerente, vc desconsidera o coerente com o texto e só olha se tá de acordo com a norma culta. O gabarito da questão não está coerente com o texto, pois Sêneca não faz referência em momento nenhum às pessoas  que se sentem culpadas em ter aversão à multidão. O gabarito extrapola a ideia do texto. FCC tem que vir com um manual de como fazer a prova na hora do prova, porque só com o enunciado da questão não tem condições não. 

  • erreipq sou burro mesmo.

  • Gabrielle, a vírgula está correta. Antecede uma oração adverbial temporal. Isto é, [...] esse sentimento pode ser superado, quando o tédio à solidão [...].  

    Acho que é isso. 

  • Concordo com a Naara Maya

  • Àqueles que se censuram, culpando-se por sua aversão à vida social, Sêneca lembra que esse sentimento pode ser superado, quando o tédio à solidão leva à busca da multidão. 

     

    Sêneca lembra àqueles que se censuram, culpando-se por sua aversão à vida social quando o tédio à solidão leva à busca da multidão, que esse sentimento pode ser superado.

     

    Pessoal, a FCC adora colocar a frase fora da ordem tradicional. Quando verem uma frase bem desordenada, já liguem o alerta, pois existe grande chance de ela ser a opção correta.

  • Não tem nem ponto final!!!

     

  • DIMAS! Na alternativa A, o erro está na separação do verbo de ligação e não do verbo ADMITIR, pois ADMITIR-SE DE QUE. O QUE  em questão é uma conjunção integrante e não um pronome relativo supostamente concordando com SUAS VERDADES pra ser pluralizado o verbo. Sujeito não tem preposição.Ficando assim ADMITIR-SE DE ISTO= ADMITIR-SE DISTO.

     

     

    A) Lendo esta passagem de Sêneca É forçoso admitir-se de que suas verdades... ( SEM VÍRGULAS SEPARANDO O VERBO DE LIGAÇÃO)

  • Ainda não entendi o erro da alternativa e), alguém poderia explicar?

  • Eu acertei por sorte mesmo. Não encontrei os erros não,

  • na alternativa e),  a forma "à medida em que" não existe. Ou usa-se "à medida que" ou "na medida em que" 

    "Sêneca encontrou numa alternativa entre vida pessoal e vida pública a fórmula para remeter uma a outra, de modo que ambas possam ser objeto de insatisfação à medida mesma em que se complementam." 

  • Pessoal, Por que a letra b não está correta?

  • Está plenamente correta, clara e coerente a redação deste livre comentário sobre o texto:

     a)Lendo esta passagem de Sêneca, é forçoso admitir-se de que suas verdades falam fundo conosco mesmos, uma vez que enaltecem tanto nossos defeitos quanto nossas virtudes.  

    Justificativa: Não existe conosco mesmos.

     b)É próprio do estoicismo a decisão de buscar a qualquer custo o equilíbrio onde as forças opostas ensejem combinar-se de modo a constituir uma plena harmonização entre si. 

    Justificativa: Onde só é usado para lugar físico.

     c)Trata-se de encontrar conforto em nosso ilhamento social, quando este significa sobretudo, esquecermos de que somos uma espécie constituída para se contar com as regras de um bom convívio.

    Justificativa: Regência do verbo esquecer, com preposição (de) e com pronome (me, te, se, nos, vos)

     d)Àqueles que se censuram, culpando-se por sua aversão à vida social, Sêneca lembra que esse sentimento pode ser superado, quando o tédio à solidão leva à busca da multidão

    Gabarito

     e)Sêneca encontrou numa alternativa entre vida pessoal e vida pública a fórmula para remeter uma a outra, de modo que ambas possam ser objeto de insatisfação à medida mesma em que se complementam.

    Justificativa: Uso equivocado de articulador, o certo seria: à medida que.

     

  • Naara Maya,

    Observe o enunciado. "Está plenamente correta, clara e coerente a redação deste livre comentário sobre o texto", ou seja, esqueça o texto e foque somente nas frases das opções.

  • O ponto final na alternativa não faria com que ela ficasse errada?

  • a) Lendo esta passagem de Sêneca, é forçoso admitir-se de que suas verdades falam fundo conosco mesmos, uma vez que enaltecem tanto nossos defeitos quanto nossas virtudes.  

    "Lendo essa passagem (já que "essa" é pronome anafórico, retoma algo que já foi mencionado antes - determinado trecho do texto). 

    Obs.: O verbo ler, no gerúndio, indetermina o sujeito. Na verdade, a forma nominal do gerúndio passa a ideia de continuidade, de ação contínua no tempo, de modo contínuo. Logo, a vírgula que separa o trecho "Lendo essa passagem de Sêneca" do verbo de ligação está correto.

    Alterando a ordem: "É forçoso admitir-se que suas verdades, lendo essa passagem de Sêneca, falem fundo consigo mesmas, uma vez que enaltecem tanto nossos defeitos quanto nossas virtudes"

    "...é forçoso admitir-se (admitir é verbo transitivo direto, logo não requer preposição - admitir-se o quê? Isto) que (conjunção integrante, podendo ser substituída por "isto") suas verdades falem (modo subjuntivo - "que eles falem" ) fundo consigo mesmas (verdades)..."; 

     

     b) É próprio do estoicismo a decisão de buscar a qualquer custo o equilíbrio onde (em que) as forças opostas ensejem (ensejam) combinar-se de modo a constituir uma plena harmonização entre si.  

     

     

     c) Trata-se de encontrar conforto em nosso ilhamento social, quando este significa, sobretudo,  esquecermos de que somos uma espécie constituída para se contar com as regras de um bom convívio;

    (sobretudo é advérbio que passa a ideia de importância, prioridade; deve, portanto, ser isolado por vírgulas)

     

    e)Sêneca encontrou numa alternativa entre vida pessoal e vida pública a fórmula para remeter uma a outra, de modo que ambas possam ser objeto de insatisfação à medida mesma em que (à medida que - ideia de proporção) se complementam. 

     

     

    Em caso de erros, me avisem!!! ;)

  • "Gabarito: D"

     

    Complementando os colegas...

     

    b) É próprio do estoicismo a decisão de buscar a qualquer custo o equilíbrio onde (em que) as forças opostas ensejem (ensejam)combinar-se de modo a constituir uma plena harmonização entre si.

     

    * Para concordar com o sujeito tem que ser "Própria"

    ** Onde= Lugar fixo ( Ex: Onde vc está?) 

     

    Erros, corrijam-me.

     

    Tenha Fé, Deus te ajudará.

  • o verbo "censurar" pede preposição a?

  • a) Lendo esta passagem de Sêneca, é forçoso admitir-se de que suas verdades falam fundo conosco mesmos, uma vez que enaltecem tanto nossos defeitos quanto nossas virtudes.  Admitir = VTD / Erro por ambiguidade.

     

    b) É próprio do estoicismo a decisão de buscar a qualquer custo o equilíbrio onde as forças opostas ensejem combinar-se de modo a constituir uma plena harmonização entre si. A decisão é propriA. / Se não é local, não é "onde".

     

    c) Trata-se de encontrar conforto em nosso ilhamento social, quando este significa, sobretudo, esquecermos de que somos uma espécie constituída para se contar com as regras de um bom convívio. Conjunção deslocada, vírgula obrigatória. / Obrigatoriamente, só se aceita preposição "de" se houve pronome oblíquo átono ("nos", no caso).

     

    d) Àqueles que se censuram, culpando-se por sua aversão à vida social, Sêneca lembra que esse sentimento pode ser superado, quando o tédio à solidão leva à busca da multidão. Vírgula desnecessária, porém não gera incorreção.

     

    e) Sêneca encontrou, numa alternativa entre vida pessoal e vida pública, a fórmula para remeter uma a outra, de modo que ambas possam ser objeto de insatisfação à medida mesma em que se complementam. Trata-se de adjunto adverbial deslocado, ou seja, vírgula obrigatória. / Por mais que essa expressão não soe bem aos nossos ouvidos, ela está gramaticalmente correta.

  • "comentário livre"..... errei por tentar achar a frase que mais fazia sentindo de acordo com o texto, e me esqueci de fazer a análise da frase. PQP

  • Mas na D o pronome relativo não faz com que a próclise seja obrigatória? "Àqueles que se censuram, culpando-se por sua aversão à vida social, Sêneca lembra que esse sentimento pode ser superado, quando o tédio à solidão leva à busca da multidão." Alguém pode explicar? Obrigada

  • Na verdade Élica, pronome relativo atrai e pede próclise, mas no segundo verbo não há pronome relativo imediatamente antes dele. 

  • a) Lendo esta passagem de Sêneca, é forçoso admitir _ que suas verdades falam fundo conosco _, uma vez que enaltecem tanto nossos defeitos quanto nossas virtudes.  

     

    b) É própria do estoicismo a decisão de buscar a qualquer custo o equilíbrio em que as forças opostas ensejam combinar-se de modo a constituir uma plena harmonização entre si. 

     

    c) Trata-se de encontrar conforto em nosso ilhamento social, quando este significa, sobretudo, esquecermos de que somos uma espécie constituída para _ contar com as regras de um bom convívio.

     

    d) Àqueles que se censuram, culpando-se por sua aversão à vida social, Sêneca lembra que esse sentimento pode ser superado, quando o tédio à solidão leva à busca da multidão.

     

    e) Sêneca encontrou numa alternativa entre vida pessoal e vida pública a fórmula para remeter uma a outra, de modo que ambas possam ser objeto de insatisfação na medida _ em que se complementam. 

  • Examinador de português fazendo questão de filosofia dá nisso.... kkkk

  • A letra E está errada porque o certo seria "à medida que" e não "à medida EM que".

  • a) Errado. Lendo esta passagem de Sêneca, é forçoso admitir-se de (admitir) que suas verdades falam fundo conosco mesmos, uma vez que enaltecem tanto nossos defeitos quanto nossas virtudes.

      — Admitir não é um verbo pronominal. Logo, o certo seria "admitir que suas verdades(...)";
      — Com nós ou com vós = qndo for seguido de determinantes: “ambos, todos, outros, mesmos, próprios, numeral, aposto explicativo ou uma oração adjetiva”. Conosco ou convosco = qndo não for seguido de determinantes.

     b) Errado. É próprio do estoicismo a decisão de buscar a qualquer custo o equilíbrio onde (em que) as forças opostas ensejem combinar-se de modo a constituir uma plena harmonização entre si.

      — Só se utiliza onde quando se referir a um lugar físico.

    c) Errado. Trata-se de encontrar conforto em nosso ilhamento social, quando este significa sobretudo, esquecermos de que somos uma espécie constituída para se contar com as regras de um bom convívio.


      — Não há clareza entre os períodos.
      — Vírgula não pode separar o verbo de seu complemento.
      — O verbo esquecer ou é um VTI pronominal "esquecer-se de alguém" ou é um VTD "esquecer alguém". Logo, é errado empregá-lo apenas como se fosse VTI sem o pronome integrante do verbo.
      
    d) Correto. Àqueles que se censuram, culpando-se por sua aversão à vida social, Sêneca lembra que esse sentimento pode ser superado, quando o tédio à solidão leva à busca da multidão.

      — Lembrar é VTDI. Quem lembra, lembra a alguém algo. Logo, a crase foi usada corretamente.
      — Reescritura na ordem direta: Sêneca lembra àqueles que se censuram que esse sentimento pode ser superado[...]

    e) ErradoSêneca encontrou numa alternativa entre vida pessoal e vida pública a fórmula para remeter uma a outra, de modo que ambas possam ser objeto de insatisfação à medida mesma em que (à medida que) se complementam. 

      — à medida em que não é uma locução conjuntiva que nem sequer existe. O certo é "à medida que".

  • E eu achando que se tratava de uma questão de interpretação e não sobre análise sintática.

  • e) à medida em que - não existe!

    Ou se usa à medida que (que não seria o caso, porque trás a ideia de proporcionalidade, de medidas...) ou na medida em que (que traduz uma relação de causa, podendo ser substituída por "porque" ou "já que", por exemplo).

  • Correção da prova pela profa. Flávia Rita no tempo 27:40:

    https://www.youtube.com/watch?v=jUHM-4Lzv1w

  • Alguém sabe dizer por qual motivo existe crase na parte "tédio à solidão"?

  • Eu achei que precisava marcar a alternativa que "melhor resumia" o texto, de forma coerente, correta e clara. KKKK. Na verdade, eu precisava me atentar à gramática.

  • Sobre a letra E:

    À medida que

    Na medida em que

    À medida em que

    Lembre-se: 

    – À medida que - significa “à proporção que”, “conforme”. 

    – À medida em que - NÃO EXISTE! 

    – Na medida em que - corresponde a “tendo em vista que”, “já que”, “uma vez que”.

  • ''quando o tédio à solidão leva à busca da multidão.'' alguém explica essas duas crases!?