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ID
2759548
Banca
FCC
Órgão
TRT - 15ª Região (SP)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Quando pela primeira vez li Jean-Paul Sartre fiquei fascinado. Isso era filosofia sobre a vida, sobre encontrar sentido e sobre como se conduzir.

      “A existência precede a essência.” Se houvesse um concurso para a frase mais curta que resumisse uma posição filosófica inteira, essas palavras de Sartre venceriam. Trata-se da base sobre a qual o existencialismo moderno foi construído.

      Sartre está dizendo que ao contrário dos objetos do mundo – por exemplo, minha torradeira – os seres humanos não podem ser definidos pelas suas propriedades. A torradeira é criada para tostar pão; a capacidade de tostar é o propósito e a essência da torradeira. No entanto, nós, seres humanos, podemos gerar e alterar nossas propriedades e propósitos fundamentais ao longo do caminho, de modo que não faz sentido dizer que temos alguma essência definidora imutável. Em primeiro lugar, nós existimos, e, em seguida, criamos a nós mesmos. Isso não é algo que minha torradeira poderia fazer.

     Naturalmente, Sartre não quis dizer que podemos autocriar nossas propriedades físicas. Eu não posso querer ser alto. Nem posso querer ser marroquino. As questões importantes, porém, cabe a mim determinar, por exemplo: como exatamente eu quero viver, o que eu quero fazer com meu tempo limitado na Terra, pelo que eu estaria disposto a morrer – as qualidades que fundamentalmente fazem de mim um indivíduo. Tudo isso está aí para ser conquistado. Minhas conquistas.

      Sartre não está apenas descrevendo esse potencial que é único para os seres humanos, ele está exortando-nos a adotá-lo e com ele nossa responsabilidade por aquilo que nos tornamos. E isso é assustador: se eu sou o mestre do meu destino, e o meu destino não se sai assim tão bem, não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo.

(Adaptado de: KLEIN, Daniel. O livro do significado da vida. Trad. Leonardo Abramowicz. São Paulo, Gente, 2017, p. 54-55) 

Uma frase coerente com o que se afirma no 1° parágrafo e escrita com clareza e de acordo com a norma-padrão é:

Alternativas
Comentários
  • As palavras  fascinaram o autor.

    As palavras possibilitaram a reflexão...

     

    letra A

  • Gabarito - A

     

     

    "Quando pela primeira vez li Jean-Paul Sartre fiquei fascinado. Isso era filosofia sobre a vida, sobre encontrar sentido e sobre como se conduzir."

     

     

    Dentre as alternativas há muitos erros semânticos, mas vou me ater a uma análise no que tange à norma padrão culta.

     

     

     

    b) O autor fascinou-se perante A obra de Sartre, a primeira vez que A leu, haja vista poder pensar na vida. 

     

     

    →  Não cabe crase pois o termo "perante" não rege a preposição "A".

     

    →  O verbo "ler" é transitivo direto, logo, não cabe o pronome "lhe", e sim "a", pois está retomando o seu objeto direto "a obra".

     

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    c) A filosofia de Sartre logo fascinou o autor, por indicar-LHE uma maneira de fazer indagações a partir da vida. 

     

     

    →  O verbo "indicar" é transitivo direto e indireto, logo, neste caso, não cabe o pronome ''lo'', e sim "lhe", pois está retomando o seu objeto indireto que é "o autor".

     

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    d) A filosofia de Sartre problematizava a vida, o que fascinou o autor ao levá-LO a conscientizar-se sobre ela. 

     

     

    →  O verbo "levar" é transitivo direto, logo, não cabe o pronome "lhe", e sim "lo", pois está retomando o seu objeto direto "o autor".

     

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    e) A vida era a matéria das reflexões de Sartre, fascinando o autor que buscava atribuir-LHE sentido e se conduzir. 

     

     

    →  O verbo "atribuir" é transitivo direto e indireto, logo, neste caso, não cabe o pronome "la", e sim "lhe", pois está retomando o seu objeto indireto "a vida".

     

    -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

     

    COLOCAÇÃO PRONOMINAL:

     

     

    •  Objeto direto  →  o / a / os / as

     

     

    •  Quando o verbo terminar em R, S ou Z  →  lo / la / los / las

     

     

    •  Quando o verbo terminar em M ou ÃO/ÕE  →  no / na / nos / nas

     

     

    •  Objeto indireto  →  lhe / lhes

     

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  • Com clareza não tem nenhuma. 

     

    Gab.: A. 

  • GABARITO A

     

    Justifica-se pelo trecho: "Quando pela primeira vez li Jean-Paul Sartre fiquei fascinado. Isso era filosofia sobre a vida, sobre encontrar sentido e sobre como se conduzir".

  • Lembrete. O enunciado pede:

    -Coerência

    -Clareza

    -Norma-padrão

    A gente tem o costume de procurar somente os erros de português, porém a única coerente é a E) e a A), eliminando as outras alternativas.

  • Pessoal, considerei a primeira errada porque entendi que precisaria haver ênclise em: "O autor diz que as palavras de Sartre o fascinaram..." (penso que deveria ser fascinaram-no). Alguém pode explicar o motivo de não haver ênclise? Obrigado!

  • Gab: A

     

    a) O autor diz que as palavras de Sartre o fascinaram = Quem o fascinaram!?

    R. as palavras de Sartre fascinaram o autor.

     

    ...por lhe possibilitarem refletir acerca do sentido da vida. = Quem lhe possibilitarem refletir!?

    R.  as palavras de Sartre.

  • na "b", conota que o autor fascinou a ele mesmo.

  • Lembrando que "perante" é uma preposição, logo não faria sentido usar crase após o termo. Não existe preposição do lado de preposição.