SóProvas


ID
2766520
Banca
COPESE - UFT
Órgão
UFT
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leio o excerto da entrevista com o sociólogo Zygmunt Bauman, concedida à revista ISTOÉ, e responda a questão.

ISTOÉ – O que caracteriza a “modernidade líquida”?
Zygmunt Bauman – Líquidos mudam de forma muito rapidamente, sob a menor pressão. Na verdade, são incapazes de manter a mesma forma por muito tempo. No atual estágio “líquido” da modernidade, os líquidos são deliberadamente impedidos de se solidificarem. A temperatura elevada — ou seja, o impulso de transgredir, de substituir, de acelerar a circulação de mercadorias rentáveis — não dá ao fluxo uma oportunidade de abrandar, nem o tempo necessário para condensar e solidificar-se em formas estáveis, com uma maior expectativa de vida.

ISTOÉ – As pessoas estão conscientes dessa situação?
Zygmunt Bauman – Acredito que todos estamos cientes disso, num grau ou outro. Pelo menos, às vezes, quando uma catástrofe, natural ou provocada pelo homem, torna impossível ignorar as falhas. Portanto, não é uma questão de “abrir os olhos”. O verdadeiro problema é: quem é capaz de fazer o que deve ser feito para evitar o desastre que já podemos prever? O problema não é a nossa falta de conhecimento, mas a falta de um agente capaz de fazer o que o conhecimento nos diz ser necessário fazer, e urgentemente. Por exemplo: estamos todos conscientes das consequências apocalípticas do aquecimento do planeta. E todos estamos conscientes de que os recursos planetários serão incapazes de sustentar a nossa filosofia e prática de “crescimento econômico infinito” e de crescimento infinito do consumo. Sabemos que esses recursos estão rapidamente se aproximando de seu esgotamento. Estamos conscientes — mas e daí? Há poucos (ou nenhum) sinais de que, de própria vontade, estamos caminhando para mudar as formas de vida que estão na origem de todos esses problemas.

ISTOÉ – E o que o senhor chama de “amor líquido”?
Zygmunt Bauman – Amor líquido é um amor “até segundo aviso”, o amor a partir do padrão dos bens de consumo: mantenha-os enquanto eles te trouxerem satisfação e os substitua por outros que prometem ainda mais satisfação. O amor com um espectro de eliminação imediata e, assim, também de ansiedade permanente, pairando acima dele. Na sua forma “líquida”, o amor tenta substituir a qualidade por quantidade — mas isso nunca pode ser feito, como seus praticantes mais cedo ou mais tarde acabam percebendo. É bom lembrar que o amor não é um “objeto encontrado”, mas um produto de um longo e muitas vezes difícil esforço e de boa vontade.

Fonte: BAUMAN, Zygmunt. In: Revista ISTOÉ. Disponível em: <https://istoe.com.br/102755_VIVEMOS+TEMPOS+LIQUIDOS+NADA+E+PARA+DURAR+/>. Acesso em: 12 fev. 2018 (fragmento adaptado).

Zygmunt Bauman define amor líquido como “um amor “até segundo aviso””, “o amor a partir do padrão dos bens de consumo”. Ao relacionar amor líquido com “um amor “até segundo aviso””, identifica-se o modo de linguagem:

Alternativas
Comentários
  • METAFORA=COMPARAÇÃO ENTRE SERES DISTINTOS.

    EX:O HOMEM É UM LAPÍS.

  • Por que não pode ser a letra C? Amor a gente sente e líquido a gente toma. Está usando mais de um sentido... Fiquei confusa nisso.
  • Não entendi essa definição de Metáfora , pois é relação de semelhança e não continuidade , continuidade é metomínia .

  • Não entendi essa definição de Metáfora , pois é relação de semelhança e não continuidade , continuidade é metomínia .

  • Metáfora é uma comparação abreviada.

    amor líquido = amor de segundo aviso, ou seja, o amor líquido é (como) um amor de segundo aviso.

    outro exemplo: minha vida é (como) um pássaro. (Minha vida é um pássaro)

    obs: na dúvida vai de metáfora..

    espero ter ajudado

  • Figuras de palavra ou semântica:

    A) Metáfora: substituição de um termo por outro a partir de uma relação de semelhança entre os elementos que tais termos designam. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada. GABARITO

    B) Paradoxo ou oxímoro: emprego de ideias aparentemente absurdas por meio de palavras que parecem excluir-se mutuamente.

    C) Sinestesia: Cruzamento de sensações sensoriais diferentes.

    D) Hipérbole: engrandecimento, de forma exagerada, de uma afirmação, a fim de proporcionar uma imagem de impacto.