SóProvas


ID
2779501
Banca
INAZ do Pará
Órgão
CORE-MS
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                  O fim do artigo científico


Um pilar da ciência transformou-se em zumbi à espera de um verdugo que abrevie sua agonia e da troca por algo melhor


      Um teste para o leitor: quais destes títulos correspondem a artigos verdadeiros? 1. Desenvolvendo redes ativas usando algoritmos randomizados; 2. Re-representação (sic) como projeto de trabalho em terceirização: uma visão semiótica; 3. As dinâmicas de intersubjetividade e os imperativos monológicos em Dick e Jane: um estudo sobre modos de gêneros transrelacionais; 4. Atalhos e jornadas interiores: construindo identidades portáteis para carreiras contemporâneas.

      Parabéns a quem respondeu 2 e 4. O artigo 2 foi publicado em MIS Quarterly, um dos principais periódicos da área de Gestão da Informação; e o 4 saiu na prestigiosa revista Administrative Science Quarterly. Os demais são falsos. O título 1 foi obra de um software criado por estudantes do MIT, que gera artigos completos, totalmente falsos e absurdos; e o 3 foi retirado de um cartoon de Calvin, no qual o personagem, depois de criá-lo, exclama: “Academia, aqui vou eu!”

      De fato, não falta ironia contra a linguagem adotada em textos científicos. Alguns parecem ter sido criados para inflar achados menores e intimidar leitores com uma linguagem empolada e turva.

      Ocorre que o artigo científico é um dos pilares de desenvolvimento da ciência. Antes de seu surgimento, os resultados de experimentos e novos conhecimentos eram informados em apresentações e por meio de cartas. O artigo científico facilitou a comunicação e acelerou a evolução do conhecimento.

      Hoje, o sistema de publicações científicas compreende milhares de revistas e está estruturado em castas. Grandes grupos editoriais estão por detrás do lucrativo negócio. No topo encontram-se os periódicos mais seletivos e reputados. Publicar nesses veículos requer passar pelo duro escrutínio de exigentes avaliadores. Provê status e reconhecimento dos pares. Facilita o acesso a financiamentos e pode acelerar a carreira acadêmica.

      Nos últimos anos, o sistema passou a ser criticado. As universidades, preocupadas com rankings e sob pressão para justificar gastos, passaram a pressionar pesquisadores a publicar mais. Muitos deles mudaram de rumo: em lugar de gerar novo conhecimento, passaram a orientar seus esforços para gerar mais publicações.

      Assim, o foco na ciência foi trocado pelo foco nos indicadores de desempenho e na própria carreira. Do outro lado do balcão, a própria comunidade científica multiplicou o número de periódicos, ampliando o espaço para textos de qualidade duvidosa.

      Mesmo no topo, a situação é preocupante. Textos científicos de eras anteriores eram menos especializados e formais. Eram também mais curtos e diretos. E não havia ainda o fetiche da estatística. A superespecialização da ciência tornou os artigos mais longos, herméticos e cheios de jargão.

      O modelo tornou-se anacrônico e precisa de reformas. Artigos científicos deveriam ser mais simples de escrever e mais rápidos de ler. A forma deveria ceder espaço ao conteúdo. Escapar da forma papel (ou pdf) é o primeiro passo. Em seu lugar, poderíamos ter módulos de conhecimento, curtos e objetivos, especializados e rigorosos, porém também atraentes e interessantes.

      Este sucedâneo deveria se distanciar do hermetismo estatístico tanto quanto das caudalosas digressões textuais. Hiperlinks e recursos interativos poderiam prover acesso direto a bases de dados, textos de apoio, imagens, simulações e outros recursos de interesse dos leitores. Entretanto, mudar somente a forma não é suficiente. Em muitos campos a superespecialização levou à fragmentação, com a multiplicação de pequenos grupos de pesquisa orientados por interesses próprios e pouco dispostos a esforços cooperativos. É preciso reverter essa tendência e fomentar pesquisa em torno de temas aglutinadores, convergentes com as necessidades e demandas da sociedade.

      Recentemente, o editor do periódico Academy of Management Journal, um dos principais do campo da Administração, exortou a comunidade científica a orientar esforços de pesquisa na busca de soluções para problemas críticos que afetam o planeta: pobreza, desigualdade, crise ambiental e muitos outros. Não há escassez de problemas e não temos um planeta de reserva. A ciência deveria fazer mais.

Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/revista/1002/o-fim-do-artigo-cientifico. Acesso em: 21/05/18

Em “Um teste para o leitor: quais destes títulos correspondem a artigos verdadeiros”, sobre a utilização do sinal indicativo de crase no termo destacado, pode-se afirmar que:

Alternativas
Comentários
  • Resposta do usuário I. CANDY

    CRASE Facultativa (ATÉ SUA MARIA)

    Depois de ATÉ

    Diante de pronome Possessivo Feminino/Singular (SUA)

    Diante de nomes próprios femininos (MARIA)

     

    __________________________________________________________________________________________________________________

     

    Como usar a crase antes de horas

     

    1 - Exemplos de quando usar:

    a- A festa começa às 21h.

    b- As lojas normalmente abrem às 9h.

    c- O telefone tocou à 1h da madrugada.

    d- Começa à 0h desta terça-feira a venda de ingressos para o show.

     

    2 - Exemplos de quando NÃO usar:

    Não há crase depois das preposições: para, até, após, desde e entre.

    a- Antecipei minha consulta para as 14h.

    b- Só vou esperar por você até as 15h.

    c- Podemos nos encontrar após as 19h.

    d- Estou te esperando desde as 11h.

    e- Estarei no clube entre as 9h e as 11h.

     

    3 - Dica:

    Substitua sempre qualquer hora por meio-dia. Só haverá crase se der ao meio-dia.

    a- A festa começa às 21h. (A festa começa ao meio-dia.) Há crase.

    b- Antecipei minha consulta para as 14h. (Antecipei minha consulta para ao meio-dia????) Não há crase.

     

    4- Outros casos:

    4.1Não há crase quando a preposição de aparece sozinha, ainda que ela esteja implícita.

    a- A minissérie será exibida de 3ª a 6ª. (sozinha)

    b- Exibição da minissérie: 3ª a 6ª. (implícita)

     

    4.2- Há crase quando a preposição de aparece combinada com artigo, ainda que ela esteja implícita.

    a- A aula de dança será das 15h às 17h. (combinada: de+as)

    b- Horário da aula de dança: 15h às 17h. (implícita)

     

    ______________________________________________________________________________________________________________

     

    Os Mandamentos da Crase:

    1) Diante de pronome, crase passa fome!
    2) Diante de masculino, crase é pepino!
    3) Diante de ação, crase é marcação!
    4) Palavras repetidas: crases proibidas!
    5) Diante de numeral, crase faz mal!
    6) Quando houver hora, crase sem demora!
    7) Palavra determinada, crase liberada!
    8) Vou a, volto dá = crase há / vou a, volto de = crase para quê?
    9) “A” no singular, palavra no plural: crase nem a pau!
    10) Palavra indefinida, crase tá fodid4!

     

    ______________________________________________________________________________________________________________

     

    Não se usa crase:

    1- Antes de palavras masculinas em geral;
    2- Antes de artigo indefinido, exceto indicação de horas (um, uns, umas e etc);
    3- Entre palavras repetidas que constituem expressões idiomáticas (dia a dia, boca a boca e etc);
    4- Antes de verbo;
    5- Antes de palavra plural quando o 'a' está no singular;
    6- Antes de numeral, exceto horas (de ⅕ a 3/5);
    7- Antes de nome próprio feminino completo;
    8- Depois de preposição, exceto até (para, perante e etc)
    9- Em sujeito;
    10- Em objeto direto;
    11- Antes de Dona + Nome próprio;
    12- Antes de pronomes pessoais (ele, ela, mim e etc);
    13- Antes de pronome de tratamento em geral;
    14- Antes de pronomes demonstrativos não iniciados por 'a';
    15- Antes de pronomes indefinidos;

     

    FONTE: John Souza  29 de Maio de 2018, às 13h18

    Q854986

  • “Um teste para o leitor: quais destes títulos correspondem (VTI) a artigos verdadeiros”

    Crase (à) = a (preposição) + a (artigo)

    'Correspondem' é seguido da preposição 'a', porém 'artigos' é uma palavra masculina e por isso não aceita o artigo 'a'.

     

    Logo:

     d)É dispensável, uma vez que antecede uma palavra masculina.

     

     

     

    Calma, calma! Eu estou aqui!

  • Gabarito D

     

    Casos Proibidos de Crase

     

    Não se deve usar crase diante de:

    1º palavra masculina (A PRAZO = O PRAZO)

    2º pronome indefinido (A ALGUNS)

    3º pronome demonstrativo não iniciado por A (A ESSE)

    4º pronome de tratamento com exceção das formas senhora, senhorita e dona (facultativo)

    5º pronome pessoal (A ELA)

    6º dona+ nome proprio

    7º antes de verbo (A PARTIR) 

    8º entre palavras repetidas (FRENTE A FRENTE)

    9º antes de artigo indefinido (A UM)

    10º antes de numeral * exceto horas

    11º após preposição *exceto “até”, que é facultativo

    12º antes de nome próprio completo

    13º antes de um a singular seguido de plural (A ORQUIDIAS)

    14º em objeto direto

    15º em sujeito

    16°  nao há crase antes de pronome relativo (a quem)  exceto (a qual / as quais)

    17° na locução “a partir de” (pois partir é VERBO)

     

     

    “À mercê” ou “a mercê”?

    O correto é "à mercê" com crase.

    É uma locução adverbial feminina como "às pressas", "à espera de", "à beira de" e significa "inteiramente dependente de alguém ou de uma situação".

     

     

    Facultativa:

     antes de pronome possessivo adjetivo FEMININO (Decidiu recolher-se à sua casa)

    Cuidado com o pronome possessivo substantivo, que pedirá crase. Ou seja, quando o possessivo feminino vier desacompanhado a crase será OBRIGATÓRIA! Ex: Falei a/à minha secretária e não à sua.

     

     

     pronome de tratamento senhora, senhorita e dona

     

     

     após ATÉ (Fui até a praia / Fui até à praia.)

    Nota: Quando o “até” for equivalente a: mesmoinclusivetambém. Ele deixará de ser preposição e passará a ser advérbio de inclusão ou partícula denotativa de inclusão. Ex: Até a filha caçula de nove anos embriagou-se na festa.

     

     

     Nomes de mulheres (personativos femininos).

    Obs 01: Quando o nome aparecer determinado por uma qualidade ou característica, O ARTIGO SERÁ OBRIGATÓRIO. Ex: Falei o assunto à Denise, minha irmã.

    Obs. 02: Quando o nome aparecer determinado por sobrenome, a indicação é NÃO EMPREGAR o artigo. Ex:  Faiei o assunto a Denise Moura. (Obs 1 e 2 peguei do NEAF)

     

     

     

    Obs: Quando meus comentários estiverem desatualizados ou errados, mandem-me msgns no privado, por favor, porque irei corrigi-los.

     

     

    Tudo posso Naquele que me fortalece!

  • Alguém poderia me explicar esse "dispensável"?

    Eu acertei a questão por "artigo" ser, obviamente, uma palavra masculina... mas como assim "dispensável"? Significa isso que se eu quiser posso colocar a crase e se eu não quiser posso não colocar que de ambas as formas vai estar correto? (fora o fato que "a" está no singular e "artigo" no plural)

  • Nossa "dispensável" ??? então eu poderia usar?? q viagem, q eu saiba o termo correto seria: "proibida"

  • "Nhaca do Pará" fazendo besteira como sempre...


    A crase antes de palavras masculinas é PROIBIDA e não apenas "dispensável", conforme trazido pela questão...

  • Não ocorre crase antes de palavras masculinas.


    Alternativa correta letra D

  • Gabarito D.

    Não há crase diante de palavras masculinas.

  • É dispensável ?? Mal elaborada pois é proibido o uso da crase no caso desta questão.