Inicialmente, a esfera pública era constituída de indivíduos
privados – na maioria, burgueses – que se reuniam publicamente para debater
entre si as normas da sociedade civil e da condução do Estado. Com a passar do
tempo, passou a ser caracterizada como o lugar de livre acesso para o debate
racional entre pessoas. O que antes era algo restrito a um público mais instruído
e limitado passou a conter também a massa.
Habermas (2003) afirma que os meios de comunicação de massa
têm um papel fundamental na esfera pública, pois influenciam diretamente a formação
da opinião pública e o comportamento das pessoas em sociedade.
A mídia contemporânea (jornais, revistas, rádios, TVs e
internet), com base em critérios, filtros, operações e instrumentos, definem,
de certa forma, o que é considerada informação pública. Mas não pode ser caracterizada
somente como um instrumento de transmissão das notícias; é um cenário de
criação da opinião e do debate, isto é, de troca de pontos de vista entre os
indivíduos.
Os meios de comunicação de massa possuem interesses mercantis,
satisfeitos pela venda de exemplares e de assinaturas, e pela veiculação de
anúncios. Mas as articulações midiáticas vão além desses objetivos: abrangem,
também, fins políticos e a formação (e em muitos casos, domínio) da opinião
pública.
Com base nessa explicação, podemos concluir que a afirmação
da questão está
errada. Os meios de comunicação
de massa
são considerados pelas várias escolas do pensamento
comunicacional como lugar de debate no contexto de uma esfera pública.
Gabarito do Professor: ERRADO.
Bibliografia:
- Rieffel, Rémy. Sociologia dos Media. Porto: Porto Editora,
2003.
- Habermas, Jürgen. (2003b). Mudança Estrutural da Esfera
Pública: Investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. 2.ed.
Trad.: Flávio Kothe. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, p. 42ss. [Strukturwandel
der Öffentlichkeit. Darmistadt: Herman Luchterhand Verlag, 1961].