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ID
2787097
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
IPHAN
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

Ora, uma história não é narrada sob a pressão esquizofrênica de ser ou a pura facticidade das informações das fontes, de um lado, ou a imaginação ficcional de seu caráter histórico. Sua facticidade própria, muito mais real do que a facticidade dos dados das fontes, encontra-se na forma em que o passado se torna um elemento influente na vida humana prática no presente.

Jörn Rüsen. História viva. Teoria da História III: formas e funções do conhecimento histórico. Brasília: EdUnB, 2007, p. 33 (com adaptações). 

Considerando esse fragmento de texto, julgue o item subsequente, com referência a aspectos teórico-metodológicos dos estudos em história.


Uma das teses desenvolvidas no âmbito do narrativismo historiográfico é a de que seriam pouco significativas as diferenças entre as explicações do passado produzidas nos campos da historiografia e da filosofia especulativa da história.

Alternativas
Comentários
  • De quem Rüsen está falando? Dos positivistas e dos pós-modernistas. A assertiva fala dos pós-modernistas que supostamente diluiriam essas fronteiras entre o fato e a especulação.

  • Sobre a influência de Droysen na teoria da história de Rüsen, Arthur Assis também possui um outro texto significativo na coletânea de textos de Estevão de Rezende Martins, intitulada A História Pensada: teoria e método na historiografia europeia do século XIX. Ao apresentar a texto de Droysen, sobre a ambiguidade da história de ser arte e ciência, e de seu fundamento como ciência a partir do trato das fontes, Arthur Assis aponta como originalidade do pensamento de Droysen sua síntese de filosofia da história, teoria do conhecimento, metodologia, e teoria da historiografia. Além de sua compreensão da historiografia como resultado de uma cognição empírica, e não especulativa, e sua metodologia representada na fórmula "compreensão mediante pesquisa".

  • O processo de construção da narrativa histórica passa por diferentes etapas. O historiador levanta as fontes e as critica, testa-as empiricamente e, com o mesmo método científico cria as proposições históricas de forma fundamentada. Existe uma lógica narrativa de apresentação para estruturar o pensamento histórico. Pois, segundo Jörn Rüsen, a História precisa ser útil e dar funcionalidade para a vida. A filosofia especulativa da história foi proposta por William Walsh. 
    A sua investigação é o objeto da história como algo em si. Busca se ater às causas e busca um sentido na história, a possível repetição de eventos e como isso poderia, ou não, se repetir. Assim, a similaridade entre a narrativa e a filosofia especulativa da história é que ambas buscam configurar um sentido à vida e os processos históricos, nos quais os feitos dos homens ao longo do tempo e do espaço é compartilhado por todos. 
    Jörn Rüsen ,que é o autor referido na questão, foi diretamente influenciado por autores da filosofia especulativa da história como Hegel e Kant.

    Gabarito do Professor: CERTO.
  • Gabarito errado e explicação do gabarito pela estimada professora também errada. Note-se que não se está comparando "diferentes explicações do passado" com "filosofia especulativa da história", mas sim as diferentes explicações do passado entre si. Razão: não um artigo "a" antes de "filosofia...", mas sim a preposição "de". Conscientes da distinção semântica entre as duas alternativas, releia-se a questão e me será dada razão.