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ID
2787157
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
IPHAN
Ano
2018
Provas
Disciplina
História
Assuntos

A respeito de história e memória social, julgue o item a seguir.


Ao trabalhar com a memória como fonte, o historiador dispõe de metodologia apropriada que lhe garante análise isenta e objetiva.

Alternativas
Comentários
  • Nada na história é isento !
  • E nem a memória, porque ela também pode ser seletiva

  • O movimento iluminista, ou o “ Século das Luzes" – século XVIII -introduziu de maneira decisiva o paradigma oriundo do renascimento de que a razão era a única verdadeira fonte de conhecimento e que o conhecimento científico digno do nome era aquele que nascia, das leis, da comprovação empírica. Ou seja, o que era construído pelo raciocínio lógico.
    Este é o momento em que História alcança o status de “ciência". Neste momento narrativas, escritas ou orais , frutos da memória, passaram a ser vistos de forma suspeita como fontes para o trabalho do historiador. 
    A máxima do historiador grego Heródoto – Se quero saber, interrogo – deixa de ser motor de conhecimento considerado “histórico"  por não  não se configurar como " conhecimento científico, de acordo com os parâmetros estabelecidos pela lógica iluminista. É preciso lembrar que nem sempre a memória é lógica!
    A historiadora Marieta de Moraes Ferreira, da UFRJ, afirma:
    "Nesse momento, os historiadores passam a adotar um conjunto de procedimentos para se diferenciar daqueles então denominados 'amadores', que eram cronistas, políticos, literatos ou, como no caso da França, indivíduos ligados à Igreja Católica". Esclarece ainda que isso significou a fixação sobre o que deveria ou não ser usado como fonte: "Um estudo 'isento' só poderia ser elaborado quando o historiador se distanciasse do seu objeto de pesquisa, abrindo mão de relatos parciais e cronologicamente próximos de eventos históricos."
    ( fonte : http: //www.comciencia.com.br)



    Constroie-se a partir daí uma história factual, detalhista, de heróis, enquadrada em  uma cronologia matemática, até mais ou menos a metade do século XX
     São os historiadores da Escola dos Annales – francesa - que questionam essa forma de “fazer História" e, a partir daí é introduzido o trabalho com novas fontes e, há toda uma nova proposta de historiografia. Há um consenso entre historiadores de que a história não tem mais a pretensão de estabelecer os fatos como realmente aconteceram. 
    Pouco a pouco a ideia de Heródoto volta a ser um guia importante para o trabalho com História. E assim, o trabalho com memória. Que não é linear, tampouco exato strictu sensu. É um relato de uma maneira de construção do passado

    Portanto, a afirmativa apresentada está incorreta, apesar do princípio da frase estar correto " Ao trabalhar com memória como fonte "...
    OBS : Escola dos Annales é um grupo de historiadores franceses que se propõem, mais ou menos na década de 1930, a trabalhar com pesquisa histórica de forma diferente do que era feito até então. Annales é o nome da revista acadêmica na qual tais historiadores publicavam seus artigos.  

    RESPOSTA: ERRADO
  • Mesmo que exista uma subjetividade na análise, podemos entender que é necessário ter uma análise. não pode ser isento de análise.