"O atual cenário de desenvolvimento do sistema capitalista, ampliando suas formas de extração de mais-valia, provoca o agravamento da questão social marcada pela banalização da desigualdade social, da pobreza, da violência, e maior precarização das condições de trabalho. Este fato é tendência comum no processo de mundialização do capital, repercutindo diretamente nas diferentes formas de políticas sociais, sejam focalizando seus campos de atuação, descentralizando responsabilidades estatais ou mesmo privatizando e transferindo responsabilidades sociais.
O Estado, como principal promotor de políticas sociais no Brasil, não é neutro nesse cenário. Percebe-se que desde as primeiras experiências de institucionalização das políticas sociais no período republicano brasileiro, o Estado vem sendo atrelado aos interesses da classe dominante. Do mesmo modo, como forma de legitimar sua sustentação política e ao mesmo tempo conter processos sociais que ofereçam riscos ao desenvolvimento capitalista, também vem incorporando, alguns momentos de forma mais limitada e em outros de forma mais ampla, as reivindicações oriundas das lutas populares, porém, sempre dentro dos limites de uma cidadania idealizada pela burguesia. Nesse panorama, é necessário refletirmos sobre a atuação do Serviço Social frente realidade social posta por uma lógica capitalista."
Fonte: O SERVIÇO SOCIAL NA SOCIEDADE CAPITALISTA E A SUA PARTICIPAÇÃO NOS PROCESSOS DE ENFRENTAMENTO DA QUESTÃO SOCIAL
https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitshumanas/article/viewFile/1769/1059