Em 1971, Lazarus definiu assertividade como a capacidade para recusar e elaborar pedidos, pedir favores, expressar sentimentos negativos e positivos e iniciar, continuar e terminar uma conversa comum. Cinco anos mais tarde, Lange e Jakubwski (1976) consideraram a assertividade como a defesa de direitos pessoais e a expressão de pensamentos, sentimentos e crenças de forma directa, honesta e apropriada, de modo a respeitar os direitos das outras pessoas. Ao longo do tempo foram surgindo outras definições de assertividade (p.e., Alberti & Emmons, 2008; Galassi & Galassi, 1977). Contudo, todas elas partem da premissa que os indíviduos têm direitos de afirmação básicos que devem exercitar (Hargie & Dickson, 2004). Aliás, foi precisamente o reconhecimento, por parte dos terapeutas do comportamento Salter (1949) e Wolpe (1958), de que alguns indivíduos tinham problemas específicos em fazer valer os seus direitos e que esta incapacidade conduzia a inadaptação por parte do indivíduo, que deu origem à comunicação assertiva (Flowers & Guerra, 1974).
A assertividade foi, desde logo, considerada uma competência que pode ser aprendida (Galassi & Galassi, 1977) e não um traço de personalidade (McCartan & Hargie, 2004a). Um grande número de factores, entre os quais a punição, o reforço, a modelagem, a falta de oportunidade, os padrões culturais e as crenças pessoais, assim como a incerteza quanto aos direitos do próprio, contribuem para o défice de assertividade (Galassi & Galassi, 1977). O treino assertivo pressupõe o desenvolvimento de duas competências fundamentais: coordenação de perspectivas entre a pessoa e o interlocutor e flexibilidade. Esta última visa modificar as próprias crenças depois de considerar as do outro, ou mesmo integrar as do interlocutor nas suas (Joyce-Moniz & Barros, 2005).
Assertividade
--> envolve a expressão direta de sentimentos e opiniões, sem causar constrangimentos
--> capacidade para recusar e elaborar pedidos, pedir favores, expressar sentimentos negativos e positivos e iniciar, continuar e terminar uma conversa comum
--> defesa de direitos pessoais e a expressão de pensamentos, sentimentos e crenças de forma directa, honesta e apropriada, de modo a respeitar os direitos das outras pessoas