SóProvas


ID
2811760
Banca
FCC
Órgão
Câmara Legislativa do Distrito Federal
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                     Juventude de hoje, de ontem e de amanhã


      A juventude é estranha porque é a velhice do mundo passada indefinidamente a limpo. Uma geração lega à outra um magma de erros e sabedoria, de vícios e virtudes, de esperanças e desilusões. O jovem é o mais velho exemplar da humanidade. Pesa-lhe a herança dos conhecimentos acumulados; pesa-lhe o desafio do que não foi conquistado; a inadequação entre o idealismo e o egoísmo prático; pesa-lhe o inconsciente da raça, esta sessão espírita permanente, através da qual cada homem se comunica com os mortos.

      No encontro de duas gerações, a que murcha e a que floresce, há uma irrisão dramática, um momento de culpas, apreensões e incertezas. As duas figuras se contemplam: o jovem é o passado do velho, e este é o futuro que o jovem contempla com horror. Assim, o momento desse encontro é um espelho cujas imagens o tempo deforma, sem que se desfaça, para o moço e para o velho, a sinistra impressão de que as duas figuras são uma coisa só, um homem só, uma tragédia só.

      O poeta romântico inglês Shelley poderia ser o padrão do adolescente de todas as épocas: nasceu de família respeitável e rica, foi bonito, sincero, revoltado, idealista, violento, amoroso, apaixonado pela vida e pela morte, inteligente, confuso e, sobretudo, de uma sensibilidade crispada. Não era um monstro: seus atos eram a consequência lógica de suas ideias, da lealdade às suas crenças. E enquanto escrevia versos musicais, fecundados de amor cósmico, esperança e idealismo social, atirava-se feroz contra o conformismo do clero, a monarquia, as leis vigentes, o farisaísmo universal.

(Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. O amor acaba. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 135-136) 

O poeta inglês Shelley, segundo o autor do texto, poderia ser o padrão do adolescente de todas as épocas porque nele

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra D.

    = Os impulsos amorosos, idealistas e esperançosos conviviam com duras invectivas contra o que julgasse maligno. 

    INVECTIVAS = CRÍTICAS

  • Lá vem a FCC com essas questões subjetivas.

     

  • Gabarito D

     

    E aí você erra a questão pois não tem certeza do significado da palavra INVECTIVA. Está anotado.... palavra adicionada ao meu pobre vocabulário!!

     

    INVECTIVA: críticas, censuras, repreensões, abusos, agravos

  • " E enquanto escrevia versos musicais, fecundados de amor cósmico, esperança e idealismo social, atirava-se feroz contra o conformismo do clero, a monarquia, as leis vigentes, o farisaísmo universal. "

  • E enquanto escrevia versos musicais, fecundados de amor cósmico, esperança e idealismo social, atirava-se feroz contra o conformismo do clero, a monarquia, as leis vigentes, o farisaísmo universal

  • Que texto!!!!!!!!!!!!!!

    É prazeroso quando a banca coloca um texto com conteúdo de verdade. Sem dúvida, esta frase vai ficar marcada: "A juventude é estranha porque é a velhice do mundo passada indefinidamente a limpo."


  • Gabarito: Letra D

     

     O poeta romântico inglês Shelley poderia ser o padrão do adolescente de todas as épocas: nasceu de família respeitável e rica, foi bonito, sincero, revoltado, idealista, violento, amoroso, apaixonado pela vida e pela morte, inteligente, confuso e, sobretudo, de uma sensibilidade crispada. Não era um monstro: seus atos eram a consequência lógica de suas ideias, da lealdade às suas crenças.


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  • LETRA A: o espírito revoltoso de um marginalizado. Errado: "Nasceu de família respeitável e rica"


    LETRA B: a sensibilidade à flor da pele fazia com que ele se dedicasse plenamente ao culto dos mais altos ideais. Errado. Acredito que haja extrapolação porque não há evidências no texto de que ele se dedique inteiramente a isso.


    LETRA C: as qualidades negativas deixavam em segundo plano as positivas. O texto não dá prioridade às suas qualidades negativas; só fala que ele era uma adolescente normal, com qualidades e defeitos. Diz, inclusive, que ele "não era um monstro".


    LETRA D: os amigos já explicaram bem.


    LETRA E: as intenções críticas mais contundentes acabavam sucumbindo ao lirismo. Errado; ambos conviviam bem. "Enquanto escrevia versos musicais [...] atirava-se feroz contra o conformismo do clero..."

  • Meu Deus... kkk que texto.

  • Júlia Küster, você trabalha na Empiricus junto com a Betina? 

  • Letra A – ERRADA – É errado afirmar que Shelley era uma personalidade arrebatada pelos mais ferozes sentimentos. O autor deixa isso bem claro, ao afirmar que “[Shelley] Não era um monstro: seus atos eram a consequência lógica de suas ideias, da lealdade às suas crenças.”.

    Letra B – ERRADA – O sentido do advérbio “plenamente” está associado a ideia de “permanentemente”. E isso não é verdade, segundo o texto, pois Shelley, ao mesmo tempo que se dedicava à escrita de “versos musicais, fecundados de amor cósmico, esperança e idealismo social”, mantinha uma postura feroz contra o conformismo do clero.

    Letra C – ERRADA – O autor, ao explorar o perfil romântico e, ao mesmo tempo, revoltoso do poeta Shelley, não está propriamente relativizando seus defeitos e enaltecendo suas qualidades. Ele simplesmente dá a entender que essa mistura de atributos poderia ser tomada como a caracterização padrão de jovens de todas as épocas.

    Letra D – CERTA – O item exige o conhecimento do significado do vocábulo “invectivas”. Mesmo desconhecendo seu significado dicionário, é possível contextualmente associá-lo a algo negativo, relacionado a “ataques”, “ofensas”, “insultos”.

    Isso posto, é o que exatamente ocorreu com Shelley: ao mesmo tempo que escrevia versos amorosos, ele se lançava em ofensivas contra aquilo que julgava ser maligno, materializado à época no conformismo do clero, na monarquia, nas leis vigentes e no farisaísmo (na hipocrisia) universal.

    Letra E – ERRADA – É errado afirmar que as críticas do poeta sucumbiam ao seu tom lírico. As duas posturas coexistiam.

    Resposta: D

  • Letra A – ERRADA – É errado afirmar que Shelley era uma personalidade arrebatada pelos mais ferozes sentimentos. O autor deixa isso bem claro, ao afirmar que “[Shelley] Não era um monstro: seus atos eram a consequência lógica de suas ideias, da lealdade às suas crenças.”.

    Letra B – ERRADA – O sentido do advérbio “plenamente” está associado a ideia de “permanentemente”. E isso não é verdade, segundo o texto, pois Shelley, ao mesmo tempo que se dedicava à escrita de “versos musicais, fecundados de amor cósmico, esperança e idealismo social”, mantinha uma postura feroz contra o conformismo do clero.

    Letra C – ERRADA – O autor, ao explorar o perfil romântico e, ao mesmo tempo, revoltoso do poeta Shelley, não está propriamente relativizando seus defeitos e enaltecendo suas qualidades. Ele simplesmente dá a entender que essa mistura de atributos poderia ser tomada como a caracterização padrão de jovens de todas as épocas.

    Letra D – CERTA – O item exige o conhecimento do significado do vocábulo “invectivas”. Mesmo desconhecendo seu significado dicionário, é possível contextualmente associá-lo a algo negativo, relacionado a “ataques”, “ofensas”, “insultos”.

    Isso posto, é o que exatamente ocorreu com Shelley: ao mesmo tempo que escrevia versos amorosos, ele se lançava em ofensivas contra aquilo que julgava ser maligno, materializado à época no conformismo do clero, na monarquia, nas leis vigentes e no farisaísmo (na hipocrisia) universal.

    Letra E – ERRADA – É errado afirmar que as críticas do poeta sucumbiam ao seu tom lírico. As duas posturas coexistiam.

    Resposta: D

  • Apesar da B ter o plenamente, fiquei em dúvida entre ela e a D por causa desse trecho. "e, sobretudo, de uma sensibilidade crispada. Não era um monstro: seus atos eram a consequência lógica de suas ideias, da lealdade às suas crenças."

    Porém errei, né kkk