SóProvas


ID
2817352
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
IPM - SP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

FOTOGRAFIA E AUTOIMAGEM

ELLEN PEDERÇANE

    A fotografia há muito é um recurso de memória, seja de cunho coletivo, histórico, registro documental ou pessoal. É memória, testemunho de uma época, de um acontecimento ou apenas recordação de um momento importante de história pessoal/familiar. A cada dia expande seu campo de ação e amplia seus significados, valores e funções. Hoje, um peso que vem ganhando notoriedade é o da autocontemplação. Do indivíduo perdido nesse cotidiano acelerado do século XXI permitindo-se parar e se observar ao ser fotografado.

   Com o surgimento da fotografia digital, a proximidade dela com a população ganhou uma nova perspectiva. E seja de forma artística ou comercial, a possibilidade de ser retratado por um profissional é maior hoje do que há 20 anos. E essa proximidade da fotografia com o cidadão comum, entre outros quesitos, tem cumprido esse papel reflexivo: quem somos em meio a toda essa loucura que vivemos. O quanto nos olhamos dentro desse furacão.

   Um simples ensaio fotográfico pode mexer seriamente com nossa autoestima. Agora, a fotografia é a cura da baixa-estima? Não é isso. Todavia, uma nova relação consigo mesmo, com seu corpo, com sua imagem é um pontapé importante para esses encontros constantemente adiados entre nós e nós mesmos. Estar “confortável” dentro do corpo que possuímos é um passo importante na caminhada de descoberta das incontáveis belezas que carregamos dentro de nós.

    Outro fator interessante que nasce dessa proximidade é a quebra (mesmo que ainda de forma tímida) de padrões. Propagandas, comerciais, cinema, tantas informações que nos dizem como nosso corpo deve ser, deixa tão distante de nós o direito de saber o valor, a beleza e sensualidade que todos carregamos. O crescimento do ensaio boudoir* toca especialmente nesse ponto. São pessoas descobrindo sua beleza, suas nuances, se deliciando por ser quem se é, com suas curvas, sem preocupação com a perfeição. É um ensaio extremamente delicado e de um resultado tão positivo. É um leve grito de resistência num mar de padrões hipócritas. Todos têm de conhecer e reconhecer sua beleza e celebrá-la a qualquer hora. Um ensaio com essas características tem um papel também social, psicológico, um olhar que trata de inserir as pessoas e não as excluir ainda mais.

    Um trabalho sensível, delicado, que exige tato do profissional. Uma experiência especial para o retratado e para o fotógrafo. Trabalhar com público e padrões fica mais interessante quando a proposta é ir além do senso comum. Tocar vidas e colaborar, mesmo com uma pequena porcentagem, da relação de autoamor que o retratado vive é apenas incrível. É aquele bônus de fazer um bom trabalho. É o bônus de compreender esses novos papéis da fotografia na atualidade. É aquele bônus de se ter um trabalho humano, atencioso, buscando olhar além do que somos “treinados” a olhar.

   * Boudoir: Ensaio fotográfico sensual que mostra a intimidade , muitas vezes, de forma despretensiosa, contribuindo para a melhora da autoestima e da afirmação do corpo.


Retirado e adaptado de: http://obviousmag.org/brincando_com_letras/2017/fotografia-e-autoimagem.html. Acesso em: 13 ago. 2018.

Considerando as regras referentes à pontuação e sua função em cada contexto, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: A

     

    A)GABARITO

     

    B) significa que é ao mesmo tempo pessoal e/ou familiar, podemos escolher uma das duas ou as duas.

     

    C) Interrogativa.

     

    D) Não deve, é um aposto explicativo.

     

    E) Aspas com sentido de realçe.

  • Pra mim a A está errada poisé uma explicação, explicando como se dá a reflexão causada pela aproximação entre fotografia com o cidadão.

    Alguém concorda????


  •  a) Gabarito

    Os dois pontos introduzem um complemento, uma explicação deste "papel reflexivo"

     

    b) O / torna a expressão ambivalente, contudo, há uma obrigatoriedade de ter "ambos" considerados, tanto a história pessoal, quanto a história familiar, não há portanto a opção de desprezar nenhuma das duas, eis porque não é o gabarito.

     

     c) Trata-se de uma interrogação (e não uma exclamação)

     

     d) Na verdade o trecho entre os parênteses não deve ser ignorado, uma vez que serve para especificar a quebra de padrões.

     

     

     e) Sim, é uma palavra comum, mas não foi usada em um contexto diferenciado, foi usada em um "sentido" diferenciado.

     

  • A barra (/) indica adição, ambivalência e não alternância.

  • Henrique Andrade realmente indica uma explicação, porém, se formos levar em consideração o sentido da oração, está complementando/ adicionando informações à aproximação entre a fotografia e o cidadão.

    Além disso, às vezes temos que ir na "menos errada" (visto que as outras 4 alternativas estão completamente equivocadas).


    Gab.: A

  • Gabarito letra A.

    De fato os dois pontos antecedem uma explicação de "papel reflexivo".

  • Em “E essa proximidade da fotografia com o cidadão comum, entre outros quesitos, tem cumprido esse papel reflexivo: quem somos em meio a toda essa loucura que vivemos”,

    a pontuação em destaque introduz um complemento da ideia apresentada.

    que papel reflexivo é esse? de quem somos em meio a toda essa loucura...

    a função dos : é de explicar e não de complementar.

    porém, as outras alternativas tinham erros mais gritantes, por isso, gab A.

  • LETRA A

    O sinal gráfico dois pontos ( : ) é utilizado antes de uma explicação, para introduzir uma fala ou para iniciar uma enumeração.

    Exemplos:

  • Quase não marquei a A por entender que devesse constar como "explicação" e não como "complemento"

  • Dois-pontos é um sinal de pontuação que anuncia uma citação, uma enumeração, um esclarecimento, ou ainda uma síntese do que se acabou de dizer. Corresponde a uma pausa breve da linguagem oral e a uma entoação descendente. Em matemática, os dois-pontos são utilizados como símbolo da divisão.

    Fonte: wikipédia

  • ALTERNATIVA A – CERTA – O sinal de dois pontos tem por função introduzir a especificação do que vem a ser o papel reflexivo citado.

    ALTERNATIVA B – ERRADA – A barrinha lateral em destaque não tem por finalidade denotar uma escolha, e sim uma adição.

    ALTERNATIVA C – ERRADA – Trata-se de uma finalização interrogativa.

    ALTERNATIVA D – ERRADA – Os parênteses não sinalizam que o leitor deva ignorar a informação. Sua finalidade é destacar uma informação adicional. Não é uma informação essencial, o que não significa que deva ser ignorada.

    ALTERNATIVA E – ERRADA – O emprego das aspas em “treinados” dá um caráter de diferenciação à palavra. Não se trata de qualquer treinamento.

    Resposta: A

  • Em: "pessoal / familiar" temos "um e o outro", não "um ou o outro".

  • LETRA A

    O sinal gráfico dois pontos ( : ) é utilizado antes de uma explicação, para introduzir uma fala ou para iniciar uma enumeração.

  • GABARITO: LETRA A

    USO DA VÍRGULA

    Vírgula – indica uma pequena pausa na sentença.

    Não se emprega vírgula entre:

    • Sujeito e verbo.

    • Verbo e objeto (na ordem direta da sentença).

    Para facilitar a memorização dos casos de emprego da vírgula, lembre-se de que:

    A vírgula é:

    Desloca

    Enumera

    Explica

    Enfatiza

    Isola

    Separa

    Emprego da vírgula

    a) separar termos que possuem mesma função sintática no período:

    - João, Mariano, César e Pedro farão a prova.

    - Li Goethe, Nietzsche, Montesquieu, Rousseau e Merleau-Ponty.

    b) isolar o vocativo:

    - Força, guerreiro!

    c) isolar o aposto explicativo:

    - José de Alencar, o autor de Lucíola, foi um romancista brasileiro.

    d) mobilidade sintática:

    - Temeroso, Amadeu não ficou no salão.

    - Na semana anterior, ele foi convocado a depor.

    - Por amar, ele cometeu crimes.

    e) separar expressões explicativas, conjunções e conectivos:

    - Isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, porém, mas, no entanto, assim, etc.

    f) separar os nomes dos locais de datas:

    - Cascavel, 10 de março de 2012.

    g) isolar orações adjetivas explicativas:

    - O Brasil, que busca uma equidade social, ainda sofre com a desigualdade.

    h) separar termos enumerativos:

    - O palestrante falou sobre fome, tristeza, desemprego e depressão.

    i) omitir um termo:

    - Pedro estudava pela manhã; Mariana, à tarde.

    j) separar algumas orações coordenadas

    - Júlio usou suas estratégias, mas não venceu o desafio.

    Vírgula + E

    1)Para separar orações coordenadas com sujeitos distintos:

    Minha professora entrou na sala, e os colegas começaram a rir.

    2) Polissíndeto:

    Luta, e luta, e luta, e luta, e luta: é um filho da pátria.

    3) Conectivo “e” com o valor semântico de “mas”:

    Os alunos não estudaram, e passaram na prova.

    4) Para enfatizar o elemento posterior:

    A menina lhe deu um fora, e ainda o ofendeu.

    RESUMO TIRADO AULAS DO PROFº PABLO JAMILK.

  • GABA: A

    FUI POR ELIMINAÇÃO

    p/ quem teve dúvida na A:

    Não tem nenhuma conjunção explicativa: : pois/porque (antes do verbo), porquanto, por exemplo...

    “E essa proximidade da fotografia com o cidadão comum, entre outros quesitos, tem cumprido esse papel reflexivo:

    = uma conclusão de uma ideia!