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ID
2817709
Banca
FAPEC
Órgão
UFMS
Ano
2018
Provas
Disciplina
Física
Assuntos

Tempo e espaço confundo

e a linha do mundo

é uma reta fechada.

Périplo, ciclo, jornada

de luz consumida

e reencontrada.

Não sei de quem visse o começo

e sequer reconheço

o que é meio e o que é fim.

Pra viver no teu tempo é que faço

viagens ao espaço

de dentro de mim.

Das conjunções improváveis

de órbitas instáveis

é que me mantenho.

E venho arrimado nuns versos

tropeçando universos

pra achar-te no fim

deste tempo cansado

de dentro de mim.

Paulo Vanzolini. [s..d.]


    Um leitor desprevenido da ciência, mas familiarizado com textos literários, poderá interpretar o sentido poético da letra da música como um desabafo existencial do ser humano no início do terceiro milênio, contente que o mundo não tenha acabado, porém preocupado com as tentativas de muitos em destruí-lo. Um estudante de Física, atento, poderá dar outro sentido para os versos, em função de várias de suas palavras serem ricas de significados científicos, como tempo, espaço, reta, luz, órbita, entre outras. Menezes (1988), na análise a seguir, passou por essas duas fases de interpretação:

    "O samba “Tempo e Espaço”, de Paulo Vanzolini, por exemplo, eu já conhecia há muito tempo. Sempre havia entendido este samba como sendo a descrição do que vive um cidadão apaixonado, confundindo tempo e espaço, tropeçando universos.

   Ouvindo este samba, nessa manhã, percebi que ele incorporava o conceito da relatividade geral de Einstein. A seguir, fui surpreendido com conceitos de eletrodinâmica quântica! Toquei de novo... de novo... e fui encontrando outros elementos da Física." 

No texto de Menezes, o autor se surpreende com vários conceitos de Física. Assim, ao escutar a música de Vanzolini "de novo... de novo...", ele não percebeu, mas estava reproduzindo uma característica do MHS, que é:

Alternativas