SóProvas


ID
2825863
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
MPU
Ano
2018
Provas
Disciplina
Filosofia do Direito
Assuntos

     Visto que a virtude se relaciona com paixões e ações, e é às paixões e ações voluntárias que se dispensa louvor e censura, enquanto as involuntárias merecem perdão e às vezes piedade, é talvez necessário a quem estuda a natureza da virtude distinguir o voluntário do involuntário. Tal distinção terá também utilidade para o legislador no que tange à distribuição de honras e castigos. São, pois, consideradas involuntárias aquelas coisas que ocorrem sob compulsão ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquilo cujo princípio motor se encontra fora de nós e para o qual em nada contribui a pessoa que age e que sente a paixão — por exemplo, se tal pessoa fosse levada a alguma parte pelo vento ou por homens que dela se houvessem apoderado.

      (...)

      No que tange a dar ou receber dinheiro, a mediania é a generosidade; o excesso é a prodigalidade, e a deficiência, a mesquinhez, mas o indivíduo pródigo e o mesquinho são excessivos e carentes de maneiras opostas entre si; o pródigo se excede em dar e é deficiente em obter, enquanto o mesquinho se excede em obter e é deficiente em dar.

Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores. (Org.) José A. M. Pessanha. 4.ª ed. Vol. 2. São Paulo: Nova Cultural, 1991 (com adaptações).

A partir do fragmento de texto antecedente, julgue o item a seguir.


O indivíduo pródigo do modelo aristotélico deve servir de modelo para a ação ética no serviço público, haja vista ser ele, ao contrário do mesquinho, exemplo de generosidade.

Alternativas
Comentários
  • Oh arrependimento de ter faltado/cabulado/filado as aulas de filosofia 

  • Obrigado Deus por ter me proporcionado um ex-chefe o qual ganha 12 mil reais por mês e não tinha dinheiro nem para pagar conta de luz. Só assim pude saber o que é pródigo.

    Gabarito: errado.

  • Pródigo é a pessoa que se revela por um gasto imoderado capaz de comprometer seu patrimônio. É considerada uma doença mental.

  • A banca deixa claro o entendimento: O indivíduo pródigo do modelo aristotélico..., haja vista ser ele, ao contrário do mesquinho...

  • Pródigo e mesquinho são antônimos são excessivos de maneiras opostas no que tange a dar receber dinheiro.

    Já a generosidade é a mediana ,ou seja, é o equilíbrio entre estes dois extremos(Pródigo e mesquinho).

    Logo o prodigo não é a mesma coisa que generosidade.

  • Pródigo é aquele que gasta demais, comprometendo sua vida/responsabilidades. (No Código Civil, Art 4º, IV,  ele é inclusive causa de incapacidade relativa)

    Mesquinho é o famoso pão duro, que guarda demais tudo que tem, apegado demais a bens materiais. 

    Os dois são vícios,  um pelo excesso e o outro pela falta. 

     

    Logo, nenhum dos dois pode servir de modelo para ação do servidor público. O pródigo não é exemplo de generosidade, mas sim de desequilíbrio e compulsividade. 

     

    Gab: errado

     

    O indivíduo pródigo do modelo aristotélico deve servir de modelo para a ação ética no serviço público, haja vista ser ele, ao contrário do mesquinho, exemplo de generosidade.

  • Entendo, que o excesso em ser generoso, acarreta uma característica negativa para o pródigo (generoso).Por conseguinte, não se coaduna com a ética no serviço, já que o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto. Por inferência, podemos acrescentar ser mais ou menos generoso. Peço a compreensão de todos, porquanto posso está totalmente equivocado.

  • generosidade não é exemplo de pródigo, e sim a mediana entre os extremos: pródigo e mesquinhez.



  • ERRADO

    Nem PRÓDIGO nem MESQUINHO (são opostos da mesma moeda).

    Deve-se achar o MEIO-TERMO. A virtude está no meio termo.

    "O justo, pois, é um meio-termo, já que o juiz o é."

  • Gabarito: Errado

    Comentário do Prof. Paulo Guimarães, do Estratégia Concursos:

    Essa foi fácil, não é mesmo!? O próprio texto trazido pela questão nos diz que a prodigalidade e a mesquinhez são vícios, cada um num extremo, e que a generosidade é o equilíbrio entre os dois, e por isso uma virtude.

    Comentário do Prof. Diogo Surdi, do Gran Cursos:

    O indivíduo pródigo, ao contrário do que afirma a questão, não deve servir de modelo para a ação ética no serviço público. Assim como ocorre com o mesquinho, o indivíduo pródigo não é exemplo de generosidade. O exemplo de generosidade, de acordo com o texto de Aristóteles, está relacionado, apenas, com a mediania.

    Comentário da Prof. Priscila Ferreira, do Alfacon:

    O indivíduo pródigo não é exemplo de generosidade, sendo um vício.

    Fontes:

    https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/tecnico-mpu-gabarito-extraoficial-de-etica/

    https://blog-static.infra.grancursosonline.com.br/wp-content/uploads/2018/10/22113506/Quest%C3%B5es-MPU-T%C3%A9cnico-%C3%89tica-Diogo-Surdi.pdf

    https://blog.alfaconcursos.com.br/gabarito-extraoficial-mpu-2018-comentarios-de-etica/

  • nao acredito que deixei essas questoes em branco a 1 ano atras e hj tudo parece mais claro . vale apena continuar estudando . um dia conseguirei minha vaga no mp.

  • O texto já diz que a prodigalidade e a mesquinhez são vícios, cada um num extremo, e que a generosidade é o equilíbrio entre os dois, e por isso uma virtude

  • A questão exige conhecimento acerca da filosofia aristotélica construída na obra Ética a Nicômaco, em especial no que diz respeito aos conceitos de vícios e virtudes e como tais conceitos poderiam ser aplicados no serviço público.


    Sobre a temática, é correto dizer que o meio termo aristotélico, em se tratando de gastos, está na liberalidade. Tanto o indivíduo pródigo quanto o mesquinho estão acometidos de vícios e não devem servir de parâmetro para alcançar o meio-termo. O pródigo seria aquele que excede ao gastar e é deficiente no receber. O mesquinho, por sua vez, não deve ser confundido com o generoso.


    Conforme Aristóteles (1996), “no que se refere a dar e receber dinheiro o meio-termo é a liberalidade; o excesso e a deficiência, respectivamente, prodigalidade e avareza. Nesta espécie de ações as pessoas excedem e são deficientes de maneiras opostas: o pródigo excede no gastar e é deficiente no receber, enquanto o avaro excede no receber e é deficiente no gastar. (De momento, tudo que fazemos é dar um esboço ou sumário, e com isso nos contentamos; mais adiante essas disposições serão descritas com mais exatidão.


    Um outro vício, segundo Aristóteles, seria a mesquinhez. Segundo o autor (1996), “O homem mesquinho, por outro lado, fica aquém da medida em tudo, e depois de gastar as maiores quantias estraga a beleza do resultado por uma bagatela; e em tudo que faz hesita, estuda a maneira de gastar menos, lamenta até o pouco que despende e julga estar fazendo tudo em maior escala do que devia.

    Referências:

    ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. São Paulo. Nova Cultural: 1996.

    Gabarito do professor: assertiva errada.