SóProvas


ID
2831899
Banca
UFRR
Órgão
UFRR
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                            TEXTO II

                                   Uma ode à estupidez


É inconcebível que no rol de desafios da Nação esteja a volta de problemas com os quais já tivemos de lidar no passado, como a morte de crianças por sarampo, por exemplo.

      O sistema brasileiro de vacinação pública é um oásis de eficiência e profissionalismo em meio à improdutividade e ao descaso com o público que marcam boa parte dos serviços prestados pelo Estado aos cidadãos. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), a cada ano são aplicados, gratuitamente, cerca de 300 milhões de doses de 25 diferentes tipos de imunobiológicos em 36 mil salas de vacinação espalhadas por todo o País.

      De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o Brasil é referência mundial em fabricação de vacinas, produzidas aqui pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz. A autossuficiência do País permite a exportação de doses para 70 países, grande parte na África.

      Pois bem. A despeito da importância da vacinação para a prevenção e controle de epidemias e da excelência do serviço que vem sendo oferecido à população, o País vai na contramão da tendência mundial que aponta para o crescimento do número de crianças vacinadas. Relatório recente divulgado pelo Unicef e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com base em dados do Ministério da Saúde, mostrou que a cobertura nacional da vacina tríplice viral – contra sarampo, caxumba e rubéola – caiu de um porcentual bem próximo de 100% em 2014 para 85% no ano passado.

      Outro caso preocupante é o da poliomielite, doença que foi considerada erradicada no País há quase 30 anos. Em 2015, 95% das crianças brasileiras estavam imunes à poliomielite. Em 2016, o porcentual caiu para 84,4%, chegando a apenas 78,5% no ano passado. Há duas semanas, o Ministério da Saúde emitiu um alerta para o risco de um novo surto de poliomielite em localidades com cobertura vacinal abaixo dos 95%. É o caso de 312 municípios, especialmente na Bahia, Estado onde a vacina contra a doença cobre menos de 50% da população-alvo.

      É inconcebível que no rol de desafios que se alinham diante da Nação esteja a volta de problemas com os quais já tivemos de lidar no passado, e com relativo sucesso. Já não há mais espaço em nossa arca de infortúnios – que não são poucos ou triviais – para a morte de crianças por sarampo, por exemplo, ou para a paralisia que pode ser causada pela poliomielite.

      O sinal amarelo deve servir para o governo federal avaliar o que pode ser melhorado no que concerne à comunicação oficial com a população e, se for o caso, na capilaridade da oferta de vacinas, fazendo-as chegar a mais pessoas. Em nota, o Ministério da Saúde informou que “tem atuado fortemente na disseminação de informações junto à sociedade alertando sobretudo sobre os riscos de baixas coberturas”. A queda do número de crianças vacinadas com menos de 5 anos, ainda de acordo com o documento, “é a principal preocupação da pasta no momento”.

      Mas a responsabilidade por este triste retrocesso também recai, em grande medida, sobre os pais e responsáveis pelos menores. Por mais absurdo que possa parecer, cresce no País uma espécie de “Revolta da Vacina moderna”, com base em “novos estudos” que indicariam – pasme o leitor – os “riscos” a que as crianças estariam submetidas caso fossem vacinadas.

      A ode à estupidez é turbinada pelas redes sociais, terreno fértil para o florescimento de informações falsas e teorias conspirativas que seriam tão somente ridículas se não pusessem sob risco de morte milhares de crianças, incluindo os filhos de pais ciosos de suas obrigações. Ao não vacinarem seus filhos, os pais põem em risco todo o sistema de saúde pública.

      Uma das fake news que circulam no meio digital dá conta de que a vacina tríplice viral causaria autismo. A “tese” é sustentada por um “estudo” de 1998 elaborado por um médico do Reino Unido, mais interessado em ganhar dinheiro do que em produzir ciência. A “falsificação elaborada” foi revelada por artigo publicado no British Medical Journal em 2011, mas ainda produz efeitos em mentes doentias. 

      Enquanto não houver vacina contra a insensatez, restanos valorizar e amplificar, seja como órgãos de imprensa, seja como cidadãos, o alcance da boa informação. Há vidas que dependem fundamentalmente disso.

Estadão. Opinião. Disponível em:<https://opiniao.estadao.com.br/noticias /geral,uma-ode-a-estupidez,70002409637> . Acesso em: 22/07/2018. 

Em: “A autossuficiência do País permite a exportação de doses para 70 países, grande parte na África”, segundo regras e convenções ortográficas vigentes, a não hifenização da palavra destacada justifica-se pelo mesmo processo ocorrido em:

Alternativas
Comentários
  • Regra:

    Não se usa hífen quando o 1º elemento termina por vogal e o 2 º elemento começa por R ou S, devendo estas consoantes duplicarem-se. 

  • AUTOSSUFICIÊNCIA : PREFIXO TERMINADO EM VOGAL = DOBRA A CONSOANTE (R e S)




    SUBÂTOMICO: NÃO separa por hífen


    PREENCHER: (NÃO usa hífen após "CO - RE - PRE")


    MALNASCIDO: NÃO separa por hífen


    SEMIÁRIDO: (letras DIFERENTES, não separa por hífen)


    CONTRARREFORMA : (PREFIXO TERMINADO EM VOGAL = DOBRA A CONSOANTE - R/S)


  • SUBÂTOMICO: NÃO separa por hífen (o diferente se atrai... lembrando que essa regra se aplica a palavras com prefixos);


    PREENCHER: (NÃO usa hífen após "CO - RE - PRE")


    MALNASCIDO: NÃO separa por hífen (com o prefixo mal, não há hífen quando a palavra seguinte se iniciar por consoante [lembrando que entre as consoantes não se inclui o H]);


    SEMIÁRIDO: (letras DIFERENTES, não separa por hífen quando prefixo)


    CONTRARREFORMA : (PREFIXO TERMINADO EM VOGAL = DOBRA A CONSOANTE - R/S)


    Gostei (

    9

    )


  • Dobra-se a consoante se for R ou S.

    Contrarreforma/Autossuficiência.

    GAB:E.


  • Alternativa correta: contrarreforma.


    1) Radical iniciado com "r" ou "s", junta e duplica a letra. Ex.: ultrassom, antirrábica, contrarreforma.

  • GABARITO: E


    REGRA DO ARROSS


    CONTRARREFORMA : (PREFIXO TERMINADO EM VOGAL = DOBRA A CONSOANTE - R/S)



    RogerVoga


    Quando o meu espírito desanima,és tu quem conhece o caminho que devo seguir.

    Salmo 142:3



  • PREFIXO TERMINOU EM VOGAL, E A PRÓXIMA PALAVRA COMEÇAR COM "R OU S" , NÃO TERÁ HÍFEN, POREM ESSAS LETRAS SERÃO DUPLICADAS.

  • Consoante igual-EX:Inter-regional,Super-racista e Sub-bibliotecário e etc.

  • Quando o primeiro elemento termina com vogal, e o segundo começa com R ou S, duplica-se essas vogais.

    Autossuficiente - Contrarreforma

  • R e S terminados em vogal, usa-se  a consoante dobrada. Ex.: antisséptíco, ultrassonografia

  • Aquela questão que te nivela...

  • Subatômico não tem hífen, pois, por oposição a regra dos prefixo, a mesma NÃO termina em VOGAL "SuB" (Termina em consoante) além de não ser acompanhado por "R" ou "S" (atômico). Sendo assim, NÃO há hífen.

  • contrarreforma

  • GABARITO - LETRA E

    VOGAL + R OU S --> NÃO USE HÍFEN! APENAS DUPLIQUE O R OU S

    EX:

    CONTRA + REFORMA = CONTRARREFORMA

    AUTO + RETRATO = AUTORRETRATO

    MINI + SAIA = MINISSAIA

  • Malnascido: mal não gosta de vogal

    Bem-nascido: Bem não gosta de ninguém