Questão 2832076

• Banca: UFPR
• Órgão: COREN-PR
• Ano: 2018
• Provas: UFPR - 2018 - COREN-PR - Auxiliar Administrativo
• Disciplina: Português
• Assuntos: Ortografia

Aprimorar, sempre. Catástrofe, jamais

Sérgio Pardellas

    Em tempos de fake news, da efervescência dos debates nas redes sociais e do alcance quase infinito do whatsapp, uma idiossincrasia deletéria ao processo democrático se estabeleceu: as pessoas em geral, agrupadas em bolhas, não querem mais se informar. Estão interessadas em ler e ouvir apenas aquilo que se ajusta ao que elas acreditam. 

    E ponto final. Da esquerda à direita, passeando pelo que se convencionou chamar de centro do espectro político, quase ninguém escapa incólume. Cara de um, focinho do outro. Se a notícia é contra o político do meu coração, é “fake news”. O repórter, logo, é tachado de “golpista”, “coxinha”, “direitista”, “esquerdopata” ou “comunista”. Se a reportagem atinge em cheio a reputação do adversário, a ordem é disseminá-la sem dó, com pitadas de crueldade se necessário for. Como pau que dá na esquerda, logo dá na direita ou no “centro”, um inimigo comum foi eleito: a mídia. Ou “a grande mídia”.

    Assim, o whatsapp virou a principal fonte de informação de oito em cada dez brasileiros. Deu no “zap”, pronto. O incauto vai lá e crava: é real. Alguém ouviu o galo cantar, ninguém sabe onde, mas “assim é, se lhe parece”, como a peça de Luigi Pirandello. Não importa o transmissor, se a gramática foi maltratada, se guarda verossimilhança com a realidade ou não. A pessoa dispara para os seus, formando uma espécie de corrente interminável de beócios que se retroalimentam. Muitas vezes não faz qualquer sentido, não junta lé com cré.

    O pior é quando o texto embute uma _______ bem empacotada. É onde mora o perigo. O segredo do sucesso é a mensagem e, se ela soa como música aos ouvidos do freguês, vira verdade.

    A pena do jornalista já foi mais respeitada. É uma pena, mas não só. Querer sufocar a imprensa, editorial ou economicamente, constitui prejuízo inegável à democracia. Do lado de cá, _______ é fundamental. A mídia exagera, beatifica e _______ na mesma velocidade, _______ e também comete erros – contra o seu político preferido, mas contra quem você odeia também. Mas não aposte no contrário: sempre houve muito mais acertos e jornalista que é jornalista gosta mesmo é de notícia. Ou de análise, sem torcida, embora imparcialidade total não exista. Cabe ao leitor filtrar. Ou ao veículo, se for o caso, admitir um lado. É um bom debate. O fato insofismável é que o processo de apuração e divulgação da notícia pode até ser falho, nem sempre justo, mas ainda não inventaram modelo mais eficaz.

    O filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard escreveu, nos estertores da vida, que ensinaria às pessoas como produzir uma catástrofe. Embora tivesse sido um crítico do periódico satírico-iluminista O Corsário e da mídia durante alguns momentos de sua existência, Kierkegaard criou, no fim do século XIX, O Instante, semanário pelo qual alertava o cidadão sobre os problemas da cultura de sua época. A ruína da imprensa, sabia bem ele, poderia representar o primeiro passo rumo à catástrofe.

(Disponível em:https://istoe.com.br/aprimorar-sempre-catastrofe-jamais/>.)

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima, na ordem quem aparecem no texto.

• A. meia-verdade – auto-crítica – linxa – inviesa.
• B. meia-verdade – autocrítica – lincha – enviesa.
• C. meia verdade – autocrítica – lincha – envieza.
• D. meiaverdade – auto-crítica – lincha – inviesa
• E. meia verdade – auto crítica – linxa – invieza.

Gabarito: B

Comentários

• GABARITO B

  
  

  meia-verdade – Usa-se hífen em substantivos compostos, cujos elementos, conservam sua autonomia fonética e acentuação própria, mas perdem sua significação individual para construir uma unidade semântica, um conceito único. Ex: guarda-chuva.

  autocrítica – Usa-se hífen com pseudoprefixos somente se apalavra seguinte começar com "h" ou com vogal idêntica a do pseudoprefixo.

  
  

  
  

  
  

  
  

• Saber do hífen me salvou dessa kkk

• Prefixo auto: elemento de composição (Grego) que significa por si próprio, de si mesmo; automóvel. Provoca hífen diante de palavras iniciadas por vogal, h, r, s.

• Lydia Perazzo, perfeita a tua explicação, não conhecia este hífen na palavra meia-verdade. Procurei a palavra no VOLP, no Michaelis, no Houaiss e não encontrei. Parece que só consta no dicionário lusitano Dicionário de Língua Portuguesa 2009, da Porto Editora. Há alguma fonte brasileira explicitando isso?

• O que me salvou foi a última palavra, só uma alternativa com ela escrita corretamente rsrs

• Significado de Enviesa

  Enviesa vem do verbo enviesar. O mesmo que: revira, torce, entorta.

• Amauri Marroquim Domingues Junior, há um equívoco no seu comentário:

  Prefixo auto: elemento de composição (Grego) que significa por si próprio, de si mesmo; automóvel. Provoca hífen diante de palavras iniciadas por vogal, h, r, s.

  Já que, conforme a fonte https://www.soportugues.com.br/secoes/FAQresposta.php?id=105

  
  

  "Auto" e o hífen. O falso prefixo auto é um elemento de composição na formação de palavras. Pela nova ortografia, somente é separado do segundo elemento por hífen nos casos em que este inicia por "o" ou "h". Caso o segundo elemento inicie com a consoante "s" ou "r", é necessário dobrá-la, sem usar hífen. Ex ( autorretrato)

  
  

  ou,

  
  

  Salienta-se que nas formações em que o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com as consoantes r ou s, estas consoantes deverão ser duplicadas. 

  Exemplos: autorretrato, autorreflexão, autossuficiência, autossugestão,...

  Palavra relacionada: autorretrato.

  
  

  
  

  
  

• Realmente não sabia que meia-verdade é ligada por hífen.

• Copiando e colando o comentário de Lydia Perazo, só pra ficar salvo no meu perfil ;)

  meia-verdade – Usa-se hífen em substantivos compostos, cujos elementos, conservam sua autonomia fonética e acentuação própria, mas perdem sua significação individual para construir uma unidade semântica, um conceito único. Ex: guarda-chuva.

  autocrítica – Usa-se hífen com pseudoprefixos somente se apalavra seguinte começar com "h" ou com vogal idêntica a do pseudoprefixo.

• Detesto essa matéria, mas tentei fazer um resumo em forma de tabela. Talvez a formatação do QC não ajude:

  PREFIXO TERMINA COM | SUFIXO COMEÇA COM | USO DO HÍFEN | EXCEÇÃO | EXEMPLO

  Vogal | Vogal igual | Usa | | anti-inflamatório

  Vogal | Vogal diferente | Não Usa | | autoestrada

  Vogal | Consoante | Usa | h,r, s | guarda-chuva

  Vogal | Consoante 'h" | Usa | | super-herói

  Vogal | Consoante "r" | Não usa e dobra | | contrassenso

  Vogal | Consoante "s" | Não usa e dobra | | minissaia

  Consoante | Consoante igual | Usa | | inter-racial

  Em linhas gerais: letras iguais usa o hífen, letras diferentes não usa (exceto letra "h" e quando as palavras sozinhas tem significado individualmente, como por exemplo: meia-verdade, guarda-chuva, médico-cirurgião, segunda-feira, etc).

  ******Claro que existem as exceções como os casos do uso das palavras sub, girassol, passatempo, e outras mil tantas, o que me faz odiar essa matéria hahaha.

  Espero ter ajudado, qualquer divergência favor me contatar.

• Copiando o comentário de Lydia Perazo para ficar salvo.

  meia-verdade – Usa-se hífen em substantivos compostos, cujos elementos, conservam sua autonomia fonética e acentuação própria, mas perdem sua significação individual para construir uma unidade semântica, um conceito único. Ex: guarda-chuva.

  autocrítica – Usa-se hífen com pseudoprefixos somente se apalavra seguinte começar com "h" ou com vogal idêntica a do pseudoprefixo.

• Prefixo termina com vogal + palavra iniciada por vogal = não há hífen.

  EXS:

  AUTOINCRIMINAÇÃO

  CONTRAINDICAÇÃO

  ULTRASSOM

  AUTOINDICAÇÃO

  AUTOESCOLA

• Aqui, o caminho seria fazer por exclusão. Sabendo que o cerne da questão é o hífen, bastava lembrar que o hífen basicamente serve para separar a última letra do prefixo de uma letra igual. Se a letra que começa a palavra seguinte for diferente, não deve haver hífen na união do prefixo. Então, “autocrítica” não possui hífen porque “o” é diferente de “c”, então não há razão para separar o prefixo. Apenas B e C poderiam ser a resposta. “Enviesar” deriva de “viéS”, com “S”, então o “S” se mantém na palavra derivada. Linchar é com CH mesmo e o gabarito só poderia ser mesmo a letra B.

  OBS: Apesar do gabarito, “meia verdade” não é uma palavra composta e não possui hífen segundo a ortografia oficial. Temos então mais um entendimento autoritário dessa banca, que força gabaritos, como já mencionei. Eu trago a questão mesmo assim, porque nosso objetivo é mostrar a realidade.

  Professor Felipe Luccas

• meia-verdade – Usa-se hífen em substantivos compostos, cujos elementos, conservam sua autonomia fonética e acentuação própria, mas perdem sua significação individual para construir uma unidade semântica, um conceito único. Ex: guarda-chuva.

  autocrítica – Usa-se hífen com pseudoprefixos somente se apalavra seguinte começar com "h" ou com vogal idêntica a do pseudoprefixo.

• Tô vendo que a galera que copia e cola a resposta sem entender o conteúdo tá sabendo direitinho sobre palavras juntas ou separadas, tanto, que escrevem (apalavra). Olhem e vejam!

  autocrítica – Usa-se hífen com pseudoprefixos somente se ([apalavra]) seguinte começar com "h" ou com vogal idêntica a do pseudoprefixo.

  Estão todas assim.Copiaram todas as respostas e nem se deram o trabalho de corrigirem.

• o correto é meia-entrada. Isso ocorre, porque se entende que a expressão é um substantivo composto e não apenas um substantivo acompanhado por um adjetivo.

  ex: Quem tem carteira de estudante paga meia-entrada nos cinemas.

• HÍFEN, HÍFEN, HÍFEN

  DECORAR AS REGRAS DOS HÍFENS

• Se souber as regras do Hífen já acerta a questão sem ler o texto.

• A regra do hífen ajudou nessa!

• Se a palavra original (viés) é com S, suas variáveis também serão (enviesar)

• só com o lincha e enviesa mata a questão... nem precisaria usar as regras do hífen...