SóProvas


ID
2847328
Banca
FCC
Órgão
SP Parcerias
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                        Esportes, negócios


      Comecinho dos anos 60, nosso professor de educação física, um homem já encanecido (por isso, considerado um velho bem velho, na nossa perspectiva de adolescentes), não tinha dúvida em nos dizer: “Não briguem por causa de futebol. Futebol como esporte não existe mais, desde que se profissionalizou. Só fazia sentido quando todos eram amadores e jogavam só pelo prazer do jogo e pelo amor à camisa”. Era uma opinião radical, mas que nos fazia pensar em sua consistência.

      Por certo o professor estava se referindo a experiências de sua meninice e adolescência, nos anos 30 e 40, quando o futebol ainda era uma espécie de arte pela arte, sem a intromissão decisiva dos chamados “interesses do mercado”. Às vezes acho que a nostalgia de meu professor tinha toda a razão de ser: era possível e desejável gostar de um esporte apenas pelas qualidades intrínsecas desse esporte.

      Altos negócios no mundo das atrações de massa supõem muito dinheiro, plena visibilidade e excesso de celebração. Nada disso falta, hoje, aos esportes de alto rendimento que sejam também negociáveis, isto é, que constituam matéria de interesse para milhões de consumidores. Com isso, perde-se aquela dimensão de gratuidade que havia nos esportistas empenhados numa tarefa em que a competitividade não eliminava o prazer, que por sua vez não se rendia a poderosos empresários. “O que passou passou. / Jamais acenderás de novo / o lume / do tempo que passou”- já desabafou o poeta Ferreira Gullar, num momento de versos céticos. O que é uma pena, diria nosso velho professor de educação física.

                                                                                     (Jayme de Souto Albuquerque, inédito)

Está clara, coerente e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • A) extrapolação. Em nenhum momento o texto deixa claro que a opinião vem de muitas pessoas.

    B) gabarito

    C) verbo haver é impessoal, com isso, invariável, não podendo ocorrer variação.

    D) Em nenhum momento o autor afirmar que a os prazeres não retornam mais.

    E) A frase se inicia em linguagem informal, coloquial, uma vez que o verbo 'ser' está mal empregado, fora a falta de preposição após opinião.

  • Gabarito B


    O erro da alternativa "E", marcada pela maioria dos que erraram, está no uso do sinal indicativo de crase após o verbo prezar, “prezar” é sinônimo de “valorizar” e assim como este é transitivo direto, portanto a crase está incorretamente aplicada na frase.


    A regência de “prezar” é confundida com a do verbo “primar” que pede preposição.


    Questão bem difícil.

  • A) Diz-se que é a opinião do professor, não de "MUITOS".

    B) (l5) "Às vezes acho que a nostalgia de meu professor tinha toda a razão de ser" (GABARITO)

    C) Contradiz aquilo que é citado no texto, visto que vários apenas praticam o esporte pelo dinheiro, como citado na seguinte parte: "Altos negócios no mundo das atrações de massa supõem muito dinheiro, plena visibilidade e excesso de celebração. Nada disso falta, hoje, aos esportes de alto rendimento que sejam também negociáveis, isto é, que constituam matéria de interesse para milhões de consumidores"

    D) Não, ela apenas reflete uma possível plausabilidade daquilo que o professor está dizendo, conforme citado no gabarito (B).

    E) Aqui eu acho que o erro é o próprio enunciado "o autor do texto é da opinião". O autor do texto não expressa sua opinião, mas apenas faz referência a um poeta e compatibiliza as ideias do poeta às do professor

    Tentei explicar alternativa por alternativa no que tange à compatibilização das alternativas com o texto.


    GABARITO, PORTANTO: B.

    Qualquer erro, INBOX.

    Espero ter ajudado :)

  • o erro da letra "E" aqui é a correlação dos verbos.

  • A questão pode ser resolvida com pura gramática também:


    A) De acordo com a opinião de muitos, supõem-se que os esportes profissionalizados não cumpram com os objetivos mais prazeirosos que advêm da prática amadorística dos mesmos. (supõe-se - concordância com o sujeito oracional "que os esportes...". Quando o sujeito é toda a oração, o verbo da oração principal ("supor") não varia. / prazerosos - grafia incorreta da palavra)

    B) GABARITO.

    C) Não obstante hajam muitos prazeres no cultivo do esporte profissional, o amadorismo não deixava à revelia a satisfação que aos seus costumeiros adeptos eram capazes de proporcionar. (haja - verbo haver com sentido de existir é invariável)

    D) Embora se lamente os prazeres que não retornam jamais, a memória cuida de iluminar-lhes de modo que surjam a nossa percepção como se vivos fossem. (iluminá-los - verbo iluminar é transitivo direto nesse caso. "Los" retoma o termo "prazeres")

    E) O autor do texto é da opinião que seu professor de educação física prezaria à convicção do poeta Ferreira Gullar, segundo o qual a implacabilidade do tempo não se reacende. (prezaria a convicção - prezar, aqui, é verbo transitivo direto. Tem o sentido de estimar, ter apreço, como dito pelo outro colega)

  • Gabarito - B

     

     

    a) De acordo com a opinião de muitos, supõe-se que os esportes profissionalizados não cumpram com os objetivos mais prazerosos que advêm da prática amadorística dos mesmos.

     

     

    → O verbo "supor" deve se flexionar no singular para concordar com o seu sujeito oracional "que os esportes profissionalizados não cumpram [...]"

     

    → A palavra "prazeirosos" está escrita incorretamente. O correto seria: prazerosos.

     

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    C) Não obstante haja muitos prazeres no cultivo do esporte profissional, o amadorismo não deixava à revelia a satisfação que aos seus costumeiros adeptos eram capazes de proporcionar.

     

     

    → O verbo "haver" no sentido de existir é impessoal, portanto, não varia.

     

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    D) Embora se lamente os prazeres que não retornam jamais, a memória cuida de iluminá-los de modo que surjam a nossa percepção como se vivos fossem.

     

     

    → O verbo "iluminar" é transitivo direto, logo, o seu objeto direto "os prazeres" deve ser substituído por (o, a, os, as). Em virtude de o verbo terminar em "R", deve-se usar os complementos (lo, la, los,las).

     

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    E) O autor do texto é da opinião que seu professor de educação física prezaria a convicção do poeta Ferreira Gullar, segundo o qual a implacabilidade do tempo não se reacende.

     

     

    → O verbo "prezar" é transitivo direto, portanto, não cabe preposição "a", não havendo crase.

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  • Malgrado é uma conjunção concessiva e tem o mesmo sentido de ainda que, uma vez que e se encaixa perfeitamente na frase que é o gabarito da questão.

  • A letra B pareceu-me muito generalista. Não há como dizer que "os alunos" pensaram dessa forma. Fica claro apenas que ele, o autor, pensou dessa maneira.

  • Da letra B...


    Quem SUSPEITA, SUSPEITA DE...

    Cadê o DE?

  • A letra B possui um erro crasso de regência, senão vejamos:

    Malgrado a diferença de experiências, os alunos adolescentes chegaram a suspeitar DE que havia procedência no que lhes dizia o professor de educação física a respeito da prática do futebol.

    SUSPEITAR DISSO!

  • Não sei se concordo com esse gabarito. Como dito por dois estudantes, parece mesmo haver erro de regência nominal. Suspeita-se de algo ou de alguém. No entanto, a preposição "de" foi suprimida da oração em B. Do meu ponto de vista, a redação devia ser esta: "[...] chegaram a suspeitar de que havia procedência."

  • @Marcelo Franklin, mas isso não faz diferença, pois a questão não é de interpretação.

  • Pessoal, consultei o Aurélio e lá diz que o verbo suspeitar pode ser VTI ou TI...

  • Na E o correto não seria '' prezar PELA convicção''...?!