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ID
2850694
Banca
FCC
Órgão
SEAD-AP
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                              Conversa sobre o liberalismo


      O liberalismo promoveu uma ideia curiosa: para fazer a felicidade de todos (ou, ao menos, da maioria), não seria necessário decidir qual é o bem comum e, logo, impor aos cidadãos que se esforçassem para realizá-lo. Seria suficiente que cada um se preocupasse com seus interesses e seu bem-estar. Essa atitude espontânea garantiria o melhor mundo possível para todos. Afinal, nenhum malandro seria tolo a ponto de perseguir seu interesse particular de maneira excessiva, pois isso comprometeria o bem-estar dos outros e produziria conflitos que reverteriam contra o suposto malandro.

      Ora, o liberalismo, aparentemente, pegou pra valer. Não paro de encontrar pessoas convencidas de que, cuidando só de seus interesses, elas, no mínimo, não fazem mal a ninguém. O caso seguinte ilustra o que digo.

      Converso com o moço que dirige o táxi. Falamos de perspectivas políticas. Ele está indignado com a corrupção das altas e das baixas esferas da política, convencido de que, não fossem os ladrões, o país avançaria e resolveríamos todos os nossos problemas. Concordo, mas aponto que, mesmo calculando generosamente, o dinheiro que some na corrupção não seria suficiente para mudar o Brasil. Sem dúvida, deve ser bem inferior ao dinheiro que o governo deixa de arrecadar por causa da sonegação banal: rendas não declaradas, notas fiscais que só aparecem sob pedido e por aí vai. Pergunto-lhe então quanto ele paga de Imposto de Renda. Ganho a famosa resposta: “Não adianta pagar, porque nada volta para a gente.” Alego que não adianta esperar que algo volte se a gente não paga.

(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 252-253)

Na conversa que manteve com o motorista do táxi, o autor firmou uma posição pessoal, representada no segmento

Alternativas
Comentários
  • Gabarito= Item E

    Trecho: Alego que não adianta esperar que algo volte se a gente não paga.


    Bons estudos!

  • esta questão é bem interessante pois se não prestarmos atenção que a questão pede um trecho na conversa com o motorista, ou seja, o único paragrafo em que ha uma conversa com o motorista é no 3º paragrafo.


    Na conversa que manteve com o motorista do táxi, o autor firmou uma posição pessoal, representada no segmento


    A) nenhum malandro seria tolo a ponto de perseguir seu interesse particular de maneira excessiva (1° parágrafo).


    aqui de fato ele mostra seu ponto de vista, no entanto não faz parte do trecho em que ele conversa com o motorista


    B) isso comprometeria o bem-estar dos outros (1° parágrafo). 


    mesma coisa da letra A


    C) Falamos de perspectivas políticas (3° parágrafo).


    não mostra ponto de vista.


    D) não fossem os ladrões, o país avançaria e resolveríamos todos os nossos problemas (3° parágrafo)


    este trecho ñ pertence a fala do autor e sim do motorista.


    E) não adianta esperar que algo volte se a gente não paga (3° parágrafo).


    de fato este é o gabarito, visto que além de ser a fala do autor está localizada no paragrafo da dialogo com o motorista



    GABARITO E


  • Leia o enunciado da questão, deixa de ser automático.